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A DITADURA DA BELEZA

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Como o Mundo Obriga a Mulher a Pagar Para Ser Vista Vista a partir de Bluntyre, Malawi , esta pode não ser uma reflexão nova — talvez seja das mais antigas —, mas continua a ser uma oportunidade urgente para recordar os sacrifícios que o mundo material impõe à mulher para que ela se destaque aos olhos da maioria. Num tempo em que até políticos desvalorizam abertamente os diplomas e a educação formal , proclamando que já não são critérios fiáveis para o mercado de emprego, a mulher é empurrada pelo eco vazio do mundo a acreditar que pode substituir as suas qualificações humanas, intelectuais e espirituais pela simples estética do seu corpo. Entre os homens, um dos critérios mais usados para escolher uma parceira continua a ser a beleza — ou, no mínimo, a boa aparência. São poucos os que olham para o coração, para o carácter ou para a profundidade espiritual de uma mulher. Se não for pela riqueza dela ou dos seus familiares, os homens vão pelo caminho mais ilusório e ao desejo da carn...

QUANTAS FRAUDES CABEM NUM PAÍS ANTES DE ELE EXPLODIR?

O inalcançável volume de irregularidades que nunca “afecta substancialmente” nada em Moçambique

Eu, moçambicano de Chimoio, em Manica, farto de migalhas e de mentirinha jurídica, pergunto sem rodeios: afinal, quantas irregularidades são precisas para que algo, em Moçambique, seja considerado “substancial”? Quantos bilhões desviados, quantos boletins de voto enchidos à noite, quantos jovens baleados na rua, quantos exames da 9ª classe a circular no WhatsApp antes da prova, são necessários para que o Tribunal Administrativo, o Conselho Constitucional ou o Ministério da Educação digam: “Agora sim, isto afecta substancialmente”?

Porque, até ver, o padrão é este:

O Tribunal Administrativo descobre bilhões de meticais evaporados nas contas do Governo e conclui: «As irregularidades detectadas não afectam substancialmente a execução orçamental.»

Observadores da União Europeia, da SADC e até a própria CNE encontram urnas recheadas, atas falsificadas, mortos a votar e concluem todos o mesmo: «Houve irregularidades, mas não afectam substancialmente os resultados.» O Conselho Constitucional confirma em três meses de silêncio cúmplice.

A Polícia mata mais de cem manifestantes pacíficos depois das eleições de 2024 e o relatório oficial diz: «Uso excessivo de força em casos isolados que não afectam substancialmente a ordem pública.»

E agora, em Novembro de 2025, chega a cereja podre no topo do bolo: exames nacionais da 9ª classe a circular no WhatsApp e no Facebook desde segunda-feira às 19h. A denúncia da ANAPRO foi pública. O MINEDH soube às 9h de terça-feira, enquanto milhares de crianças já escreviam respostas que meio mundo tinha lido na noite anterior. Só na quarta-feira às 8h, num comunicado de empresa, o porta-voz anuncia o cancelamento… apenas dos exames “vazados”. Os que já foram feitos depois da denúncia? Esses ficam. Não afectam substancialmente, claro.

Alguém consegue explicar-me a matemática desta merda?

Porque se fraude eleitoral com provas fotográficas, vídeos e atas rasgadas não afecta substancialmente a vontade popular, e se bilhões roubados da saúde e da educação não afectam substancialmente o Orçamento, e se balas na cabeça de miúdos de 19 anos não afectam substancialmente a democracia, então o que raio é preciso para que algo, neste país, afecte substancialmente alguma coisa?

E não me venham com conversa de “instituições a funcionar”. Funcionar para quem? Para a FRELIMO que há 49 anos decide o que é “substancial” e o que é “pormenor”?

Entretanto, professores ganham uma miséria, ameaçados de Forças de Defesa nas escolas se ousarem parar. Então alguns, cansados de gritar para surdos, escolhem outra forma de greve: deixam vazar as provas. É sabotagem? É. É crime? Talvez. É desespero de quem já não tem voz? Com certeza. E o Governo, esse sim, especialista em crimes que nunca afectam substancialmente nada, fica chocado, chocado!, com a falta de ética alheia.

Moçambique está a ferver por baixo. Não é fogo de palha das redes sociais. É panela de pressão sem válvula. E quando o povo percebe que a lei só serve para proteger quem manda, a lei vira papel molhado. Aí ninguém precisa de explosão. Basta que cada um, no seu canto, faça a sua “greve flexa”. Um exame vazado aqui, uma urna enchida ali, um desvio “não substancial” acolá”. Até que um dia o país inteiro seja só irregularidade. E aí, meus senhores do poder, até vocês vão ter de admitir: isto já afecta substancialmente.

Pergunto de novo, sem medo: quantas fraudes cabem num país antes de ele explodir por dentro?

Eu já sei a resposta que eles vão dar: «Calma, isso não afecta substancialmente…»

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Um gajo de Chimoio que já não aguenta mais esta palhaçada.

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