O custo oculto do gratuito: sobre a dominação através da gratuidade
Não significa necessariamente que se fosse PR compunha um governo competente e sábio, se não acertado para com os anseios dos moçambicanos. Mas também não há como tolerar e normalizar certas atrocidades e atitudes que prejudicam 31 milhões de moçambicanos e só beneficiam um cunhado e seus sequazes.
Começou o 2024 com uma ordem de encerramento de alguma escola no Maputo, alegadamente com melhores condições que milhares de escolas do Estado, no qual poderá deixar centenas de alunos sem estudar e abertura da suposta "maior escola secundária em Mafambisse, Sofala.
Salienta-se que está foi construída com fundos e esforços, até vontade privada e pessoal sem algum cunho do governo. Olhando pelo valor gasto para a infraestrutura e com o governo que se têm, nem uma Casa de Banho Pública de 2x3 de um caimento, saía.
Mas prontos, enquanto ainda se exporta a madeira e outra apodrece algures por questões que sabemos, milhões de crianças moçambicanas estudam ao relento, no chão, com professores frustrados e descontentes e o director fazendo do seu quarto pessoal de gabinete. Então, nesse cenário, longe do entretenimento fútil, nos deparamos com o pensamento do Richard Sennett.
“O gratuito significa sempre uma forma de dominação".
Ao reflectir sobre a educação em Moçambique, em particular, depois dos escândalos de erros e contestados conteúdos, encontramos alguns pontos que se encaixam ao expandir essa citação de Richard Sennett. Que do qual, de modo geral, observamos o seguinte:
Análises profunda da citação do Sennett
Primeiro, Sennett argumenta que quando algo é dado de graça, muitas vezes vem com expectativas ou obrigações implícitas. Aceitar algo de graça pode colocar a pessoa em uma posição de subordinação ou dependência em relação ao doador. Quem recebe perde Comando.
Segundo, ele sugere que o "gratuito" raramente é verdadeiramente livre. Mesmo um presente aparentemente generoso pode vir com strings attached (nós atados), seja explicitamente ou através de pressão social sutil para retribuir de alguma forma.
Terceiro, em relações e transações, Sennett vê o gratuito como uma potencial forma de exercício de poder e controle. Ao dar algo de graça, o doador ganha influência e domínio sobre o receptor. É como se o doador domasse o receptor para depois usá-lo ao seu belo prazer.
Ainda podemos notar que esta dinâmica pode se aplicar tanto a indivíduos quanto a nações. Por exemplo, a ajuda externa é frequentemente criticada por ter objetivos ocultos ou criar dependência do país receptor. Tal como lamenta-se por aqueles que são mais atentos e não seguem a moçambicanidade ao sabor do vento.
Ora vejamos que em geral, Sennett vê o "gratuito" com suspeita, como um instrumento de desequilíbrio de poder nas relações humanas. Ele enfatiza os perigos sutis da aparente generosidade quando vem sem reciprocidade ou com expectativas ocultas.
Em resumo, a citação destaca como mesmo actos bem-intencionados de dar podem esconder relações assimétricas e uma perda de autonomia ou liberdade por parte de quem recebe.
A influência das ajudas externas no Sistema Nacional de Educação
Um ponto interessante sobre como a ajuda externa e interferência podem minar a autonomia e prioridades nacionais na educação em Moçambique, como vínhamos tentar debruçar no início deste argumento, é particularmente e directamente apresentado neste momento. Deve-se, ainda que não se tenha algum nível de escolar, consciencializar a todos moçambicanos que:
Os doadores externos - não são malucos ou pessoas fartas de gastar o seu dinheiro - eles têm projectos a longo prazo. Então muitas vezes vinculam sua ajuda a determinadas condições, reformas ou enfases curriculares que servem mais aos seus interesses do que às necessidades locais. Isso pode levar a um currículo desempoderado e irrelevante.
Podemos também notar que dependência excessiva de financiamento externo pode significar que o governo moçambicano tem pouco controle ou propriedade sobre as políticas e prioridades educacionais. Há uma perda de soberania sobre decisões-chave.
Além de que os objetivos de curto prazo definidos externamente podem se sobrepor ao planejamento educacional de longo prazo e integrado feito internamente. Isso prejudica a construção de um sistema educacional coerente e alinhado com as metas de desenvolvimento do país.
O mais grave ainda, talvez seria considerar que a mentalidade de aceitar qualquer ajuda disponível, pode significar oportunidades perdidas para defender as necessidades e interesses moçambicanos em conversas com doadores. O que de certo modo, é um erro fatal para o nosso bem-estar ou desenvolvimento no geral.
De modo geral, destacamos como a excessiva influência externa na educação viola a autodeterminação e mina a relevância e efetividade do sistema educacional. Portanto, recuperar a liderança e a soberania sobre a política educacional é vital.
Para terminar, agradecemos pela paciência e achamos trazer esses insights por considerar importantes sobre as dinâmicas de poder em jogo na ajuda internacional. Pois a perda de autonomia é um risco significativo nestas situações, bem como em tantas outras que dificultam o desenvolvimento e o bem-estar comum.
Assim, vemos a desgraça dos alunos sem salas de aulas, escolas estatais sem infra-estruturas administrativas, professores sem salários e nem condições mínimas para lecionar, etc como parte da vontade dos doadores sobre a nossa necessidade e sonhos.
Que dos quais são subjugados a partir do momento que a educação nacional funciona com fundos de doadores que definem como é que os seus dinheiros devem ser gastos independentemente das nossas prioridades. Ademais, as imagens de cenários precários é mais uma porta para o pedido apoio que depois será desviado para fins pessoais dos grupos que estão tão pouco comprometidos com o país.
Por isso, é real acreditar que as imagens que retratam o pobre, rendem tanto quanto até pode vender-se a alma dos visados para completar o rendimento desejado à cada mandato.
Por:
Grande texto irmão Parabéns.
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