Nyusi na encruzilhada: Liderança em xeque e a crise de confiança

Estrato de um vídeo amador, captando o cenário de abandono de alguns crentes, após se aperceberem da presença do PR Nyusi. Angoche, 10 de Abril de 2024..

O episódio ocorrido no distrito de Angoche, na província de Nampula, durante um fórum reservado à oração islâmica pelo fim do Ramadã, levanta questões preocupantes sobre a liderança do Presidente Filipe Nyusi e sua relação com o povo moçambicano.

Observe-se:

Primeiramente, a presença repentina e não anunciada de Nyusi no evento sugere uma tentativa de capitalizar politicamente em um momento de celebração religiosa. Essa atitude pode ser interpretada como uma busca por popularidade e aceitação, em meio a especulações sobre seu desejo de obter um terceiro mandato, algo que muitos consideram uma ameaça à democracia do país. Que também é um "elefante". 

Além disso, o facto de alguns membros da comunidade terem se retirado do recinto ao perceberem a chegada do Presidente, se isso aconteceu como se vê em alguns vídeos, isso revela uma crescente falta de confiança e aceitação da sua liderança. Essa reação reflecte no seu cerne, um sentimento de desconforto e, possivelmente, até mesmo de oposição à sua presença, evidenciando uma crise de popularidade, talvez irreversível. 

Ainda mais preocupante é a informação de que alguns organizadores tentaram impedir a saída dos participantes, demonstrando uma postura de intolerância e desrespeito à liberdade de expressão e de crença. Essa atitude é particularmente problemática em um momento de celebração religiosa, quando se esperaria que actos de acolhimento e tolerância fossem predominantes.

Mais além, o "silêncio" ou pronunciamento tardio de Nyusi diante do recente incidente de naufrágio na Ilha de Moçambique, que resultou na morte de mais 98 passageiros e dezenas de desaparecidos, também contribui para a percepção de uma liderança distante e pouco empática com as questões que afectam diretamente a população, como se indignou o Manuel Araújo. 

Em meio a esse cenário, poder-se-á francamente dizer que Nyusi se vê diante de uma encruzilhada: deve buscar restabelecer a confiança e o apoio do povo, demonstrando uma liderança mais próxima, empática e respeitosa das diversas expressões religiosas e políticas

Caso contrário, sua imagem e legitimidade como presidente poderão ser seriamente comprometidas, com consequências imprevisíveis para a estabilidade política e social de Moçambique. Aliás, nem os Egídios Vaz, Gils, OJM até a OMM, etc, não poderão conseguir o defender. Mas quem se importa com a vontade popular enquanto os órgãos de Justiça, Conselho Constitucional e a CNE até parte da oposição estiverem ao seu lado e não na vontade expressa pela maioria?

Evaristo Pereira dos Santos
eva301023@gmail.com 

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Comentários

  1. Esse fulano que se diz ser presidente precisa aprender muito, pois cada vez mais ele tropeça onde não devia. NA VERDADE ELE FOI PARA VER A NAMORADA E NÃO PARA PARTICIPAR O IDIL -FITIR.
    Saibam disso.

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