O Paradoxo da Violência: Quando a Força Policial Reflecte a Corrupção Estatal e Muitos Ignoram.

A polícia em Acção, Mundo pára e critica a actuação


Às opiniões a seguir, capturam a essência do que aponta a violência policial como um sintoma de uma corrupção maior e sistêmica no Estado, que é ignorada ou não percebida por muitos. Razão de ser algo paradoxal longe de apenas olhar na má actuação da polícia. Infelizmente, por incrível, as imagens chegam ao mundo, depois de poucas semanas de ter havido uma capacitação dos agentes da Polícia da República de Moçambique em matérias ligadas à observação dos direitos humanos no exercício das suas actividades. Mas parece que as classes inferiores que actuam directamente com a população no dia-a-dia, não se beneficia das tais informações e o resultado…

Algures no sul de Moçambique, foi filmado um vídeo onde a polícia usa violência física ou tortura como forma “inteligente” sobre uma família, para proceder com a recuperação de alguma informação e bens resultantes do roubo que a mesma é acusada de promover na zona. Está um agente com cacete batendo uma senhora deitada e mais logo uma outra senhora forte, sobe por cima da vítima na coluna e pisa-lhe até as costas, enquanto lhe dão os chambocos. A vítima chora desesperadamente diante de todos suplicando para pararem. 

Este é o esforço físico, a energia, as práticas sobre raiva que devia se usar para endireitar os dirigentes malandros, governantes e qualquer indivíduo servidor público quando se envolvesse nos casos de corrupção, roubo, desvio de fundos, fuga ao fisco até outros actos parasitários que lesam o Estado, no exercício das suas funções. Pois são muitos que estão a desgraçar o país até estar numa situação deplorável como muitos sectores recentem.

Deviam ser assim sancionados todos aqueles que à custa dos cargos e funções que desempenham no Aparelho do Estado, vivem dilapidando o erário em detrimento de tudo fazer para que Moçambique saia dessa categoria de países pobres para verdadeiramente em vias de desenvolvimento. A tal violência condenada nos olhos dos Direitos Humanos, devia ser o modelo a seguir aos que se desviam da conduta ideal e prescrita aos serviço do povo moçambicano e se envolvem em extorsão na via pública em plena luz do sol e na vista de todos ou dos mais atentos, pelo menos. 

Mas enfim, ali estava a polícia em mais uma das suas várias e fatídicas jornadas de restabelecimento da ordem e tranquilidade pública. Só que esta árdua tarefa só é exercida para os mais pobres que cometem crimes menores e não são submetidos aos que têm advogados e toda máquina do governo a um clique de distância. Isso é que é um verdadeiro absurdo. Os que seus roubos e desvios de fundo e recursos resultam em mortes infantis, no parto, pela fome e cede não são batidos daquele jeito. Pelo contrário são promovidos, conduzidos aos outros mandatos e cargos para usarem aquela polícia contra reivindicações legítimas da população. 

Por outro lado, se nós que condenamos nos puséssemos no lugar dos três actores que estavam no vídeo publicado (os agentes da polícia, os lesados pelo roubo e o ladrão), e se submetermos a uma reflexão profunda, nos chegaria a consciência que o problema parte da má gestão do Estado, o qual, ao invés de levarmos esse assunto à sério, empurramos com a barriga, ignorando e desleixado por completo assuntos relevantes a boa educação como se não fossemos directamente afectados.

Pois, quando um dirigente, sendo político, não é justo, é desonesto, corrupto e insensível aos interesses da comunidade que representa, não é fiel a sociedade de que faz parte, o resultado cria atropelos de conduta para todas outras áreas. Como é que a polícia vai fazer o seu trabalho correctamente se a fonte das ordens superiores é parte de um grupo de má conduta? Só podemos lamentar covardemente e enriquecer matérias para os órgãos de comunicação à serviço do ocidente e com fins unicamente comerciais. 

