O Fardo do Passado: NINGUÉM QUER ABRIR SUA PRÓPRIA SEPULTURA .
Hipotética Razão da Demora ou Paralisia na Sucessão Presidencial da Frelimo para Moçambique.
Aparentemente é delicado opinar sobre assuntos de género, uma vez que há pessoas preparadas e dedicadas a defender o que é óbvio para ser questionado. Mas com base nas informações e observações, é possível formular insights, reflexões que acomodem a ansiedade sobre o assunto. Afinal, o partido é de todos nós e está num país que directamente sacrificamos alguma coisa nas nossas vidas para construí-lo. Assim surge o seguinte argumento aprofundado e contundente, sobre a demora e a paralisia da indicação da figura de cartaz para o próximo pleito eleitoral.
A demora na escolha do candidato presidencial do partido Frelimo para as eleições de 2024, parece estar enraizada em um complexo emaranhado de receios e desconfianças internas. O principal factor subjacente é o histórico de possíveis actos criminosos cometidos por membros influentes do partido durante gestões anteriores.
A percepção de que o actual presidente, Filipe Nyusi, rompeu com a tradicional cumplicidade entre correligionários ao processar judicialmente figuras-chave do governo de seu antecessor, Armando Guebuza, por escândalos como as "dívidas ocultas", semeou um profundo temor.
Ninguém quer abrir sua própria sepultura
Talvez por isso, muitos membros da Frelimo agora temem que um novo líder possa seguir os passos de Nyusi e investigar rigorosamente eventuais irregularidades cometidas durante suas próprias administrações. Será essa mensagem "secreta" pela positiva de quem disse que "o próximo candidato deve ter o perfil" do actual?
Enfim, esse clima de desconfiança mútua é exacerbado por rumores persistentes e acusações de condutas criminosas envolvendo não apenas autoridades anteriores, mas também integrantes do actual governo, tanto em Moçambique quanto no exterior. Embora não comprovados, esses indícios criam um ambiente de suspeição generalizada, no qual ninguém parece disposto a arriscar ser o próximo alvo de perseguições legais.
Consequentemente, a Frelimo caminha com extrema cautela no processo de sucessão presidencial. Cada potencial candidato é minuciosamente avaliado não apenas por suas credenciais políticas, mas também por sua suposta "limpeza" em relação a escândalos passados ou presentes. Essa análise detalhada de riscos contribui para o atraso na definição do nome que representará o partido em 2024.
Paralelamente, surgem especulações de que forças internas estariam articulando uma recandidatura do presidente Nyusi, contrariando a tradição de mandatos únicos. Essa hipótese, vista por alguns como um "esquema martelado" na Organização da Juventude Moçambicana (OJM), poderia representar uma tentativa de contornar os receios em torno de um novo líder potencialmente mais rigoroso em investigações.
Quem não deve não teme
Em suma, a dificuldade na escolha do candidato presidencial para a Frelimo reflecte um intrincado emaranhado de temores, desconfianças mútuas e a busca por autopreservação dentro de um partido que, ao que tudo indica, carrega um fardo histórico de possíveis transgressões legais por parte de seus quadros. Essa dinâmica complexa acaba por paralisar ou atrasar o processo sucessório e indicação do próximo.
Mas em todo caso, essa é só uma simples suposição. Uma hipótese, como dissemos, que acomoda a ansiedade de quem tenta se preocupar em "quem será o próximo candidato a presidencia do país." Independentemente de ser velho ou jovem, homem ou mulher, é importante que não ameace pôr na rampa os antecessores.
Enquanto isso, o dia 05 a 06 de Abril parece distante, enquanto observamos especulações da presença do Samora Machel Junior, na lista dos candidatos pelo manifesto apresentado em alguns jornais, enquanto uma das sessões da OJM figura a foto do PR nas camisetas. Deixemos estar, tudo o que importa é um Moçambique de paz e prosperidade.
Por outro lado, talvez seria um bom equilíbrio antes nunca de termos um mandato recheado de inovações, realizações concretas, ainda ver outra caça às bruxas massiva perpetradas por Samito ou VM7, na presidência. Ainda que alguns apenas anseiem por um equilíbrio nas bancadas parlamentares com um preenchimento que permita três ou apenas duas bancadas ter a percentagem que desafie uma. Pois seria interessante para o ano que vem.
Abraços!
Bom dia. Parabéns pela reflexão. Está muito trabalhada. Força
ResponderEliminarHopa boa reflexão mas parece acente somente em oque nos podemos ver.. falo de samito ou Venâncio..
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