É uma questão de desajuste das Prioridades na Educação em Moçambique? Viaturas Novas versus Necessidades Fundamentais
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É uma das maiores preocupações em Moçambique - Compreensão das reais necessidades.
A distribuição de viaturas novas aos distritos pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) de Moçambique em colaboração com os parceiros, a USAID pelo Fundo se Apoio ao Sector de Educação, para ser um dos casos onde, estando com fome, ao invés da enxada, nos deram a comida e ainda ficamos sem saber produzir para matar a próxima fome.
Pois a alocação das viaturas suscita questionamentos sobre as prioridades do governo no sector educacional. Embora a iniciativa tenha o objectivo louvável de facilitar a gestão e a logística, é crucial avaliar se esse investimento está alinhado com as necessidades mais prementes da educação no país. Só de imaginar a gestão das próprias viaturas e a manutenção necessária, parece haver mais problemas que soluções esperadas.
Disparate paradoxal dos apoios de parceiros.
Em primeiro lugar, é importante destacar o contexto desafiador no qual essa medida está sendo implementada. Moçambique enfrenta uma crise persistente no sector educacional, com altas taxas de analfabetismo e baixo desempenho dos alunos. Segundo os dados apresentados, dois terços das crianças que concluem o ensino primário saem sem conhecimentos básicos de leitura, escrita ou matemática. Essa realidade contrasta com o investimento significativo do governo na educação, que representa cerca de um quinto de sua despesa total, acima da média africana.
Nesse cenário, a chegada de viaturas novas aos distritos pode ser vista como uma medida controversa, especialmente quando os professores e a população relatam problemas mais urgentes, como falta de pagamento de Horas Extras, escassez de livros escolares, salas de aula inadequadas e até mesmo crianças estudando ao ar livre, sob as árvores. Essas condições precárias dificultam o processo de ensino-aprendizagem e comprometem a qualidade da educação oferecida.
Além de que o programa envolverá todos distritos e mais de 170.000 professores em 15.000 escolas entre 1ª a 6ª Classe, a eficácia da implementação, contando com o baixo nível de comprometimento dos envolvidos e as dinâmicas erradas de como gerir os recursos disponíveis para surtirem efeitos desejados pelo país, em contrapartida dos anseios obscuros dos inimigos, é muito difícil encontrar equilíbrio das nossas intenções com os parceiros.
É compreensível a insatisfação dos professores e da população diante dessa situação. Enquanto as necessidades básicas permanecem não atendidas, a aquisição de viaturas novas pode ser interpretada como uma priorização equivocada dos recursos disponíveis.
É essencial que o governo demonstre sensibilidade às demandas dos educadores e das comunidades, priorizando investimentos que tenham impacto directo na melhoria das condições de ensino e aprendizagem. Outro sim, as comunidades, nós a população, é preciso estudarmos formas positivas de manifestação das preocupações realmente fundamentais para ajudar o governo a ter um alinhamento concreto do que precisamos.
Ademais, é importante considerar o momento político em que essa medida está sendo implementada. Com as eleições se aproximando, é natural que a população questione se a distribuição de viaturas não está sendo utilizada como uma estratégia política, em vez de uma acção genuína voltada para o desenvolvimento da educação, propriamente descrito.
Opinião Colectiva
Nesse contexto, o governo deveria concentrar seus esforços em resolver os problemas fundamentais do sector educacional, como a falta de infraestrutura adequada, a escassez de materiais didáticos e a valorização dos profissionais da educação. Somente com um enfoque nas necessidades reais dos estudantes e dos educadores é possível construir um sistema educacional sólido e equitativo, capaz de formar cidadãos preparados para enfrentar os desafios do futuro.
Em conclusão, embora a distribuição de viaturas possa ter um propósito logístico válido, é fundamental que o governo de Moçambique demonstre clareza e transparência em suas prioridades, priorizando investimentos que tenham impacto directo na qualidade do ensino e na melhoria das condições de aprendizagem para todos os estudantes, independentemente de sua localização geográfica ou status socioeconômico.
Uma autêntica barbaridade sinceramente, caramba meu.
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