Será algum sinal angelical?

Até que ponto chegamos e para onde ainda vamos!? 

Estava a tentar juntar todas forças e aguentar a vida deixando de lado o sexto sapato de Mia Couto, quando esta imagem chegou no meu Whatsapp. Aliás, para ser sincero antes de ver nitidamente, pensei que fosse o caso duma outra que Putin é reverenciado por uma pomba. Mas depois do aplicativo abrir por completo vi:

Talvez seja montagem. Pensei. Achei engraçado na primeira vista e antes de entrar na onda, ampliei buscando por mais detalhes e aí veio aquele ser crítico. Para quem lê, sabe que existe crítica positiva e negativa. Para melhor julgar antes de errar de mais, quis ver mais comentários. Então alguns pensamentos que tive foram:

  • Ela tem razão, tudo está mal. A criança nunca mente, espero que a mensagem chegue ao PR e reveja o círculo dos seus conselheiros ou o seu modelo de governança;

  • está chateada pois corre o risco de não ter uma irmã ou irmão se a limitação de filhos for efectivada;

  • É um sinal que ela foi encarregue pelos anjos dos funcionários públicos e resto do povo para mostrar o desânimo destes que ele, talvez, ignora;

  • etc.

Mas não me correu a ideia de que era efeito de má educação. Pois podemos fingir, mas isso está feito uma anarquia e também reina opressão e não há algum humanismo, qualquer sensibilidade, nem senso de responsabilidade por parte de quem governa. É só bando de corruptos, bajuladores, mafiosos, incompetentes e tudo que se devia combater.

Não sei em que âmbito isso aconteceu, mas dá para especular que foi em torno dessa conferência onde se vai tomar mais um whiskey, como o sr. PR disse que os professores sabem bem avaliar, um bom whisky enquanto se finge ensinar e outros fingem dirigir às instituições a espera da próxima ideia para sobrefacturação, desvio, roubo, extorsão e sabotar o povo e o seu Estado.

Na minha Opinião Pessoal eu fiquei triste por ver essa imagem com a menina lá, triste e infeliz ao mesmo tempo. Apesar de o resto estar descontraído e realizando os seus sonhos - estar ao lado do PR. O que me veio à cabeça foi "ela está frustrada por ver quem é o responsável pelos estragos dos seus sonhos e do seu país".

Só que depois o senso crítico bateu-me quando um outro camarada comentou abaixo ou depois da publicação o seguinte: "Estamos a estragar uma geração. Cadê o respeito, a educação, a compaixão humana. Transmissão de valores errados.  E o pai dessa criança é da nossa geração. Cadê o futuro da próxima geração." Só um verdadeiro e fervoroso patriota diria.

Se for um sinal ela cumpriu com o mandamento. Mas se for outra coisa, tipo má educação, a culpa deve recair no protocolo. Deviam ter dito ao Presidente que não era preciso saudar as crianças. Caso contrário ele não necessitaria de escoltas, nem os seus demais responsáveis de diversos cargos precisaria de tantas viaturas e policiais para escoltá-los criando engarrafamentos na hora de ponta, se fossem boas pessoas ou ao menos fizessem diretamente os seus deveres.

Em todo caso é lamentável e vergonhoso

Olha que chegamos a um ponto onde todos somos culpados por tudo estar e chegar onde está. Tudo está mal de modo que os dados estatísticos de qualquer estudo estão viciados, observações e opiniões científicas estão corrompidas, os relatórios académicos também corrompidos e finalmente decisões  que são tomadas são tremendamente erradas e inadequadas.

Isso porque fomos tolerantes enquanto não devíamos. O presidente é eleito sim, mas não respeitar sua figura descredibiliza a imagem do país além fronteiras e isso é inconcebível. O partido pode ser mau, mas o povo é maior que qualquer partido e os moçambicanos podem organizar e moldar o tipo de lideranças que quiserem. Já vamos às autarquias, que vença quem apresentar melhor projecto e não vamos votar no partido, não! Chimoio, Cuamba, Beira é um exemplo.

Mas não deixem que maus valores caiam na infância de uma criança. Por outro lado vocês que apoiam incompetentes em nome dos vossos partidos, por favor saibam que isso é um sinal. Pode não se tratar de ser uma instrução dos pais da criança. Eu não sou religioso, mas isso é um sinal na minha tradição. 

Tudo está mal

O ministro das finanças diz que todos foram pagos e há dinheiro para retroativos e salários, etc. Na prática muitas famílias em conflito porque o tal de e-sistafe não está a visualizar a folha e a conta bancária não têm nada. Como vamos viver assim? A polícia não paga água quando se ousa cobrar, prendem o cobrador e o povo que não pode prender ninguém como deve se virar, se os salários nunca refletem?

O chefe diz que não há problemas, mas os técnicos dizem que a situação está grave, quem é o culpado? O sistema deve funcionar e é feito para facilitar as coisas e como é que nós viemos até esse ponto de situação, onde tudo está mal e só um cunhado é que vê optimismo neste país. Como o palhaço que comoveu as massas e agora será usado para tirar alegria de milhões de inocentes em Nampula.

O poder devia resolver problemas e não sublinhar que existem problemas

E não ia tardar sem ver o Brazão Mazula, que tem razão, mas porque a inteligência dele só chegou agora e maior parte dos antigos dirigentes que ousam falar, só tem visão e algum pingo de sabedoria depois de sair do poder? Afinal aí no partido não se aconselham e não estão juntos no Maputo? Abram a boca para trazer soluções. 

Acho que é oportuno apoiarmos algum estudo por aí que aconselha voltarmos a rever o tipo de ensino que queremos. Mas primeiro passaria por reduzirmos os privilégios dos deputados, ministros, secretários do estado, toda direção estatal e drenar recursos para os técnicos ou professores e ao pessoal de saúde das zonas rurais, para trabalharem confortáveis e saberem transmitir os valores que a nossa liderança perdeu e não a juventude o qual culpam.

Algum artigo achado na internet dizia que “de acordo com o Relatório publicado pela AfriMAP (2012), após a independência em junho de 1975, na área da educação, o padrão que a FRELIMO adotou se baseava no padrão utilizado nas zonas libertadas na época da guerra da libertação. O referido padrão de ensino se coloca nos seguintes parâmetros:1) o ensino tem que funcionar com os seus próprios recursos; 2) todas as pessoas devem aprender e ensinar; 3) fazer uma conexão entre a teoria e a prática; 4) lutar contra o tribalismo, racismo e nepotismo; 5) fazer uma ligação entre a educação, produção e a comunidade; 6) tornar a escola um meio democrático.

Que foi um sistema nacional de educação o qual trouxe os últimos quadros competentes neste país. Agora esse vosso Junior que vai à escola de fisga não nos está a ajudar e paremos de dar espaço às ideologias e agendas europeias. LGBTQ+ etc, não matam a fome nem acabam com a pobreza. Mas sim, uma educação séria e comprometida com os valores tradicionais na nossa moçambicanidade pode resolver as coisas e evitarmos ver crianças nervosas a negarem cumprir com o protocolo e levantar alvoroços a nível nacional.

 

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