Absurdo em Sofala: crianças sem escola por causa de cores partidárias

Os motivos da nossa desgraça resumense não por falta de recursos, mas sim por falta de capacidade de gestão do que temos. Somos pobres mentalmente que dá pena, tristeza e frustrações ao mesmo tempo, ao olharmos sobre a nossa situação intelectual. 

Nesta, nos remetemos a reflexão sobre as atitudes dos gestores do sector da Educação no país, não só em Sofala, mas à nível nacional. Partindo deste facto da Beira, onde retiramos a informação que dá conta que "o Sector da educação impõe condições para utilizar a escola de Nharimue, construída com fundos do conselho municipal da Beira." Que absurdo parece isso e até não parece ser verdade. 

Pois a ser, ora vejamos o que um internauta exclamou:

"Meninos deverão continuar nas árvores porque a escola tem cores do Município."

Que absurdo e em que direcção pretendemos tomar? O que é que as crianças podem aprender da atitude dos dirigentes do Sector da Educação em Moçambique, no gera e em Sofala, particularmente? Afinal, quem não quer o bem-estar da população e boas condições de ensino em Moçambique?

Dizem que gente só vê negatividades e só crítica, pois pouca gente sabe que, tal como os soldados, os governantes também, têm mais obrigações que direitos. Isso deve ficar claro. Assim como achamos ser muito positivo que haja pessoas que planejem entrar em contacto com entidades relevantes e compartilhar perspectivas construtivas sobre situações de gênero. 

Porque o país é que sai a ganhar e não este ou aquele partido, em que na disputa o país e os sonhos dos moçambicanos são partidos e não os partidos, dos par tidos como nossos representantes. O diálogo respeitoso e propositivo pode fazer uma grande diferença. 

Então, agradecemos esta oportunidade para manifestar o nosso repúdio a essa atitude de cortar o sonho das crianças da que seriam beneficiárias daquela instalação. Independentemente de quem construiu e quais cores ela tem, se não interferem na aprendizagem, as nossas diferenças políticas devem estar longe da inviabilização de melhorias das condições do ensino. 

Algumas reflexões sobre a baixa atitude dos dirigentes do sector

É compreensível a frustração com a exigência de mudança das cores da escola, especialmente considerando as necessidades educacionais mais urgentes em Moçambique. Porém, devíamos nos unir para ver Moçambique a crescer e não retardar o desenvolvimento em debates fúteis e infundados, motivados pela promoção de ódio entre nós. 

Ao mesmo tempo, o governo provavelmente tem suas razões para impor certos padrões, mesmo que não pareçam sensatos em todos os casos, como este, uma vez que coisas graves são cometidas dentro deste sector e nada se faz. Além de que não deviam interferir nos esforços dos outros actores nacionais ao proporcionarem melhores condições de infraestruturas para a actividade como está. 

Talvez seja possível encontrar uma solução conciliatória, e é melhor que haja - urgentemente, como manter as cores originais em certas áreas e usar outras cores nas partes exigidas pelo governo. Ou argumentar educadamente sobre a importância de preservar a identidade visual original da escola. 

Mas isso pode ser oneroso para a entidade que construiu e mostra falta de tolerância política à autoridade que impõe as tais condições. Voltamos a apelar pelo diálogo respeitoso e propósito que pode fazer uma grande diferença. 

Em última análise, a prioridade maior deve ser garantir que as crianças tenham acesso à educação, independente das cores das paredes. Se a exigência do governo inviabilizar o funcionamento da escola, é razoável questioná-la e buscar alternativas. 

E a melhor alternativa seria convidar aos incomodados com o novo perfil da infraestrutura a abandonar os cargos que desempenham no sector da educação e salvaguardar a garantia das boas condições que aquelas crianças, sem culpa alguma e inocentes, tem de usufruir daquela escola. 

Ainda que o ideal seria poder prover educação de qualidade para todas as crianças do país, independentemente da situação das instalações e das nossas diferenças políticas retardadas. 

Talvez este caso sirva para chamar a atenção às necessidades mais urgentes da educação em Moçambique. O que não conseguimos notar é fazer chegar o recado à quem é de direito, ou, são meramente ignorantes e contra aos anseios do povo moçambicano.

Esperamos que estas reflexões ajudem a trazer alguma luz e equilíbrio a esta situação e tantas outras que privam o desenvolvimento do país no geral.

A nossa expectativa é que essas acções, partilha de opinião construtivas, contribuam para encontrar uma solução boa para as crianças e a comunidade local. Assim como essa publicação visa buscar e fazer a diferença de maneira positiva e sem outra intenção negativa. 

Estaremos contente em sabermos que esse caso está caminhando para uma resolução razoável, principalmente em que as crianças se sintam priveligiadas longe da satisfação das ordens dos partidos. Chega de pobreza intelectual! 

Vamos fazer Moçambique para os moçambicanos

Por: Evaristo Pereira dos Santos



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