No vídeo ficou claro que a polícia usa a violência física para obter aquilo que precisa. Com aqueles cacetetes e o peso da outra senhora sobre o corpo de alguém, é muita dor na flor da pele até na alma da vítima que pode lhe levar à morte. Porém, ela suportava o peso e a dor do chamboco indefesa e em lágrimas por conta de quem a pôs naquela situação a comunidade e as tentativas desonestas para sobrevivência nessa época de campeonato. 

Mas como é que os moçambicanos saberão que roubar não é bom, se todos dias há revelações até em flagrante de escândalos em grandes dimensões, anunciados nas redes sociais e televisões sobre o roubos de biliões e milhões de meticais, posse e privatização de recursos e outras acções maléficas ao Estado moçambicano, perpetrados por pessoas que estão no governo ou que têm influências de altos dirigentes como accionistas nas suas empresas e não pagam impostos dentre outras práticas vergonhosas, mas que no fim a polícia e o judiciário pura e simplesmente não agem sobre eles? 

Já, quando o outro cidadão sobrevive roubando logo deve ser submetido a tanta violência como a que se vê no vídeo. Deve-se transferir aquele ódio sobre o ladrão infiltrado nas fileiras, nas altas estruturas no Estado. Aqueles métodos de recuperação de bens alheios são eficazes e eficientes. Devesse experimentar pegar um corrupto na polícia igual, na educação, na fiscalização, na procuradoria, na saúde, etc. e submeter à aqueles métodos que o agente até precisou usar o lencinho para se limpar do suor em pleno mês de frio e, se calhar, uma das cadeiras roubadas para descansar.

Então, condenar veladamente os actos de uso de violência sobre cidadãos de má conduta, pela polícia em exercício do restabelecimento da tranquilidade e lei ordem, é louvável, mas também se deve sublinhar que é o resultado da má governação e sinal de algo estar a correr mal. Facilmente vamos julgar a polícia e seus variados modos de uso de força, excesso de zelo, negligência propositada, etc. por erros de gestão que a população em geral não quer levar a sério à quem é de direito por razões párias.

Ora porque não querem se meter na política porque não são políticos e somos aconselhados a cuidar da nossa vida. Mas se gente deixa a política nas mãos de gatunos e outros párias, flibusteiros e bucaneiros, bandidos organizados nas instituições do nosso país, nossos filhos, maridos e esposas terão dificuldades sérias e correrão riscos de invalidez até perda de emprego por falta de boa conduta que devíamos exigir aos que se comprometem em nós dirigir e prover melhores condições de vida.

Ontem foi aquela família a sofrer e aqueles agentes a fazerem sofrer. Amanhã seremos nós, um de cada vez e finalmente, por incrível que pareça, apenas, limitamo-nos a murmurar e lamentar enquanto os outros que não têm trabalho, aliás que o trabalho é repreender aqueles actos e reportar à América e Europa, vão fazer suas matérias nos rotularem como um país que não observa os Direitos Humanos.

Saiu mal na fita a polícia, mas devíamos usar aquela pujança bárbara para endireitar alguns chefes moçambicanos que são coniventes activos no roubo e desvio frutífera dos recursos valiosos e não renováveis que estão acabar e não temos nem estrada, nem casas dignas, nem transporte, saúde, educação decente e progressiva, respectivamente, para estarmos no mesmo nível com as civilizações e culturas de pessoas mais espertas que nós como menos recursos naturais. 

E por conta disso e outros factores que pela ignorância generalizada afogada no cumprimento da palavra da Bíblia e Alcorão diante de outros compatriotas desonestos, Moçambique está sucumbir na nossa frente com todas condições para decolarmos e não ver mais vídeos tristes como aquele e tantos outros actos violentos que não são filmados e se filmados não partilhados. Vamos mudar moçambicanos, o futuro começa hoje. 

Evaristo Pereira dos Santos
eva301023@gmail.com 

Maputo, 11 de Junho de 2024

Junho, 10 de 2024. A polícia em Acção, Mundo para e critica a actuação 01.


Comentários

  1. A polícia actuou daquela forma, ou pode ser que a pessoa roubada faz linhagem familiar de um dos chefes da polícia, ou então, a pessoa pagou uma boa gorjeta a polícia. Está polícia não faz aquilo por ser seu serviço. Não. São aproveitadores

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