POV: A PERDÃO DOS TABUS TRADICIONAIS EM ÁFRICA
 
 Entre o Progresso/Avanços e o Vazio Cultural Em Moçambique, especialmente no Niassa , onde o povo macua  tem raízes profundas, há tradições que moldam a vida desde o nascimento até à morte, lembro-me bem — como muitas crianças da minha geração, nascidas nascidas antes do milénio dois mil— de ser avisado para não olhar para caixões ou urnas fúnebres. Chamávamos isso de “ malavi ”, um termo em macua  ou emakua  se preferirem, que se refere a tabus ou proibições ligados às cerimónias de morte e outros casos inusitados ou inapropriados.  Acreditava-se que, se uma criança ou adolescente ainda não iniciado visse algo assim, poderia atrair azar para toda a família. Muitas vezes tapávamos o rosto com as mãos ou desviávamos o olhar — e isso não era brincadeira; era parte da cultura, uma forma de proteger os mais novos e manter o equilíbrio espiritual. Esses tabus, chamados de “malavi”, faziam parte de um sistema mais amplo de valores que guiava a comunidade, ensinando respeito, hierarquia ...
 
 
 
 
 
