Publicação em destaque
POVO, DEVEMOS ENTREGAR OS LADRÕES DE LUXO À INTERPOL OU NÃO?
- Obter link
- X
- Outras aplicações
Messi na Angola, Cristiano Ronaldo com vermelho, Mambas a cobrarem dinheiro para jogo como Marrocos e filas longas atrás do atestado médico aos futuros braços de repressão popular, enquanto surge uma questão que agita o espírito colectivo, noutro lado do país: será correcto apoiar a Interpol na recuperação urgente de bens roubados, vindos da África do Sul e de outros cantos do mundo, que acabam por aqui? Falamos, sobretudo, de carros de luxo – esses veículos reluzentes que, de repente, parecem ter desaparecido das nossas vias, deixando um vazio suspeito nas estradas. O povo moçambicano, conhecido pela sua resiliência e sentido de justiça, deve ponderar: podemos, ou não, unir-nos nesta causa?
Imaginemos o cenário actual. Nas ruas de todas as cidades moçambicanas, não se veem tantos Mercedes, BMW ou Land Rovers a circular como outrora. Onde foram parar esses símbolos de ostentação? Rumores correm que muitos deles são "carros quentes" – furtados além-fronteiras e trazidos para cá, escondidos em garagens obscuras ou até usados por figuras insuspeitas. E o mais chocante: há indícios de que agentes das autoridades, desde polícias de trânsito a funcionários alfandegários e outras entidades, possuem esses veículos ilícitos. O público está indignado ao vê-los, nestes dias, a andarem em viaturas humildes – alguns até em motorizadas do tipo "rico", aquelas com acessórios que gritam luxo disfarçado. Será que o medo de serem apanhados os obrigou a esta humildade forçada? Ou é mera coincidência?
Pergunto ao povo moçambicano: apoiamos a Interpol nesta missão de recolher esses bens roubados, devolvendo-os aos legítimos donos? Para quem sabe onde estão guardados esses carros, ou quem os tem, seria correcto denunciar? A Interpol poderia, quiçá, anunciar um prémio substancial para incentivadores – uma recompensa que motivasse os que hesitam, transformando o silêncio em acção colectiva. Parece haver pessoas dispostas a ajudar; conversas nas esquinas, nos mercados e nas redes sociais sugerem que muitos querem ver justiça feita. Mas será que isso não trairia uma certa "solidariedade" interna, ou pior, colocaria em risco quem denuncia?
Por um lado, apoiar a Interpol seria um acto de rectidão. Moçambique, como nação soberana e parte da comunidade internacional, não pode ser refúgio para o crime transfronteiriço. Recuperar esses bens não só limparia a nossa imagem global, como injectaria moralidade no nosso dia-a-dia. Imaginem: ruas mais seguras, autoridades exemplares e um povo orgulhoso de não compactuar com o roubo. Além disso, prêmios para denunciantes poderiam democratizar a justiça, permitindo que cidadãos comuns contribuam sem medo, protegidos por anonimato.
Por outro, há quem argumente contra: e se isso gerasse desconfiança entre vizinhos, ou pior, retaliações? Em contextos onde a corrupção por vezes se entrelaça com o poder, denunciar poderia ser visto como traição. E os "carros quentes" nas mãos de autoridades? Revelá-los exporia falhas no sistema, mas também poderia desestabilizar instituições já frágeis. Seria correcto arriscar isso, ou preferimos o status quo, onde o luxo roubado beneficia uns poucos enquanto o resto sofre?
No fundo, esta não é apenas uma questão de carros; é sobre o carácter da nossa nação. Povo moçambicano, o que acham? Devemos clamar pela Interpol, denunciando abertamente quem tem e onde estão esses bens, ou aguardar que o tempo resolva? Se optarmos pelo sim, que a acção seja urgente – antes que mais viaturas desapareçam no esquecimento. A escolha é nossa: justiça ou cumplicidade? Opinem, partilhem, actuem. Moçambique merece melhor.
- Obter link
- X
- Outras aplicações
Comentários


Sim, devemos agir de acordo com o princípio internacional e é simples: Se a viatura for comprovadamente roubada e houver provas de propriedade legítima, ela deve ser devolvida ao dono, independentemente da nacionalidade.
ResponderEliminarIsso baseia-se em normas de direito internacional e combate ao crime transnacional. Sim, apoiamos a interpol nessa missão.
Dizem que Responde sim quem não tem GD6
Eliminar