Plástico Preto Tóxico de Resíduos Eletrónicos

Um Risco Emergente para a Saúde

Introdução

Enquanto alguma parte do povo moçambicano se vitimiza esperando por milagres, ao invés de consciencializar-se e tomar a postura necessária para mudar o curso da situação de uma vez por todas, deixando tudo nas mãos do dirigentes, o mundo segue doutro lado a passos naturalmente calculados à evolução do universo. 

Um estudo recente publicado na revista científica Chemosphere revelou níveis alarmantes de retardadores de chama tóxicos em objectos domésticos quotidianos fabricados com plástico preto reciclado. Estes objectos incluem utensílios de cozinha, recipientes para alimentos e brinquedos infantis, levantando sérias preocupações sobre riscos de cancro e outros efeitos adversos para a saúde.

Descobertas Cruciais do Estudo

A investigação revolucionária analisou 203 produtos de consumo, descobrindo retardadores de chama tóxicos em 85% dos itens testados. Particularmente preocupante foi a descoberta de 11.900 partes por milhão de éter decabromodifenílico (decaBDE) em algumas bandejas pretas de sushi, um químico fortemente associado ao aumento do risco de cancro.

Os investigadores identificaram dois tipos principais de retardadores de chama:

- Retardadores de chama bromados (BFRs);

- Retardadores de chama organofosforados (OPFRs). 

A Contaminação por Resíduos Electrónicos

A contaminação dos objectos domésticos com retardadores de chama tóxicos provém principalmente da reciclagem inadequada de resíduos electrónicos, especialmente caixas de televisão e outros dispositivos eletrónicos. Este processo de reciclagem resulta em exposições tóxicas inesperadas e desnecessárias em itens do dia-a-dia.

Riscos para a Saúde

A exposição aos retardadores de chama encontrados em produtos de plástico preto apresenta sérios riscos para a saúde, incluindo:

- Carcinogenicidade;

- Disrupção endócrina;

- Neurotoxicidade;

- Toxicidade reprodutiva e do desenvolvimento. 

Estes químicos podem infiltrar-se do plástico, potencialmente contaminando alimentos e aumentando a exposição humana. Os custos de saúde relacionados atingiram 249 mil milhões de dólares apenas nos Estados Unidos em 2018.

Resposta da Indústria e Regulamentação

A indústria dos retardadores de chama defende o uso destes químicos, afirmando que têm sido "fundamentais na redução de lesões e fatalidades relacionadas com incêndios". No entanto, esta posição contrasta fortemente com o crescente corpo de evidências que destacam os riscos para a saúde.

Medidas Regulatórias Recentes:

1. O estado de Washington implementou a proibição mais rigorosa do país;

2. Investigadores e ambientalistas apelam à proibição de retardadores de chama tóxicos em todos os produtos plásticos;

3. Existe uma crescente pressão para melhor regulamentação da reciclagem de plásticos. 

Conclusão

O desafio permanece em equilibrar a segurança contra incêndios com a segurança química, enquanto se abordam as complexidades da reciclagem de plásticos numa economia circular. É crucial continuar a investigação e implementar regulamentações mais rigorosas para proteger a saúde pública. O que em países como Moçambique ainda há dificuldades para se conduzir estudos de género para apurar a veracidade, ocorrências e propor medidas restritivas junto das autoridades de modo a salvaguardar a vida dos moçambicanos aos efeitos desse tipo de preocupação. Porém, o mundo segue e gente acompanha não como protagonistas, mas sim, como acompanhantes mesmo. 


Saudações! 

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