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A mostrar mensagens de junho, 2025

ESTAMOS A CAMINHO DA EXTINÇÃO DEMOGRÁFICA?

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A Bomba Silenciosa da Infertilidade Global  Durante décadas, acreditou-se que a taxa de fertilidade necessária para garantir a estabilidade populacional girava em torno de 2,1 filhos por mulher. Mas os tempos mudaram — e a ciência actualizada também. Estudos recentes indicam que o número mágico já não é 2,1, mas sim 2,7 filhos por mulher, se a humanidade quiser evitar a extinção demográfica a longo prazo. Esta actualização não resulta de mero alarme, mas sim de novos cálculos que têm em conta factores imprevisíveis como a percentagem de pessoas que nunca chegam a ter filhos ou a proporção de nascimentos femininos — dados que, embora negligenciados no passado, alteram substancialmente o cenário. Enquanto isso, a maioria dos países desenvolvidos parece caminhar de olhos fechados rumo a um declínio demográfico inevitável. Os Estados Unidos, por exemplo, registam uma taxa de fertilidade de apenas 1,66. Itália e Japão estão ainda piores, com 1,24 e 1,39, respectivamente.  E mesmo ...

QUANDO ATÉ O OURO CRESCE EM CASA

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A ciência mal contada e o sonho fácil do enriquecimento Num país onde o metical está mais leve que papel de embrulho e a inflação teima em comer o que resta da paciência do povo, não admira que manchetes como “ Planta que produz ouro pode ser cultivada em casa ”, publicada num desses sites por aí, façam brilhar os olhos de muita gente. Afinal, quem não gostaria de um canteiro mágico no quintal a render mais que um salário do INSS, só através de uma rega? Até que agricultura é uma opção melhor que muitas, mas não na vertente do mito sobre Fusarium Oxysporum. A dita notícia, publicada também no Green Vibe - Lifestyle, num site conhecido por gerar polémica, intitulada " Cientistas descobrem uma planta que produz ouro puro: é muito comum e pode ser cultivada em casa ", ressuscita um daqueles mitos modernos travestidos de ciência: plantas e fungos que “produzem” ouro. Só que, como quase tudo que reluz nas redes, trata-se de uma meia-verdade com embalagem de milagre. O que a ciênc...

VOAR É OUTRO PODER QUE MOÇAMBIQUE "AINDA" NÃO PODE

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A Crise da Aviação Moçambicana, a LAM e o Futuro da Conectividade Aérea. Apesar dos recentes incidentes, nomeadamente, um da Aeronave da JetBlue que saiu da pista ao pousar no Aeroporto Logan, em Boston e o outro, o mais fatídico ainda, o Boeing 787 da Dreamliner Air India, com destino ao Reino Unido, ocorridos no dia 12 de Junho de 2025, não somos impedidos de almejar por um sector aéreo acessível, abundante e ao alcance da maioria dos moçambicanos. Enquanto isso, nossas sentidas condolências às famílias é países ilutados. A imagem de um radar de tráfego aéreo mostrando céus praticamente vazios sobre Moçambique às 18 horas de uma tarde qualquer é mais do que uma fotografia técnica – é um retrato simbólico de uma crise profunda que assola a aviação nacional. Quando analisamos esta realidade em conjunto com as recentes polémicas sobre a gestão da LAM – Linhas Aéreas de Moçambique, avançadas pelo Matias de Jesus Junior, um dos internautas atentos a situação de Moçambique, emerge um quad...

A DIGNIDADE JÁ NÃO CABE ATÉ EM SACOS DE CARVÃO.

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Os 03 (três) C's Sem Cobardia Mas de Carvão, Corrupção e Capitalismo Num país onde até um saco de carvão já é falso, o cidadão comum começa a perceber que viver honestamente é uma escolha que pode custar a própria dignidade. O carvão serve para cozinhar, mas também serve como metáfora perfeita do que resta da ética neste país: uma camada fina de aparência sobre um fundo podre de lixo. Há dias, um cidadão moçambicano teve a surpresa de encontrar, no interior de um saco de carvão comprado para consumo doméstico, não carvão, mas lixo. O carvão estava apenas por cima — uma pequena camada para encobrir o conteúdo real, como se fosse necessário disfarçar o fracasso de um sistema inteiro com aparência de normalidade. Este episódio não é apenas mais uma fraude comercial entre muitas: é o reflexo cru daquilo que se tornou a sobrevivência no país — um jogo de engano e de esperteza, onde a honestidade virou luxo, e a dignidade já não cabe no saco. Quando o cidadão precisa mentir para vender,...

QUANDO A GESTÃO DO RISCO ESCONDE OUTROS RISCOS!

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Quando o direito à memória, à pertença e à dignidade humana entra em causa! “ Mais vale prevenir do que remediar ”, diz a placa do INGD cravada à entrada da Unidade Chimadzi, bairro Mateus Sansão Mutemba, na cidade de Tete. Mas prevenir quem? De quê exactamente? E com que base? 🍃🍃 Não é raro em Moçambique vermos placas a surgirem de repente, com proibições definitivas e categóricas, onde antes só havia o silêncio do Estado. O caso da zona de Chimadzi é um desses que exige mais do que uma leitura técnica — precisa de um olhar humano, histórico e crítico.  Ali vivem famílias há mais de meio século. Muitos ergueram ali as suas vidas quando a cidade ainda estava a dar os primeiros passos como espaço urbano consolidado. Casas melhoradas, acesso à energia, rede de água canalizada em alguns pontos, e uma identidade comunitária que levou décadas a construir. 🏠🔌🚰 De repente, chega uma placa: “ZONA PROPENSA A INUNDAÇÕES – PROIBIDO CONSTRUIR CASA”, sob pretexto da Lei n.º 10/2020 de 24 ...

O QUE SIGNIFICA A SELECÇÃO ESTRATÉGICA DA 'ROVOS RAIL'

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Por que a Rovos Rail Exclui Moçambique e Malawi de Suas Rotas A ausência de Moçambique e do Malawi nas rotas actuais da luxuosa Rovos Rail não é um acaso nem um mero detalhe técnico. Esta exclusão reflecte um conjunto intricado de factores históricos, infraestruturais, políticos e económicos, que se entrelaçam para revelar não apenas o estado do transporte ferroviário regional, mas também a forma como o sul global é inserido, ou deixado à margem, das grandes redes de turismo de alto padrão. “Os trilhos de ferro seguem os caminhos do poder.” 🛤️🧭 — (paráfrase inspirada em Frantz Fanon) ⬛⬛ A escolha das rotas ferroviárias revela mais do que geografia: expõe relações de desigualdade, prioridades políticas e quem se pretende conectar — ou deixar de fora. ⬛⬛ Olhemos no legado histórico e promessas inacabadas Moçambique e o Malawi partilham uma longa história de interligação ferroviária, forjada durante o período colonial. A linha de Sena, que conecta o Porto da Beira ao interior malawian...