O que dizer sobre a VI sessão ordinário do Conselho Nacional da RENAMO.
A Política do Silêncio: O Dilema de Venâncio Mondlane em Moçambique
Além da confusão divulgada pela TV Sucesso, o que notamos no evento foi um Moçambique que enfrenta um dilema político complexo, no qual a postura de políticos como Venâncio Mondlane e os seus apoiantes, parecem entrar em choque com as raízes da cultura política enraizada no país: venerar os velhos e repudiar os jovens.
Enquanto em outros hemisférios figuras contestadoras e activas, seriam apoiadas, em Moçambique, a tendência predominante é a de passividade e omissão por parte da classe política. Associada com hábito de rir aos que se aventuram a engajar-se nesse ramo fundamental para mudanças significativas na vida dos cidadãos de um país.
É com razão que isso acontece: educação dificiente aos pobres - que somos a maioria, saúde doente e com economia fraca, o resultado é ter um povo embrutecido.
A sessão trouxe-nos a reflexão que expõe que o "problema de Venâncio Mondlane" não está nele próprio, concordando com alguns analistas lúcidos, mas sim no facto de ter nascido em um país onde colectivamente se acredita que a melhor forma de fazer política é ficar calado, mesmo quando as coisas estão mal e esperar por milagres.
Enquanto a Frelimo discutiu um elefante na sala, a Renamo teve um búfalo.
Essa cultura política, marcada pela conivência e silêncio, parece entrar em conflito com a postura mais activa e engajada que se esperaria de um agente político, que a dado momento já se intitula como activista político. VM7, mesmo sem ter condições ou "perfil" para ser convidado a VI sessão, provou ser uma figura incontornável. Ao invés de um elefante, talvez seja um "búfalo" a ser ou que foi mais discutido na sessão deste Conselho Nacional da Renamo.
Questiona-se, então, o que realmente significa fazer política em Moçambique. Enquanto no sentido universal a política implica em intervencionismo e contestação, no contexto moçambicano, ela parece ter se desvirtuado, tornando-se uma política de submissão e acomodação. O que é visível nos dois maiores partidos que temos até então.
Dois ou três deputados falam, o restante terminam dois mandatos e única coisa que fizeram foi bater palmas, gritos e assubios. Quantos milhões pagos para essa gente futilizar em lugar de construir-se escolas e hospitais, estradas e pontes, entre outros gastos importantes e necessários? É por isso mesmo que preferiram fechar-se às ideias de como ter uma oposição fraca que dei-a maior vantagem a Frelimo e não nos enganemos que daquela toca sai coelho algum.
Nesse cenário, a iniciativa de Venâncio Mondlane em adoptar uma postura mais combativa, proeminente, incansável e activa, corre o risco de ser rechaçada pela população, acostumada a uma classe política passiva. Aliás, as mídias sob controlo do actual governo, tentam em favor à serventia, trazer como opinião pública e da maioria, a redução da figura do VM7.
Esse dilema reflecte uma dinâmica complexa, na qual a postura corajosa de um político como Venâncio Mondlane se choca com as raízes de uma cultura política moçambicana marcada pela omissão e conivência, apenas. Compreender e enfrentar esses desafios é fundamental para promover uma transformação efectiva no cenário político do país.
Enfim, diga-se ainda, que quem sai à perder não é VM7, se as coisas não forem ao seu favor. É o povo que perde as alternativas. Estariam agora o MDM, a ND e entre outras formações a organizar estratégias de comunicação para conseguir angariar os eleitores dessidentes da Renamo. Pois aquela Renamo hoje reunida, não precisamos de lupa para ver que dali não haverá nada especial.
Mas como a intenção não é ganhar eleições, mas sim beneficiar um grupo algumas regalias, então, todos sentam e observam como as coisas vão indo.
Muitos velhos já morreram e a Renamo que se pretende hoje em dia não é de comodismo. É falta de estratégia e vesse que os guerrilheiros que sobraram são os que estavam na cozinha, etc. Nunca estiveram na elaboração das estratégias fundamentais dos conflitos. Daí que apenas mendigam pelas migalhas e não está por sua conta o sentimento do povo moçambicano, muito menos os interesses colectivos do povo.
VM7, o Búfalo a ser discutido trouxe a luz a Renamo que sobrou nesses dias. E se qualquer outro jovem que venha com energia do Venâncio criar seu partido na próxima semana, tiver apoio de alguns cantores corajosos, youtuber, Facebookeiros e tiktokers, etc levará a maior votação em Outubro, pois se fará só para dar lugar a nova esperança e vingança de desbancar aos velhos que com A+B demonstraram claramente que estão nos partidos pelos interesses pessoais e o povo consente com isso.
Vamos esperar os próximos passos. Mas mais do que desespero nessa formação política, tal como o povo moçambicano, ambos, foram a maior decepção para quem esperava mudanças na arena política de Moçambique. O resto são narrativas. Daqui para frente aguardaremos o próximo pleito eleitoral nos próximos 05 anos. Por que este ainda a Frelimo governara com qualquer um que decidirem pôr.
Portanto, vergonhoso não foi atitude de andar nos tribunais e televisões, vergonhoso é ver a velha guarda, generais a mendigar migalhas e triste ainda, se não penoso é ver o povo senso cúmplice dessas tolices todas à luz do dia.
Lúcido análise!
ResponderEliminarTop!
ResponderEliminar