O Fenômeno dos Panelaços
Não que estejamos a favor da desordem e desobediência pública alegada pelos membros e simpatizantes do governo, apenas é observando o que corre e acontece a nossa volta, de mente e coração aberto, e, tentando retratar os factos com possível clareza e coerência.
O Sucesso das Manifestações Promovidas por Venâncio Mondlane
O que inicialmente parecia uma sugestão inusitada transformou-se num movimento surpreendente. Para encerrar a 1ª Fase da 4ª etapa das manifestações, Venâncio Mondlane propôs uma acção singular: todos os moçambicanos, sem sair de suas casas, deveriam fazer barulho das 21h às 22h, batendo panelas, soprando vuvuzelas, tocando buzinas ou utilizando qualquer objecto sonoro.
O que alguns consideravam uma proposta sem seriedade revelou-se uma experiência extraordinária. Através de vídeos compartilhados, foi possível constatar que a manifestação ocorreu conforme planeado em várias artérias da cidade de Maputo e em todo o país, gerando interpretações positivas e impactantes.
Twenty Fingers, figura proeminente da música moçambicana e autor da viral "Rival", destacou o aspecto fraternal do evento. Em suas redes sociais, compartilhou momentos de convivência com vizinhos ao ritmo do Dzoma. Em suas palavras: "Aproveitando a onda das paneladas, hoje celebramos com a vizinhança ao som do ritmo tradicional Dzoma da zona centro, uma expressão vibrante da nossa rica cultura africana. É uma oportunidade para dançarmos juntos, valorizando as nossas raízes e fortalecendo os laços comunitários, celebrando o que há de mais autêntico e diverso no nosso continente."
O movimento ganhou ainda mais significado em meio à derrota dos Mambas, uma partida que gerou contestações por parte dos moçambicanos que clamam por mudanças na governança do país. O encerramento desta 1ª Fase na 4ª Etapa certamente deixará marcas na memória do povo.
É notável como Venâncio Mondlane, mesmo sem grandes recursos financeiros e enfrentando intimidações e ameaças, consegue mobilizar massas significativas durante o mandato de Filipe Jacinto Nyusi. O panelaço não apenas dissipou dúvidas sobre a legitimidade das manifestações, como também proporcionou uma forma segura de protesto para aqueles que temiam se expor publicamente, unindo o país em um momento de expressão colectiva, mesmo em meio à decepção com a seleção nacional de futebol.
O curioso e interessante ainda foi rever a união dos moçambicanos de todas raças, cores, etnias, regiões, etc, de qualquer lugar desde as ruas até às cadeias, das escolas aos hospitais, das esquadras aos quartéis, pode estar haver manifestações para o fim feliz desse episódio.
Diga-se que até alguns membros e apoiantes da Frelimo, silenciosamente, subtilmente e discretamente seguem o ritmo dos hinos em torno do Venâncio Mondlane, e, em partes do Podemos. O que há de comum, é que Moçambique clama por mudanças.
Saudações aos moçambicanos de boa-fé e que Deus abençoe Moçambique!
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