Vestígios de Desconexão entre Dirigentes e Povo: Proposta de Debates Prioritários para a Construção de um Moçambique Melhor.

A presente publicação destaca a profunda desilusão e preocupação com a postura dos altos dirigentes de Moçambique, que através de declarações desastrosas em seus discursos à imprensa ou em comícios e outras ocasiões, em resposta a certas situações que afligem a população, demonstram um preocupante distanciamento da realidade enfrentada pela população. 

Essa desconexão entre governantes e governados gera diversos problemas, que as vezes resultam em mobilização de diversos tipos de manifestações em repúdio às tais declarações e os seus efeitos concretos na vida dos moçambicanos. Desencadeado desta feita uma profunda onda de desconforto aos que são mais atentos.

O que demostra a proliferação de algumas declarações dos dirigentes:

 1. Falta de empatia e compreensão

Quando as decisões tomadas sem levar em conta os desafios do cidadão comum são ineficazes e podem até mesmo agravar a situação.

 2. Distanciamento da realidade

É como 'se o dirigentes estivessem' imersos apenas em suas próprias realidades privilegiadas, onde os líderes perdem a conexão com as demandas e necessidades da população.

3. Imposição de visões desconectadas

Vê-se muitas das vezes que as medidas impostas são de cima para baixo, sem diálogo e participação ou qualquer outra forma de consentimento popular, ignoram as prioridades reais dos cidadãos e privilegiam os estudos abstratos das falsas auditorias e econometricos que pouco sabem da realidade vivida pela sociedade em geral.

4. Perda de credibilidade e confiança

Algumas das declarações criam descrença nas instituições e a frustração da população minando a legitimidade do governo e diversos níveis de poderes instatuidos hierarquicamente. 

Porém é crucial que os dirigentes políticos ou não, os executivos, etc, busquem se aproximar da realidade do povo, ouvi-lo e incorporar suas perspectivas nas decisões. Somente um governo verdadeiramente comprometido com as necessidades populares pode construir um Moçambique mais justo, equitativo e próspero para todos.

As prioridades nos tais encontros podem ser para debates de aspectos como:

 Mecanismos de aproximação entre líderes e povo, onde irá ou dão a oportunidade de criar ou apresentar (se existem) canais de comunicação eficazes e legais para apresentação de problemas e outras contribuições, promover visitas regulares a comunidades e realizar pesquisas frequentes para entender as demandas da população.

Abertura ao diálogo autêntico e participação popular, que incluirá a população na tomada de decisões através de consultas públicas, conselhos cidadãos e mecanismos de participação directa. 

Exercício concreto da transparência e accountability (responsabilidade), no qual se poderá manter a população informada sobre as acções em curso dos esforços do governo em determinados casos e garantir mecanismos para cobrar responsabilidade dos líderes, bem como apresentação das respectivas responsabilidades caso a execução de alguma medida falhe.

É uma forma de demonstrar empatia e compromisso, uma vez que revelará os esforços de incentivar os outros líderes a se colocarem no lugar do cidadão comum e a tomarem decisões com base nas necessidades reais da população. Ao invés de ver-se ou ouvir-se declarações aparentemente absurdas e quase que injuriosas aos moçambicanos. 

Ao abordar esses pontos de forma prioritária nos debates, podemos construir um caminho para um Moçambique mais justo e próspero para todos, teoricamente, pois na prática é uma atitude valiosa que concretiza o compromisso e a responsabilidade dos dirigentes naquilo que lhes foi confiado. 

Caso contrário, fica enquadrada a postura indesejável e questionável ao caso de uma "tartaruga na ponta de um poste, pendurada, que ninguém sabe explicar: como ela chegou lá, o que é que ela faz lá e só se espera a sua queda para aliviar o resto do peso de consciência". 

Lino TEBULO
linoisabelmucuebo@gmail.com


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