Ecos da Política e politiquice moçambicana

Entre denúncias e acusações revelam-se escândalos nos camaradas do cinquentenário e até aos novatos.

Tecnicamente, estamos perante a erosão moral e ética na política moçambicana. Enquanto de um lado parece cómico, do outro lado é preocupante os contornos que o processo está seguindo a nível nacional, bem como nas províncias. Pior ainda é ver o quão estão mostrando vivamente a defesa dos interesses pessoais em detrimento da maioria e da vontade popular para um desenvolvimento real e sustentável do país.

A presente exposição retrata uma realidade alarmante e gritante no seio dos dos principais partidos, organizações e formações políticas de Moçambique, desde a Frelimo, Renamo, MDM, etc. Assistimos a uma onda crescente de denúncias escandalosas e deserções, motivadas por práticas corruptas, compra de influências e interesses meramente pessoais, em detrimento dos ideais de serviço público e bem-estar colectivo.

Os factos apresentados nas redes sociais e outros meios de comunicação social, revelam uma profunda degradação dos valores éticos e morais que deveriam nortear a actuação política dos representantes do povo moçambicano. A transparência, a dignidade e a integridade são constantemente violadas, enquanto a ganância e a ambição desenfreada impera nos membros e fanáticos dos partidos.

Onde se pode notar que os tais partidos políticos tornaram-se palco de negócios escusos, onde a consciência é negociada e a vontade popular é subjugada aos caprichos de uma elite corrupta. Que por sinal há propinas e cunhas, preços fixados para aceitação segundo as queixas e reclamações vindas dentro dos partidos. 

É lamentável constatar que os cidadãos são meros peões neste jogo de poder, mobilizados e explorados em nome de promessas vazias e ilusões. Suas necessidades básicas são negligenciadas, enquanto os líderes se entregam a uma luta ferrenha pelo controle do poder e dos recursos. Prova concreta que nada mais dá dinheiro que a política ou simplesmente algum posicionamento em certos cargos e funções como membro do partido ou ao mais alto nível - no governo. 

Perante esta realidade desoladora e revelada, é imperativo condenar veementemente tais práticas e exigir uma profunda reformulação do sistema político moçambicano. É inadmissível que a nação continue refém de indivíduos sem escrúpulos, cujas acções perpetuam a pobreza, a injustiça e a degradação dos valores democráticos.

O que resta nessas denúncias e renúncias, perfazidas pelas reclamações de exclusão e despromoção na Frelimo, renuncia a qualidade de membros na Renamo, MDM, Pfumo, etc. Em contrapartida os novos movimentos estão ganhando terreno a cada dia. O que falta é ouvir-se quantas ou quais as camaradas se prostituiram para conseguir alguns lugares e regalias nos seus partidos. 

Em todo, caso, digamos o seguinte: o povo moçambicano merece líderes verdadeiramente comprometidos com o bem-estar coletivo, pautados pela ética, pela transparência e pela defesa intransigente dos interesses nacionais. Só assim Moçambique poderá trilhar o caminho do progresso, da dignidade e da prosperidade duradoura.

Lino TEBULO
linoisabelmucuebo@gmail.com
Mandimba, 12 de Junho de 2024. 

Ecos da Política e politiquices moçambicana. 



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