Realizações fora da mira: o CMB paga a dívida do Estado?

Honrado sejam os moçambicanos comprometidos a construir Moçambique e concretizar o bem-estar do seu povo, sem nos deixar perceber dos seus interesses pessoais! 

Enquanto corremos promover o nosso futuro PR - Daniel Chapo, assistimos inertes e sem ideias em mente sobre assuntos como o pagamento das horas extras, o INCM e as empresas "privadas" de telefonia móvel, morre mais um cidadão tira sua vida por flagrar a sua parceira, centenas morrem em hospitais públicos vítimas da greve dos profissionais da saúde, juízes celebram mais um aniversário por infortúnio de um dos seus colegas que não se aliou a corrupção, um edil é acusado de roubar viaturas na África do Sul, etc, muita coisa corre e preferimos marcar este que mais insólito que mera notícia como habituámos: Uma autárquia a fazer o que o Governo Central não pude.

Seria normal e nada de novo se não estivesse a vir do Albano Carige, o edil do Conselho Municipal da Beira. Esta atitude não seria atribuída ao partido MDM, mas sim ao seu edil e provavelmente aos seus funcionários e conselheiros por trabalharem no sentido de tantas outras realizações serem possíveis. 

É um facto, que os municípios, na sua maioria, quando bem geridos podem fazer grandes realizações e só não conseguem quando há muita mão querendo apenas se beneficiar do esforço de poucos para seus interesses pessoais ou de grupos de má fé, contra a vontade do povo que os aceita como dirigentes.

O Conselho Municipal da Beira iniciou o pagamento das indemnizações aos trabalhadores da extinta TPB, agora TMB, no valor total de 40 milhões de meticais. Cerca de 200 trabalhadores aguardavam por estas indemnizações, já que o Governo Central nunca assumiu essa responsabilidade desde a extinção dos TPB. Este pagamento acontece em meio às dificuldades do Governo Central em pagar salários em todos os setores públicos.

Qual povo não entragaria mais mandatos a essa equipa que o edil tem. Sim, faz parte da campanha do MDM para melhorar a sua imagem para o próximo dia 09 de Outubro de 2024, mas sejamos honestos, o candidato que o partido apresenta, não transmite a confiança que os beirenses têm com o Carige, muito menos a maioria dos simpatizantes do MDM para com o tal, em termos de protagonismo político à moda moçambicana.

Seja como for, o MDM soube desde a sua existência fazer pontos fora da mira. Habilidades que podemos esperar do PODEMOS e outras formações políticas, excepto o histórico que se desalinha pela arrogância e ignorância de escutar e aceitar que os novos corram enquanto os velhos se orgulham pelas boas escolhas e coragem de aceitar o futuro trabalhar por eles, em prol dos interesses nacionais e não dos seus estômagos.

Há que haver coragem de largar o passado e as suas narrativas, embarcar nas novas prespectivas e vermos no que pode dar em todos aspectos. Os beirenses tiverem a sorte, serviria para os do Chimoio se a praia sair e nas outras autarquias que prosperaram com as escolhas que fizeram.

Esta realização fora da mira, mostra a cores, bem lá no fundo, como seria a efectivação da descentralização sem envolver ou inventar mais cargos desnecessários como a de secretariado do estado nas províncias. Até faz-nos lembrar os frutos que se projectava ter da criação das regiões autónomas: estado do sul, centro e norte em Moçambique.

Pois essa falha ou falta de pagamento aos funcionários públicos pode não resultar só da falta de dinheiro. Pode ser que Maputo não suporte mais gerir sozinho estas três regiões e que precise de auxílio! Não sabemos até que ponto seria o futuro, mas bem haja iniciativas que aliviam o sofrimento dos moçambicanos ao contrário do que o Governo e o INCM perpetraram nos últimos meses.

Uma vez que nem todos estamos em condições de aderir a Starlink do Elon Musk para depois drenar mensalmente uns $50 dólares por mês para ter acesso apenas a Internet, enquanto já a tínhamos por 10 Mtn por dia. São os desafios que podem assustar o Daniel Chapo que encontrara dívidas avultadas, contratos de tratos mal feitos já firmados com longo tempo e mais.

Mas sendo jurista ou o homem do direito como dizem, seria louvável encorajarmos o edil, sem querer assustar aos visados, a reformulação de vários aspectos contratuais sobre as multinacionais, que ajudariam aliviar a pressão nas despesas públicas. Aliás, antes da criação das páginas e grupos com intuito de promover e bajular o futuro PR, para ofuscar malta Carige e VM7's, até os Araújos nas suas digressões nas arábias, o povo deve preparar-se para mudanças significativas: Ler, estudar e se informar sobre o que é ser cidadão e não apenas pessoa, para participar consciente e oportunamente quando a situação exigir.

O futuro pertence-nos, chega de negligência, as representatividades não pagam, só fazem dívidas!

Lino TEBULO

linoisabelmucuebo@gmail.com

Edil Albano Carige e os funcionários da antiga TPB.