Só pode ser algum castigo dos nossos ancestrais

 As vezes me dou por mim, que Deus não existe para Moçambique 


Só pode ser castigo dos nossos ancestrais

Do Editor


A sério, nuca fui em crente fervoroso, ademais, sempre pautei pela justiça e honestidade como as minhas bases de retribuir a natureza e mostrar reverencia à oportunidade de o universo ter me dado esta estranha forma de vida. Confesso que me sentia especial e grato por ter nascido em Moçambique e num ambiente de paz. Apesar de não de total paz serena. Mas já era muito a tranquilidade que encontrara neste pedaço de terra.


Prontos, ouvia confrontos verbais por cá e por lá na Assembleia da República, belicismo nas palavras e entre outras brincadeiras que aqueles sortudos que chamamos de deputados, se divertiam faturando os honorários ditos fruto do sangue do povo. E fiquei comovido quando a figura do actual PR veio a proferir que o povo era seu patrão. Mesmo triste com a estranha morte do líder do maior partido da oposição e etc, pouco importavam o resto das figuras e assuntos políticos.


Mas a minha ficha caiu na manhã do dia 29 de março de 2023, segundo como se deram os contornos na sessão parlamentar, que havia sido agendada para a data. Sinceramente, pensei como quem resmunga, precisamos de mais conflitos político-militar para dar desfecho a essa palhaçada ou apenas estão a brincar como sempre fazem? As três bancadas não há religiosos? Só podemos estar sonhando que isso não está a acontecer… especulações do terceiro mandato do Filipe Nyusi, em Moçambique? Seja apenas rumor.


De certo modo não conseguia gastar energias para imaginar como o poder era tão bom. Mas depois, na tarde de quarta-feira 29 de março de 2023, amargou-me a consciência ter que dar razão a todos jovens ou famílias que desviam indevidamente água e corrente elétrica, cidadão que fogem o fisco, traficantes e outros singulares que procuram sobreviver como podem, por não suportar dar ouvidos aos políticos de Moçambique, meu país. Parecem todos desalinhados com a vontade do povo, ultimamente.


Infelizmente, tenho pessoas que amo, mergulhadas em três ou mais mundos partidários dentro dessa politiquice moçambicana. Até então, não me predisponho a guerrear com ninguém nem com nenhum moçambicano em detrimento de impedir a alteração da constituição ou qualquer lei que prolongue mandatos. O país é vasto, belo e rico, não vamos dividir - que fica feio, mas obedecermos o “uma vez para cada um” seria humano e democrático por nossa parte. 

Por favor, haja algum cérebro nos governantes, nos opositores e nos governados, potenciais eleitores!

Chega de ódio inútil entre nós, moçambicanos. Há muita riqueza que até deixamos sair com os asiáticos, americanos e europeus. Quem não nos rouba? Acredito que mesmo o Vaticano, Meca, Inglaterra, etc. seja lá de onde vem a tal crença ou Deus, nos seus tesouros há um pedaço de Moçambique lá, fazendo parte das fortunas que engrandecem as suas divisas. E cá continuamos paupérrimos, pacíficos, tolerantes e submissos.


O povo moçambicano nunca pediu muito e nem exige tanto, até onde sei. Mas nem antes, durante e depois das descobertas e colonizações, dentre explorações e independências nunca respirou de alívio. Agora evocar popularidade para mexer com o artigo 146? Ilustres, Brincadeiras devem ter limites camaradas. Ou foram mandatados como parte de desestabilizar esse país? Ou já esgotou o cronometro que os portugueses haviam nos dado como tempo de paz e agora temos que nos envolver em guerra para termos novos heróis?

Precisamos novos heróis? 

Por isso não acredito no vosso Deus com sotaque brasileiro, no vosso Allah de língua árabe, etc. melhor caminho para ter orientação e sobreviver nessa nova crise que os representantes do povo, pelo lado do partido no poder nos remetem, blefando que é a vontade do povo enquanto querem satisfazer os desejos dos seus patrões, é rogando pelos meus ancestrais. Os meus avós viveram muito e tão sábios, sabiam porque é que não deviam aceitar exportar crenças ou ainda fingem não saber o porque é que o tal vosso Deus não chegou a eles? Pois é um absurdo ter tanta energia, disposição e obsessão por conflitos e guerras ao invés de reconciliação e progresso, entre moçambicanos. 


Talvez por causa dos tempos, mas a popularidade do antigo PR, Joaquim Alberto Chissano, é inquestionável. Desde a sua aparição e de forma como geriu esse país e a sua aparência à facilidade de ceder ou dar oportunidade aos outros. Chissano é Frelimo sim, apesar (…) é o mais popular das figuras que podemos ter. O verdadeiro herói vivo. Guebuza veio num momento necessário e teve de aceitar, não sei como, mas vos deu espaço, apesar do seu ser rígido. 


Já agora, qual é a ideia? Haja tolerância, calma e perseverança. Vamos dar oportunidade as novas imagens. Ainda há muita figura importante dentro do partido. Ainda que as outras formações políticas não tenham propostas com perfis aceitáveis que ofereçam ao povo alguma alternativa, temos bons exemplos dentro do partido que podem dar continuidade com os trabalhos e evitar-se o pior. A não ser que estejam a cumprir agenda dos imperialistas, sanguinário e sanguessugas, que vos transformaram em vampiros do Azagaia, que este seja o preço do pacto com o diabo. 


Espero não ter me exagerado, apenas é uma indignação. E se alguma dessas vossas divindades existe, por favor, tal como verdadeiramente o povo moçambicano é, não peço muito, roguem para eles, a iluminação e entendimento. Pois do que estão ou querem promover, não é de bom agrado. Ou então, estão com vossos jatos e Yates preparados, prontos para zarpar rumo aos vossos condomínios no estrangeiro. E querem apenas nos deixar sob fogo intenso entre nós desgraçados? 


Mais não peço, apenas rogo aos meus ancestrais que salvem o povo moçambicano. Que o deus branco falhou connosco ou está prestes e tal democracia já vai dar em conflitos sem precedentes. A mesma bênção chegue aos jovens revolucionários de modo a ajustarem a sua agenda, encontrem uma luz e todos projectos culminem com um futuro sustentável para todos moçambicanos e outros africanos. Não havendo espaço para novos heróis e novos actores de guerra, queremos erguer homenagens aos construtores e inovadores, também. 


Em todo o caso, POVO NO PODER, sem mais narrativas nem ideologias infundadas! 


Tete,30 de março de 23

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