CHINA BANE DRAMAS DE CEOs RICOS
Lição para África ou Ilusão de Controlos Cultural?
A China apertou a regulação sobre micro-dramas que romantizam relações entre CEOs milionários e mulheres pobres. O objectivo oficial é conter o materialismo, a hipergamia e as expectativas irreais criadas entre jovens, sobretudo raparigas, que passam a ver o casamento com um homem rico como via principal de ascensão social.
Estas narrativas — populares também nos K-dramas — difundem a figura do “homem poderoso que salva a mulher humilde”, um enredo sedutor, mas profundamente enganador. Para Pequim, trata-se de uma ameaça ideológica aos valores de esforço individual, ambição profissional e independência económica.
África: o mesmo sonho, outras raízes
Em África, o fenómeno não é novo. Novelas brasileiras, mexicanas e turcas moldaram durante décadas imaginários românticos em países como Moçambique, Angola e Nigéria. Hoje, os K-dramas ocupam esse espaço, amplificados por plataformas digitais.
O problema é que estas histórias reforçam padrões já existentes: a hipergamia cultural, a pressão familiar para “casar bem” e práticas como o lobolo, muitas vezes interpretadas como medida do valor económico da mulher. O resultado é frustração, relações desequilibradas e expectativas irreais num contexto de pobreza estrutural.
Proibir resolve?
Uma eventual regulação africana teria ganhos e riscos. Poderia quebrar ilusões, estimular conteúdos locais mais realistas e reduzir a mercantilização do casamento. Porém, abriria espaço para censura abusiva e seria facilmente contornada pelo streaming global. Além disso, para muitas mulheres, estas narrativas funcionam como escape simbólico de realidades duras.
O verdadeiro caminho
O problema não são as novelas em si, mas as desigualdades que tornam essas fantasias atraentes. Sem educação, oportunidades económicas e autonomia real para as mulheres, qualquer proibição será cosmética.
Mais do que censura, África precisa de educação mediática, investimento em produção cultural própria e políticas sérias de igualdade de género. Sonhos não se combatem com interdições, mas com alternativas reais.
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