O ÉCLIPSE LUNAR VAI PASSAR, MAS ESTE CONSELHO FICA
Enfrentando a Incerteza com Resiliência – Uma Mensagem ao Povo Moçambicano
Hoje, às 03:47 da manhã de domingo, 7 de setembro de 2025, enquanto a escuridão ainda cobre Moçambique e ansiosamente aguardamos o previsto eclipse lunar, inofensivo, muitos de nós acordamos com o peso de um futuro incerto. A imagem do Pluto, esse planeta anão que perdeu o estatuto de planeta em 2006, mas continua a orbitar o Sol sem se importar com a decisão dos cientistas, veio à tona numa conversa recente.
Esta metáfora ressoa profundamente connosco, povo moçambicano, que hoje enfrenta um momento de ansiedade, desespero e desconforto com o rumo que o nosso país parece estar a tomar, ainda sob a liderança da Frelimo em meio a tantas incertezas. Já vimos o pouco de tanto quanto os outros passaram e passa e já sofremos de forma imediata e igual aos povos de outros quadrantes, mas, o que é nosso - queira nós Deus dará.
A Metáfora do Pluto e a Nossa Realidade
Não é sobre a lua que nos vamos singir, mas sim sobre a realidade do Pluto. Assim como o Pluto, que segue o seu caminho no espaço indiferente às classificações humanas, nós, enquanto nação, temos uma essência que transcende as decisões ou rótulos impostos por quem está no poder. A reclassificação do Pluto não mudou a sua órbita, nem a sua existência.
Da mesma forma, os desafios políticos, económicos e sociais que enfrentamos – corrupção, instabilidade, e promessas não cumpridas – não definem quem somos como povo. Somos guerreiros, sobreviventes de guerras, de ciclones como o Idai, e de secas que testaram a nossa força.
No entanto, a incerteza actual está a corroer a esperança de muitos, e isso é compreensível. Sentir-se perdido ou desanimado não é fraqueza; é humano. Aliás, disse uma vez o brasileiro Gabriel - Pensador, nem sempre que se sente fraqueza alguma, quer dizer que gente não é forte. É só uma fase da vida e os propósitos, cabe nós desvendarmos por nós mesmos.
O Peso da Ansiedade e do Desespero
Nos últimos anos, a tal alfinetada liderança da Frelimo por todos partidos e vozes rotuladas por "oposição", tem sido alvo de críticas por decisões que parecem desconectadas das necessidades do povo. A falta de empregos, a violência em algumas regiões, e a sensação de que a voz do cidadão não é ouvida criam um cocktail de emoções difíceis: medo do amanhã, frustração com o presente, e até raiva acumulada.
Muitos de nós acordam com o coração apertado, perguntando-se se o futuro dos nossos filhos será melhor. Essa ansiedade não é só um estado de espírito; ela afecta o nosso sono, a nossa saúde, e as nossas relações. Mas aqui está a verdade: vocês não estão sozinhos nisso.
Um Chamado à Resiliência Moçambicana
Olhemos para o exemplo do Pluto. Apesar de ter sido "reclassificado", ele continua a sua jornada, imperturbável. Nós, moçambicanos, temos essa mesma resiliência no nosso ADN. E sempre esteve lá desde os primórdios da nossa existência de gerações anteriores, sem supostas mutações até hoje.
Lembramo-nos das nossas avós que cozinhavam com pouco, dos nossos pais que construíram casas com as próprias mãos, e das comunidades que se uniram após desastres naturais. Que hoje sem apoio de relevo do governo ou qualquer outra assistência humanitária, desafiam qualquer lógica de sobrevivência e prosperam anonimamente até ao ponto de chegarem as autoridades para abrandar esse desenvolvimento clandestino longe dos holofotes.
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| Algures em Moçambique, numa circunstância onde as autoridades deviam ajudar ele a chegar ao destino final e aconselhar/chamar atenção do risco, e não atrasá-lo com sermão desnecessário. |
Essa força está em nós: moçambicanos de gema, resilientes e persistentes. Não podemos controlar todas as decisões do governo, mas podemos controlar como reagimos a elas. A incerteza é real, mas ela não tem o poder de nos definir, a menos que permitamos.
