Um belo ditador

 Opinião Pessoal 11:

Um belo ditador

Se fosse aceitável elogiar um ditador, faria vénia pelo que ouvi e leio sobre o Tomas Sankara. E apreciei como o Alexdander Huffmann, o descreveu, como sendo um ditador gentil e bondoso que já existiu… eis as suas declarações:

…Thomas não tinha outra opção que não fosse o golpe de Estado. A República de Alto Volta era uma ex-colônia francesa miseravelmente pobre. Ele foi preso em 1983 pelo governo extremamente corrupto e incompetente que tomava conta do país desde a independência da França em 1960.

Um grupo de revolucionários liberta Sankara e o coloca à frente da presidência do país. País que ele renomeia para Burkina Faso, ou Terra dos Incorruptíveis na língua local, e lança uma série de campanhas sociais, ecológicas e econômicas. Sua política externa era voltada para o anti-imperialismo. Thomas defendia que as dívidas dos países africanos tinham que ser perdoadas e que os recursos naturais de seu país deveriam ser nacionalizados.

Um de seus programas inclui a plantação de mais de 10 milhões de árvores para segurar a desertificação do Sahel, assim como a redistribuição de terras que antes pertenciam a latifundiários para os camponeses mais pobres. Com a sua estratégia de atingir a auto-suficiência alimentar, ele suspendeu os impostos sobre os pequenos produtores rurais e iniciou um programa de ferrovias para integrar a economia do país.

Sankara passou a proibir tradições antigas e horríveis como a remoção do clítoris das meninas, a poligamia e os casamentos forçados. Todas as vilas passaram a ter uma dispensa com remédios mantida pelo governo e mais de 350 comunidades ganharam escolas.

Dessa forma ele se tornou um modelo de como a pobreza na África deveria ser combatida. Infelizmente, as velhas lideranças tribais do país passaram a odiar Thomas a medida que perdiam seus privilégios, e organizaram um golpe de Estado e o assassinato do líder africano em 1987. Mas há também rumores de que outros países auxiliaram a derrubar Sankara. Ele foi líder de Burkina Faso por apenas quatro curtos anos.

Nota de destaque:

É hábito em África vivermos desse jeito e sempre há medo de despertar. Esse mal já é parte de nós. Essa maldição já assumimos e ninguém quer se desfazer dela. Pessoalmente, quando algum espírito revolucionário, rebelde, reacionário etc começa me cogitar a mente, quando a consciência começa a me pesar por aderir às práticas que repudio nas conversas diversas, sinto que preciso me acalmar. Sinto que já estou fora dos limites. 

Olho para minha família com tanta dor, olho o sofrimento do povo à minha volta, olho para como os covardes e corruptos vivem bem, como a hipocrisia é louvada e oro dentro de mim, que Deus não me deixe cair na tentação do luxo ou sucesso à custa das  futuras gerações deste país. Peço ajuda aos anjos, aos meus antepassados e a qualquer divindade disponível, que me proteja e tire esse sentimento de despertar, da minha cabeça.

Porém, em muitos casos que conheço, os revolucionários não usufruem dos resultados da revolução que fazem. Os rebeldes, sejam eles moderados ou não, são associados à imagem do inimigo da Pátria. Ou mesmo como sendo um visão "contra governo". E quando isso acontece, um semelhante, o mais próximo possível, vem sabotar, dizem cortar o mal pela raíz. Ou mesmo, um conjunto de líderes que se sentirem ameaçados pelos avanços de movimentos do género, unem-se, aliam-se, compram soluções para erradicar esse palpite ao demônio e derrubam o sonho de um Moçambique próspero, duma África livre e autónoma do jugo ocidental.

Vimos poucos a se revoltarem contra o sistema, contra a injustiça declarada forçosamente justa, e por sua vez, o sistema lhes moeu. Vimos pessoas dignas e íntegras a caírem e nem fizemos nada, nem se juntar a elas pela causa… pelo contrário, em África, em Moçambique, no Niassa ou em Tete, dissemos: "ele foi avisado que viva só e vais gostar". Até quando? Até nunca! Um cidadão informado é um vírus. Um povo aberto, dá cabo aos governantes co-mandados pelos globalistas. 

Por isso , paga-se para entrar nas fileiras; paga-se para ter razão na justiça, paga-se para ser pago como herói. E os heróis maltratam o resto do país, se compraram aval, vendem qualquer coisa para quem e a quem eles lhes apetece, com o preço que eles querem. Os nossos heróis não têm compromissos com a futura geração, com a verdade, nem com a imagem de justiça, transparência e dignidade. Não há compromisso com a pátria e todos os dias a Europa, a América e a Ásia estão certas e MATA-SE se for preciso para nos fazer crer e nunca duvidar que "eles (os brancos) têm boas intenções para connosco.

Mas gostaria de um dia haver um Samora, um Sankara, um Magafuly, um Gaddafi… e temo que não seja eu, nem tu, nem outro africano pelo fim que estes tiveram. Por homenagem a eles, em especial ao Samora, peço que partilhe aos que acreditam que os interesses nacionais devem estar acima de qualquer interesse partidário e religioso, mas nunca acima do Supremo, Allah, Deus Pai de toda criação e acima da ganância individual em detrimento do bem comum.

Vamos jejuar em nome da paz e harmonia entre nossos povos. 


Fim! 


Não se esqueça de se inscrever, assim gente cresce juntos! 


Comentários