Os sentimentos de aceitar combater numa batalha que sabemos que não vamos vencer.

Apenas vamos cumprir porque fomos destacados!


Aceitar a dor de ir lutar contra um inimigo que sabemos teoricamente e tecnicamente que não vamos vencer é uma experiência profundamente angustiante e desafiadora. É uma dor que permeia não apenas o físico, mas também a esfera emocional e psicológica, enfim, é preciso ter coragem ou ao menos fingir que se tem. 


Inicialmente, podemos sentir uma sensação de impotência e desesperança ao reconhecer que as chances de sucesso são mínimas ou mesmo impossíveis. A consciência de que estamos enfrentando um oponente superior em termos de força, habilidades ou recursos pode nos deixar sobrecarregados com a magnitude da tarefa que temos pela frente.


Essa dor também pode surgir da imaginação que vislumbra a inevitável perda que está por vir. A compreensão de que podemos perder companheiros de luta, amigos ou entes queridos durante o confronto amplifica ainda mais a dor emocional. A antecipação imaginária do sofrimento físico e do trauma psicológico que a batalha trará pode ser avassaladora.


Além disso, há uma dor moral e ética que pode acompanhar essa situação. Lutar contra um inimigo superior pode nos levar a questionar se estamos fazendo a escolha certa, se os sacrifícios envolvidos são justificados e se há uma maneira melhor de resolver o conflito sem derramamento de sangue. Então, à quem cabe proceder ou optar por essa via antes de filhos dos Zé-Ninguéns tombarem por confrontos directos com a  morte certa?


Essa dor pode ser exacerbada pela incerteza do resultado, pior quando se tem a noção da vulnerabilidade que nos envolve. Mas embora saibamos que as probabilidades estão contra nós, ainda pode haver uma chama de esperança acesa em nosso coração, uma crença frágil e persistente de que talvez, contra todas as probabilidades, possamos superar o desafio.


No entanto, apesar da intensidade dessa dor, há também um senso de coragem e nobreza em aceitar a luta - por falta de opção ou por imperativo de algo. Existe uma qualidade intrínseca na resiliência humana que nos permite enfrentar desafios aparentemente impossíveis. 


O acto de aceitar a dor de enfrentar um inimigo invencível pode ser um testemunho do espírito humano em sua busca pela justiça, pela defesa dos ideais e pela proteção daqueles que amamos.

Embora a dor possa ser avassaladora, também é importante lembrar que a derrota não significa necessariamente a perda de tudo. Podemos encontrar significado e propósito em lutar mesmo diante da adversidade, e às vezes a própria jornada de resistência e coragem pode inspirar e motivar outras pessoas.


Em suma, a dor de aceitar ir lutar contra um inimigo que sabemos teoricamente e tecnicamente que não vamos vencer é multifacetada e complexa. É um turbilhão de emoções que inclui impotência, desespero, medo, perda e incerteza. No entanto, também pode ser uma expressão de nossa coragem e determinação em enfrentar desafios aparentemente insuperáveis.


Mas se essa frente de combate a qual somos submetidos for justamente para buscar a justiça e a proteção daquilo que valorizamos, talvez vale a pena fazer parte. Infelizmente, o inimigo que nos vai derrotar não está na frente onde vamos deixar tombarem os nossos corpos e fazerem parte da sua boa exibição e troféu, se não propaganda da sua barbaridade. O inimigo que devíamos enfrentar é o arrogante que nos manda para fazer parte dessa luta que ele não participa em terra, apenas espera relatórios.


Aos que foram 

Aos que vão 

Aos que ainda estão por ir…

Onde muitos não querem voltar, ir e nem pensar, por não termos nada a ganhar com tal. Por mim, às vezes, acho que há desistência heróica aceitável em todos sacrifícios desnecessários onde sabemos que uma guerra, luta ou batalha são inúteis de acontecer.

Votos ao: saindo da zona de conforto


Siga-nos no Twitter e no LinkedIn.



Subscribe

  • Como lidar com as adversidades da vida. 

Comentários

Enviar um comentário