O Analfabetismo Político:O Maior Vírus da Política Moçambicana

Do original "Obstáculos Ocultos no Engajamento Juvenil em Moçambique: Analfabetismo Político e Disciplina Partidária".

Reescrevemos essa matéria e endereçamos especialmente ao povo moçambicano por uma questão pontual e incontornável: problemas de Moçambique tem um tom autêntico quando debatidos e solucionados pelos nativos e não somente com cunho estrangeiro, que a factura sai mais cara ainda.

Nesta publicação pretendemos de forma breve e didática trazer a reflexão sobre a questão actual, para abordar com mais detalhes o significado de analfabetismo político apenas. Pois a disciplina militar não se fez sentir no congresso da Renamo mesmo com a extensa lista de entidades que elogiaram Ossufo Momade, o então Presidente interino da Renamo. 

Bem como, os discursos de elogio e carregados de divulgação e transferência de ódio jogados directa e indirectamente ao Venâncio Mondlane. Este facto provou a grandiosidade e ao mesmo tempo o porquê dos líderes moçambicanos temerem a educação ou ter um povo educado. O que vimos no primeiro dia, foi basicamente o vislumbrante factor que impacta o engajamento juvenil na política de Moçambique.

"Isso porque há muitos jovens com idade e energia para contribuir pelo país na luta pelo bem-estar e defesa dos interesses comuns em detrimento dos interesses pessoais," que caracterizou ser a maior pretenção dos delegados províncias, nas suas abordagens com ataques inflamatórios ao VM7. 

Os vários intervenientes na sessão mostraram que "preferem manter-se inertes e dominados pelo medo da mudança", em defesa dos seus cargos, mostrando lealdade à quem é de igual gabarito deles, ao invés das melhores opções para enfrentar a onda vermelha, que está ao rubro antes da campanha começar.

Não saber como se encaixar na vida política como cidadãos, evitando de todas formas deixar o poder com os tolos, seria uma preocupação dos moçambicanos, mas com dirigentes províncias e outras facções dentro partido, deixam a desejar que a Renamo seja alternativa preterivel nas próximas eleições. 

Nisso há necessidade de sabermos o impacto do analfabetismo como um factor que contribue negativamente para um ambiente político positivo do cidadão e da juventude participar em actos como eleições e debates políticos produtivos. 

O que é exactamente o 'Analfabetismo Político'. 

O analfabetismo Político refere-se à falta de conhecimento e compreensão dos indivíduos em relação aos processos, estruturas e dinâmicas que compõem o sistema político de um país.

Isso inclui desde o entendimento básico do funcionamento das instituições governamentais, partidos políticos e mecanismos de tomada de decisão, até a capacidade de analisar criticamente as propostas, programas e acções dos líderes políticos. 

Dentre tantos delegados e outros intervenientes no 1º dia do congresso, poucos mostraram ter essa qualidade. Aliás a própria aceitação da definição do perfil do candidato e a unanimidade da exclusão de alguns membros é prova disso. 

Sem esse arcabouço de conhecimento político, os jovens e a sociedade em geral moçambicana, enfrentam dificuldades em participar de maneira activa, livre, autónoma e informada na vida política do país. Nada devíamos relacionar às dificuldades de se expressar com a incapacidade de liderar, mas muita atenção neste ponto, pois a comunicação é fundamental na mobilização de massas e apresentação do manifesto. 

Pelo pulsar das conclusões tidas do disfele e o progresso do congresso, bem como a deliberação incontestada dos cabeças de lista para o candidato presidencial, a vontade popular que optava pela Renamo como alternativa, acabou se sentindo excluída e alienada dos processos que afectam directamente suas vidas, tanto no partido como limitados à capacidade de influenciar as decisões que moldam o futuro de suas comunidades e da nação. 

Foi só mais uma sentada dos que defendem seus interesses pessoais e sentença ao povo. 

Daí podia-se retirar a lição de quão é injusto o modelo de participação por representação. Pois, os interesses da maioria entram em causa em relação às vontades de quem os representa. Ficam por terra os desejos dos simpatizantes e os de mais sonhadores, que depositavam confiança que daquela tenda haveriam surpresas. 

Conclusão

É essencial investir na alfabetização política geral e fomentar uma cultura de pensamento crítico e participação activa nos processos decisórios, se formos a optar na democracia e não na ditadura. Somente desse jeito haverá algum espaço de contribuir de forma significativa para a transformação das alternativas ao poder de forma positiva para a nação, superando os obstáculos impostos pelo analfabetismo político, que nos mostra ser inflexível para contar com a Renamo, neste estado em que se encontra. Diferente da Frelimo, é utopia que a Renamo sairá coesa e Unida para ter assentos no parlamento, se o mais atacado na sessão decidir seguir o caminho que muitos dissidentes lúcidos desejam que ele faça. 

Lino TEBULO
linoisabelmucuebo@gmail.com
VII Congresso da Renamo em Alto-Molócue


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