Educação Formal vs Vida Real

A Falha do Sistema Educacional na Preparação para a Vida Real

Fonte: Recorte do FB: "O futuro CEO olhando para seus futuros funcionários."

Esta, vem a cortesia de um dos jovens que mostra muito notoriedade nas matérias ligadas ao empreendedorismo e diversificação das fontes de renda, principalmente ao pessoal à sua volta como amigos, colegas, familiares em fim, ao seu círculo de influência possível. Trata-se de Orlando Buanahaque. 

Ele tem um olhar crítico ao comportamento das pessoas, particularmente aos funcionários, porém muito positivista e cauteloso nas suas abordagem. E, dele retiramos alguns argumentos em poucos dos seus variados comentários e debates que tem tentando levantar no seio das redes sociais, numa tentativa de despertar consciências a realidade que muitos fingem não perceber por exigir responsabilidade plena e disciplina extrema na vida. 

Buanahaque, às vezes, aponta o sistema educacional moçambicano, como os outros autores renomados, como tem sido alvo de críticas crescentes devido à sua aparente incapacidade de preparar adequadamente os jovens para os desafios do mundo real. Como muitos também argumentam que as escolas estão a produzir indivíduos mal equipados para enfrentar as complexidades da vida moderna, especialmente no que diz respeito ao empreendedorismo, gestão financeira e habilidades práticas de sobrevivência.

A Desconexão entre a Educação e a Realidade

É notável que o currículo actual parece estar desalinhado com as necessidades reais do mercado de trabalho e da sociedade em geral. Enquanto os alunos passam horas a estudar conceitos abstractos como raiz quadrada, logaritmos e números primos, carecem de conhecimentos essenciais sobre:

1. Como iniciar e gerir um negócio;

2. Compreensão e gestão de impostos;

3. Elaboração de projectos para captação de fundos;

4. Gestão de equipas;

5. Análise de mercado;

6. Criação de oportunidades;

A Aprendizagem na Rua vs. Aprendizagem na Escola

Ironicamente, muitos argumentam que as crianças que trabalham nas ruas estão a adquirir habilidades mais relevantes para a sobrevivência e o sucesso no mundo real. Estas crianças aprendem diariamente sobre:

- Adaptabilidade;

- Resiliência;

- Técnicas de venda;

- Como lidar com o fracasso;

Enquanto isso, os estudantes nas escolas ditas "formais" estão muitas vezes limitados a um ambiente que não reflecte as realidades do mundo exterior. Até sustenta-se que a rua é a melhor professora da vida. Por outro lado, a má interpretação de integração ou inclusão, faz com que alguns governos e dirigentes peguem qualquer um para cargos relevantes desprezando aqueles que tenham perfil académico algum. 

O que também desinsentiva aqueles que estão atrás de qualquer qualificação, priorizando apenas a educação forasteira ou marginal da concebida. Onde em alguns casos dá certo e nos outros é um autêntico desastre. Pois, o ideal é que a educação formal traga as bases da formação de bons quadros e cidadãos visionários. 

O Papel das Forças de Segurança

Uma crítica particularmente dura é dirigida à formação das forças de segurança. Argumenta-se que muitos polícias parecem ter esquecido o seu juramento de proteger o povo, optando por defender os interesses de grupos privilegiados. Esta situação levanta questões sobre a eficácia do sistema educacional em inculcar valores éticos e um sentido de dever cívico.

Basta olhar no cotediano, salvo nesse momento de anúncio dos resultados das eleições, as FDS são poucas vezes que intervem a favor do povo. Quanto menos mediam casos para proteger interesses de quem detém o poder. 

A Produção de "Escravos Modernos"

Há uma percepção crescente de que o sistema educacional actual está mais focado em produzir empregados submissos do que em cultivar líderes e empreendedores. A questão levantada é pertinente: "Você acha que a escola produz CEOs?" A resposta implícita é um retumbante "não".

Conclusão

Para que o sistema educacional moçambicano seja verdadeiramente eficaz, é necessária uma reforma abrangente que alinhe o currículo com as necessidades reais da sociedade e da economia. Isso inclui a incorporação de habilidades práticas, educação financeira, empreendedorismo e ética cívica no currículo principal.

Apenas através de uma mudança significativa podemos esperar produzir cidadãos verdadeiramente preparados para enfrentar os desafios do século XXI e contribuir positivamente para o desenvolvimento de Moçambique.

Referências:

1. Castiano, J. P., & Ngoenha, S. E. (2013). A longa marcha duma "Educação para Todos" em Moçambique. Imprensa Universitária.

2. Francisco, A. (2020). Desafios da educação em Moçambique: Uma análise crítica. Revista Moçambicana de Ciências e Estudos da Educação, 7(1), 23-41.

3. Machel, S. (1975). A educação é uma tarefa de todos nós. Departamento de Informação e Propaganda da FRELIMO.

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