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O QUE NUNCA TE DIRÃO SOBRE MONDLANE NA WLC
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Ascensão Heroica ou Armadilha Ocidental para Agitar o Chão Moçambicano?
Ah, Moçambique, terra de heróis esquecidos e de políticos que dançam ao som de tambores estrangeiros! A notícia que corre como pólvora nas redes e nos cafés de Maputo — Venâncio Mondlane eleito membro permanente do Comité de Líderes da World Liberty Congress (WLC) em Berlim, Alemanha — parece, à primeira vista, um triunfo para a oposição. Enquanto celebramos o dia da cidade capital - Maputo, com opiniões bem divididas sobre os avanços e retrocessos.
Mas pare lá, caro leitor, e não se deixe levar pelo entusiasmo fácil dos analistas de meia-tigela que enchem os ecrãs da TV Miramar, TV Sucesso, Strong Live, MBS, STV e da TVM com comentários mornos, cheios de “parabéns” e “esperança”. Esses senhores, que mal saem do conforto dos estúdios climatizados, não cavam fundo. Nós, sim, pelo menos nesta, vamos remexer na terra seca da história, sem filtros nem meias-palavras, para mostrar o que esta eleição realmente significa — uma faca de dois gumes, afiada para cortar tanto o regime da FRELIMO como o próprio Mondlane, se ele não souber manuseá-la.
O Que é a World Liberty Congress
Fundada em 2022 como uma rede global de activistas pró-democracia, a World Liberty Congress é uma aliança de dissidentes de mais de 40 países autoritários — de Hong Kong a Belarus, passando por Venezuela e, agora, Moçambique.
Não é uma ONG de caridade; é uma máquina de guerra não-violenta, com academia de formação em resistência civil, partilha de estratégias e lobby junto a governos ocidentais para isolar ditaduras. Não na fórmula dos Estados de Sahel, mas uma replica propositado com interesses bem estruturados e formulados a favor do benefício de quem patrocina.
A assembleia em Berlim, de 7 a 9 de Novembro de 2025, reuniu mais de 200 líderes de 60 nações, no Parlamento Alemão, para eleger o Comité de Líderes — e Mondlane, o nosso “presidente do povo”, entrou como membro permanente.
Ele, que foi candidato presidencial em 2024 pelo PODEMOS, alegou, o que sabemos à 30 anos, fraude massiva nas urnas e liderou protestos que deixaram ruas ensanguentadas, agora junta-se a figuras como Martin Fayulu do Congo e Carbone Beni, outros exilados na luta pela democracia africana.
O Que Significa Para Mondlane
Para Mondlane pessoalmente, é um bilhete de ouro para o palco mundial. Aos 40 e poucos anos, este sociólogo formado na Universidade Eduardo Mondlane, neto espiritual do fundador da FRELIMO (ironia do destino!), passa de agitador local a voz global.
Imaginem: acesso a treinamentos em tácticas de Gandhi actualizadas com IA, redes com financiadores europeus e americanos que odeiam a FRELIMO como o diabo à água benta, e uma capa de imunidade diplomática que pode mantê-lo vivo num país onde opositores somem como fumo.
Ele ganha prestígio — pense nos discursos em fóruns da União Europeia, onde pode martelar sobre as violações eleitorais de 2024, que a comunidade internacional ainda engole com um encolher de ombros.
Pessoalmente, é valia pura: visibilidade que atrai doações, talvez um exílio dourado em Bruxelas ou Washington, e a aura de mártir que o transforma num ícone. Claro, caso o plano em marcha for activado, nas circunstâncias de cautela maior se a tendência do povo moçambicano apostar cada vez mais no VM7.
Mas cuidado, Venâncio: esta glória tem prazo. Líderes como ele correm o risco de virar “úteis idiotas” — elogiados enquanto agitam, descartados quando o Ocidente muda de agenda, como aconteceu com tantos na Primavera Árabe. É especulação, não, há históricos e é só reduzir os níveis de ignorância e pesquisar.
O Impacto na ANAMOLA
Agora, para o partido dele, a ANAMOLA (Aliança Nacional para a Moçambique Livre e Alternativa), legalizada em Agosto de 2025 após Mondlane romper com o PODEMOS por desentendimentos internos, isto é dinamite.
A WLC não dá só palmadinhas nas costas; oferece ferramentas reais — formação para militantes em organização de protestos pacíficos, lobby para sanções contra corruptos da FRELIMO e uma rede que pode canalizar fundos para campanhas.
