Corte de dedos dos pés em troca de dinheiro

Corte de dedos dos pés em troca de dinheiro

Opinião Pessoal 27:
Paulino Intepo

Fui a cama pensando nesse assunto, só para variar o cenário fantasmagórico do 3º Mandato, Funcionários e população de Gaza em 2040, dos Gaffes do Sector da Educação (erros graves sobre a geografia de Moçambique, no livro escolar da 6ª Classe), o atraso de pagamento de salários aos meus camaradas das armas, impostos sobre as igrejas, valores avultados ou sobre facturação das obras públicas, mas qualidade das mesmas, raptos, terrorismo, etc, é muita coisa que directamente impacta para o elevado custo de vida e tira sono as vazes.

É tanta coisa que corre nos canais televisivos comerciais que faz-nos tirar conclusões que já é o fim do mundo. Mas quando assistes os canais estatais, parece tudo bem e na paz se não fosse outros problemas de identidade e patrióticos que lá faltam. Como desenhos animados e novelas com cultura asiática, americana, etc, coisas que precisam de maturidade para ver o quão estamos espiritualmente desfeitos.

Grave, já é ver nas redes sociais a moda de venda de alguns órgãos. Corte de dedos dos pés para a venda ou em troca de dinheiro. Essa pobreza de Moçambique já me mostrou muito e isso não seria novidade para mim e muito menos alarmante. Cresci em Cuamba, no Niassa num bairro onde via um senhor sem os dedos das mãos. Contava-se que sempre que as contas lhe apertavam, ia desaparecer um dedo e restabelecia-se economicamente.

Vivendo no Niassa há um país vizinho chamado Malawi, que não está ao sul do país, por favor digam ao ministério de educação isso. É lá onde dizem que se ia fazer o negócio. Isso lembro-me passado uns 20 anos enquanto vejo essa que dá conta que “No Zimbabwe, individuos estão a vender seus dedos dos pés por 40 mil Dólares (o Polegar) 25 mil (Médio) e 10 mil (o Ninguinho)”. E quanto valem esses valores?

Aliás, a história de Tráfico de Órgão não é de hoje nem é só de Moçambique. Os mais velhos nas zonas recônditas viram muitos amados seus a desaparecerem. Hoje falasse do Zimbabwe, depois da epopeia de Tanzânia pelos albinos e os calvos. Percebo que são momentos de desespero, incerteza, pobreza, crise e fome.

Mas esses fenómenos não são novos. Uma vez chamei atenção sobre algo igual ao meu grande amigo Dércio Vintane, rapper nacional de grande dimensão, que havia algo igual sobre uma etnia na China, os Uiguris praticantes de Fulan Gong, o qual há rumores que o governo chinês persegue os e até turtura e trafica os seus órgãos.

Associa-se à essa prática com a abordagem de que é na China onde o mercado de órgão humanos é mais rentável. Mas para o resto do mundo deve haver e considerar-se também sendo um negócio rentável. Até existem abordagens que associam o surgimento de clínicas e farmácias privadas à nível nacional dedicadas ao tráfico de órgão humanos.

Aos alarmistas atribuem esses fenómeno como momentos apocalípticos. Mas para quem é mais atento, sabe que as coisas assustam mais hoje em dia, só porque o dramatismo é vinculado pelas redes sociais. Hoje a informação corre rápido e a mentira já não faz duas voltas antes da verdade partir. A mentira já faz 100 voltas sem que a verdade tenha dado o primeiro passo e por vezes mente-se de mais, que a repetição da mesma mentira em várias versões torna-se a verdade.

É a lógica de que a persistência vale mais que o talento. A mentira, o drama, o pessimismo, ódio, ganância, raiva são sentimentos e emoções persistentes que turvam a clareza e beleza das coisas ou da natureza. Tráfico de órgãos existe sim. Já se está associado ao terrorismo, enriquecimento ilícito, etc são rumores. Especula-se de tudo com intenção de se ter a verdade ou pura simplesmente para ofuscar a mesma e com fins maliciosos.

Vender dedos dos pés, das mãos, rins, pénis e entre outros órgãos… independentemente das circunstâncias e os fins não me posiciono condenando ou apoiando. As convicções e ambições são relativas. Cada um sofre como sente e bem a pouco tempo, disse eu que o sucesso, o bem estar está nas nossas mãos. Uma coisa é necessidade outra e dinheiro fácil. Na busca da propriedade as vias são varias dependendo do seu nível de educação, quem se põe a parte ou é você ou é a sociedade. No final a balança vai pesar para algum lado.

Pontos a reflectir

  1. Do que vale endinheiramento sem planos de investimento sustentável para gerar riqueza: mutilar-se para ter dinheiro e gastar sem retorno e viver com problemas de saúde o resto da vida;
  2. Riqueza sem nossos familiares, amigos e conhecidos, será que vale pena. As coisas boas são boas quando partilhamos entre nossos parentes, parceiros e conhecidos;
  3. Em África não somos tão pobres assim, apenas um demônio cegou nas mentes e corações e perdemos a essência de viver em harmonia com a natureza. Antes de se amputar, olhe à sua volta com mais sensatez e esclarecimento. Dignidade vale mais que ouro e prata;
  4. A saúde é valiosa antes de tudo que é material. A maior riqueza é do espírito e não o prazer alheio ou da carne. (disto não tenho muita certeza mas é o que os crentes dizem enquanto os seus líderes religiosos fazem o contrário).

Na minha Opinião Pessoal não são sinais do fim dos tempos. É apenas um percurso que a humanidade está seguindo. Ainda vem muito pela frente se repetindo ciclicamente… uns vendendo o país ou parcelas do país, outros sacrificando familiares até seus filhos, irmãos, pais e sua dignidade, as outras indo para o Dubai, é a vida. Ofício diferente e objectivo comum: liberdade financeira. A vida é difícil quando não se tem sabedoria e dói quando o conhecimento se faz ausente também.

Em última análise diria que a polícia devia, se há alguma cobertura judicial, entrar em acção para investigar esses casos. Seja em colaboração com Zimbabué e saber-se o que se está a passar e esclarecer para tomar-se providencias de salvar muita gente. Antes de ficarmos com um bando de cidadão nacionais inaptos ou inválidos e quando chegar a necessidade não se ter como recrutar pessoas com órgãos completos. Temos que nenhum das FDS se alicie… Nós outros estaremos à espera da Tabela Salarial Única, antes de mais, saudações e votos de óptima resiliência com saúde e dignidade.



Comentários

  1. Concordo plenamente com a sua posição grande ilustre! Toda verdade está exposta nas suas abordagens neste texto.

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