Conselhos Práticos para Enfrentar o Desespero
Desde a nossa maneira de falar, de andar, de sonhar, de cuidar à nós próprios primeiro e depois as outros ou vice versa, de focar-se no que podemos controlar, de procurar ajuda quando de algo padecemos e de mater aquela fé e esperança inabalável, no meio de tanto caos a vista, é uma dádiva de Deus que nenhum outro ser igual ou semelhante vai nos tirar. Só para lembrar-nos disso, a título individual vamos:
1. Falar sobre o que sentimos com os outros: Com o pouco que se consegue ter, não será possível ou é difícil encontrar profissionais de saúde que nos possam assistir no âmbito psicológico. Então, caro moçambicano, encontre um amigo, um familiar ou até um líder comunitário em quem confie. Partilhar o peso alivia a alma. Em Moçambique, a tradição de nos apoiarmos uns aos outros é forte – use-a.
2. Cuide do seu corpo e mente, pois você precisa e merece: Mesmo com pouco, tente comer algo nutritivo, caminhar ao ar livre, ou rezar/meditar. Pequenos actos de autocuidado podem trazer paz em tempos turbulentos.
3. Concentre-se no que pode controlar: Se o rumo do país está fora do seu alcance, foque no seu quintal, na educação dos seus filhos, ou num pequeno negócio. Cada passo conta, assim como "cada nhonga transforma".
4. Procure apoio comunitário: Junte-se a grupos locais, igrejas/mesquitas, ou associações. Juntos, podemos criar redes de apoio que nos sustentem até que o sol volte a brilhar.
5. Mantenha a esperança, mas com realismo: Não negue os problemas, mas lembre-se de que mudanças já aconteceram no passado. A história de Moçambique é prova de que podemos superar.
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| Tal como o transportador na imagem é o Pluto, não se importam com opiniões. Seguem suas jornadas. |
Uma Perspectiva de Fé e Luta
Para muitos moçambicanos, a fé é um pilar. Seja através da oração, dos rituais tradicionais, ou da esperança num futuro melhor, agarre-se a isso. Mas a fé deve caminhar de mãos dadas com a acção. No meio dessa primeira semana de Setembro de 2025, Fred Jossias já apelava numa das suas edições do Show do Fred na TTV, que as orações devem ser acompanhadas de trabalho, tentativas e abandono da zona de conforto em busca de propósito honestos e dignos.
Participe nas discussões comunitárias, vote quando puder, e exija accountability (responsabilização) dos líderes e não apenas aceitar ouvir as acusações e desculpas esfarrapadas e descabidas de vergonha e arrependimento. O Pluto não se defende, mas nós podemos e devemos se defender com base na lei, instituições e união.
Um Apelo Final
Queridos irmãos e irmãs de Moçambique às quatro fronteiras, o desconforto que sentimos é um sinal de que nos importamos com o nosso país. Não deixem que a ansiedade os paralise. Assim como o Pluto, continuem a orbitar, a viver, a amar, e a lutar. O futuro pode ser incerto, mas a nossa força como povo é inegável. Juntos, podemos transformar este momento de desespero numa oportunidade de renascimento. Vamos erguer a cabeça e seguir em frente – o Sol de Moçambique vai voltar a brilhar para todos nós.
Com carinho e solidariedade, O Verbalyzador


Uma colocação bastante encorajadora para muitos que já não têm forças. É triste notar que a classe de libertadores já não se sensibiliza mais com a situação em que o país se encontra.
ResponderEliminarO que importa para a classe é controlar quanto entra nas suas contas particulares, o acontece com o resto da população já não lhes diz respeito.
O impacto directo ou indirecto dessa indiferença da classe é o aumento da pobreza, delinquência juvenil, frustração, violência, criminalidade, fuga de cérebros entre outros efeitos que se quer se dão tempo para refletir na sociedade que estão a criar.