O Poder Transformador do Consumo Local em Moçambique

Por Que é Que as Iniciativas Locais Deviam Ser Consideradas Como Raízes da Prosperidade em Moçambique?

O Poder Transformador do Consumo Local em Moçambique. 

Aparenta-se ser sensacionalista e superficial ao trazer atona conteúdos do género, depois de ver-se frustrada várias campanha e programas do governo com essa propaganda como agenda de governação, em determinados momentos. Mas o consumo de produtos locais é uma questão vital para o desenvolvimento económico e cultural de países como Moçambique.

Esta reflexão explora as razões pelas quais os moçambicanos deveriam apostar mais no consumo de produtos e serviços nacionais, abrangendo áreas como artes, desporto, alimentos de quilómetro zero e habilidades locais. Explicamos porque!

Fortalecimento da Economia Nacional

Apesar dos abalos de crises perpetrados pela conjuntura e outros factores globais, ao optar por produtos locais, os moçambicanos contribuem directamente para o crescimento da economia nacional. O dinheiro gasto em produtos locais circula dentro do país, gerando empregos, estimulando o empreendedorismo e fortalecendo as comunidades locais. 

Às vezes é de se dar valor, por exemplo, as atitudes dos cidadãos que quando compram produtos na rua, pagam por serviços prestados por particulares anônimos e conhecidos nas suas casas, etc, sem negociar o preço e nem solicitar o troco, contribuem bastante na vida das pessoas beneficiárias. Reduzindo toda via a vulnerabilidade dos tais necessitados tornarem-se mendigos nas ruas. Pois, desse gesto eles podem aumentar suas capacidades de fornecer e oferecer mais produtos e serviços. Porém, há que se exigir deles sempre, moderadamente, a qualidade do que podem dar mais ou mesmo até conselhos de como melhorar seus rendimentos. 

Preservação da Cultura e Identidade

Parece pouco importante observar esse aspecto no que toca a vida espiritual da moçambicanidade hoje em dia. Mas o consumo de produtos locais, especialmente no campo das artes e do artesanato, ajuda a preservar e valorizar a rica herança cultural de Moçambique. Isso fortalece a identidade nacional e promove o orgulho pela cultura moçambicana.

Aliás, é constrangedor quando um moçambicano é confrontado a explicar alguns hábitos e tradições até da sua terra natal e tenha que devagar duvidosamente sobre o que devia sentir-se frenético ao falar sobre. Um ser humano que se dissocia das suas raízes, não é digno de confiança a nenhum outro povo. Tem sido sempre considerado um eterno desconhecido e desconfiado. 

Sustentabilidade Ambiental

A preferência por produtos alimentares de quilómetro zero, aqueles produzidos pelos vizinhos em hortas do quintal e o pessoal ali dos rios e riachos, pântanos e lagos, valas e etc. reduz significativamente a pegada de carbono associada ao transporte de longa distância. Isso contribui para a preservação do meio ambiente e promove práticas agrícolas mais sustentáveis.

Além deque são produtos que às vezes tem sido resultado de produção sem uso de substâncias químicas, nocivas ao próprio homem e até ao solo, se não ao ambiente como um todo. Uns os consideram ser genuinamente saudáveis e ricos em tudo que se deseja nutrir quando se opta em consumi-los. 

Fomento à Inovação e Qualidade

Ao valorizar os produtos e habilidades locais, cria-se um incentivo para que os produtores moçambicanos invistam em inovação e melhoria da qualidade. Isso pode levar a um ciclo virtuoso de desenvolvimento e competitividade local em relação ao mercado além, proporcionando o próximo ponto a mencionar a seguir. 

Apoiar e contribuir com pequenos gestos como criticar positiva e negativamente, mas de forma moderada, não tira uma parte de nós, pelo contrário, engrandece o nosso espírito e purifica a alma de quem o faz. E, desperta a bênção e criatividade de quem aprecia assim como do criador ou produtor. 

Redução da Dependência Externa

A promoção do consumo local diminui a dependência de importações, fortalecendo a autonomia económica do país e reduzindo a vulnerabilidade a flutuações nos mercados internacionais.

O qual, aproveitando desde já a celebração dos 49 anos de independência nacional, a redução da dependência seria o verdadeiro sentido de expressar a autonomia, liberdade e desenvolvimento sustentável ao sabor de consolidação da paz e prosperidade.

Valorização do Talento Nacional

No desporto e nas artes, o apoio às iniciativas locais incentiva o desenvolvimento de talentos nacionais, criando oportunidades para que os artistas e atletas moçambicanos possam prosperar em seu próprio país.

Então, não devia haver receio em apoiar os novos talentos nos bairros, pequenos eventos desportivos e culturais criados para entreter e divulgar as potencialidades ímpares contidas nas comunidades moçambicanas. Isso abre o horizonte para várias possibilidades de investimento e consequentemente desenvolvimento pessoal e comunitário. 

Sem ainda se esquecer que, muitos adolescentes e jovens quando ocupados na criação e envolvimento de certas actividades, que a comunidade se dá algum tempo para assistir, apreciar e apoiar de certa forma, afasta essa camada dos vícios às drogas que arrastam dezenas para vida do crime e outros perigos e males maiores, que tornam-se difícil de controlar e combater quando ganham terreno na sociedade.  

Conclusão: Semear o Futuro de Moçambique

Apostar no consumo de produtos locais é mais do que uma escolha económica; é um investimento no futuro de Moçambique. Cada compra local é uma semente plantada no solo fértil da nação, que germina em forma de empregos, inovação e orgulho nacional. Ao valorizar o que é produzido dentro das fronteiras moçambicanas, não apenas fortalecemos nossa economia, mas também nutrimos nossa identidade cultural única. É um chamado para que cada cidadão se torne um guardião do património nacional e um arquiteto do progresso. Juntos, consumindo local e pensando global, podemos construir um Moçambique mais próspero, sustentável e orgulhoso de suas raízes.

Paulino Intepo
paulino.arcanjo@yahoo.com

Vendedor ambulante de carne no mercado Kwacena, Cidade de Tete. 
Foto: Recorte do vídeo de Jesse Dimande, 2024. 

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