Lembrem-se: em 2024, Mondlane mobilizou jovens urbanos com memes e lives, mas faltou estrutura. Agora, com o selo da WLC, a ANAMOLA ganha legitimidade internacional — pense nos próximos posicionamentos dos observadores europeus nas próximas eleições ou em relatórios da Anistia Internacional amplificados por Berlim.
É valia estratégica: o partido, que ainda patina com menos de 10% nas sondagens pós-2024, pode crescer como erva daninha, infiltrando-se nas diásporas moçambicanas em Portugal e África do Sul.
Mas há o reverso: o regime de Daniel Chapo vai gritar “traidor ao serviço de potências estrangeiras”, e isso pode justificar mais repressão, com prisões selectivas de quadros da ANAMOLA. Sem rodeios: é um boost, mas arrisca transformar o partido num alvo maior, mais fácil de esmagar.
E Para Moçambique
Aqui entra o caldo grosso, o que os analistas de Maputo não dizem por medo de perder o salário. Esta eleição põe o país no radar da WLC como “frente de batalha” contra o autoritarismo — e Moçambique, com a sua FRELIMO no poder há 50 anos, é um caso de estudo perfeito: eleições roubadas, jornalistas presos, protestos sufocados com balas.
Impactos reais? Pressão externa: a Alemanha, sede da WLC, pode apertar o cerco com cortes em apoios ao orçamento estatal (já vimos isso com o gás de Rovuma condicionado a direitos humanos). A União Europeia, que injecta milhões em “desenvolvimento”, pode condicionar fundos à libertação de presos políticos.
Para o povo — os putos de Matola que marcharam em 2024 — é esperança: mais vozes globais gritando “basta!” à corrupção que devora o PIB enquanto o povo come cuspo. Pode acelerar uma transição, forçando a FRELIMO a negociar, como na África do Sul pós-apartheid.
Entre Valia e Risco
Mas reflectamos sem luvas: é mesmo valia para o país, ou uma receita para o caos? Críticos como a Sandra de Moçambique no X chamam Mondlane de “fantoche da extrema-direita europeia”, manipulador de ideias de liberdade para desestabilizar.
E não é conversa fiada: a WLC tem laivos neoconservadores, financiada por think tanks americanos que sonham com “exportar democracia” à la Iraque.
Para Moçambique, frágil com insurgência no Norte e dívida chinesa no pescoço, isto pode inflamar divisões étnicas — o Norte católico vs. Sul muçulmano, ou os Macondes que apoiam Mondlane contra o “clã de Maputo”.
Risco real: escalada de violência, com a FRELIMO a usar isto para justificar estado de sítio, ou até intervenção estrangeira disfarçada de “ajuda humanitária”. Como falhara em 2024, segundo "a Velha Chica".
No fundo, é uma jogada de xadrez global: o Ocidente usa Mondlane para enfraquecer aliados russos e chineses em África, enquanto ele sonha com urnas limpas. Tudo business planeado sem o povo moçambicano no quadro da tomada de decisões.
Valia? Sim, se ele souber equilibrar — atrair investimentos verdes para Cabo Delgado, em vez de só protestos. Senão, vira pó, como tantos heróis moçambicanos que o tempo enterrou. Já apelamos por essas acções e redicularizaram-nos, confundindo-nos como sendo anti-Venancistas, que é um erro crasso quanto rotular-nos de camaradas. Estamos pelo povo moçambicano com um governo certo e mais patriótico, ainda que não seja à modelo europeu.
Conclusão dolorosa, como sempre
Em resumo, esta notícia não é só um “parabéns” para Mondlane; é um terremoto subterrâneo para Moçambique.
Para ele, glória e risco de irrelevância; para a ANAMOLA, oxigénio e chamas; para o país, um espelho cruel das nossas feridas democráticas, com potencial para cura ou infecção.
Os meia-tigelas vão aplaudir a “vitória simbólica”; eu digo: acordem! Mondlane tem agora o mundo a ouvi-lo — use isso para unir, não para polarizar, ou Berlim será só mais um exílio vazio.
Moçambique merece mais que heróis de Instagram; merece líderes que plantem árvores, não só gritem contra o vento. Que esta eleição seja o início de algo real, ou teremos perdido outra chance na nossa longa marcha para a liberdade verdadeira.
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