SIM, O ÁLCOOL FAZ MAL, E FAZ MAL EM VÁRIAS FRENTES

Razões que levam as pessoas ao consumo do álcool

Essa é a parte mais dura da verdade: as pessoas continuam a beber mesmo sabendo que faz mal porque o álcool não é só uma bebida — é cultura, fuga, vício e negócio poderoso. Por detalhes e sem filtro 👇🏾

1. Efeito imediato e enganador

O álcool dá uma sensação rápida de alívio: relaxa, solta a língua, dá coragem, faz esquecer problemas por algumas horas.

Essa “recompensa instantânea” engana o cérebro e faz parecer que é solução, quando na verdade só mascara a dor.

Como a vida é dura (fome, pobreza, stress, pressão social), muita gente procura esse “alívio rápido”, mesmo sabendo que no dia seguinte a dor será maior: ressaca/babalaza, gasto descontrolado de dinheiro, falência, danos, os problemas Permanecem. 

@freepik

2. Factor cultural e social

Em Moçambique (e em todo o mundo), beber está ligado a festas, casamentos, negócios e até rituais. Quem não bebe muitas vezes é visto como “esquisito” ou “antissocial”.

A pressão do grupo empurra muita gente a começar a beber e depois a manter o hábito. A ideia de "socializar-se é uma armadilha subtil para entrada ao mundo do álcool. 

Para muitos homens, por exemplo, beber é associado a “ser macho”, “ser forte” ou “mostrar poder”. Para algumas mulheres, beber é um símbolo de liberdade, imponderamento e independência.

3. Dependência química

O álcool vicia. Depois de um tempo, o corpo e o cérebro passam a precisar dele para funcionar “normalmente”.

A pessoa que bebe todos os dias já não sente prazer real, mas sim necessidade. Deixar de beber provoca tremores, ansiedade, insónia e até convulsões.

Nessa fase, já não é questão de escolha — é doença. É a fase da dependência alcoólica para sentir-se "bem". 

4. Indústria e propaganda

O álcool é um dos negócios mais lucrativos do mundo. Perfaz um daqueles negócios imorais, mas que dá muito dinheiro. 

Empresas gastam fortunas em publicidade glamorosa, ligando a bebida a sucesso, beleza, liberdade e alegria. Em alguns casos até associam à doptes de inteligência e energias positivas. 

Em Moçambique, basta olhar: nas feiras e galas, festivais e celebrações oficiais, até nos jogos de futebol ou outros desportos e nos bairros, sempre há um patrocínio e incentivo para beber - promoções.

É uma estratégia consciente para manter as pessoas presas ao consumo.

5. Fuga da realidade

Num país com desemprego, salários baixos, fome e falta de esperança, beber vira a “válvula de escape”. Uma forma de se afastar do que importa - política ou participação cívica simples, porém crucial para o destino individual, da comunidade e do país em geral. 

O álcool funciona como anestesia social: em vez de lutar contra os problemas, muitos afogam-se neles e desvanecem. 

É triste, mas muitos preferem “esquecer” a vida do que enfrentá-la sóbrios.

6. Negação e autojustificação

Mesmo sabendo que faz mal, as pessoas encontram desculpas:

“um copo não mata”;

“o meu avô bebia e viveu 90 anos”;

“eu controlo, não sou viciado”;

 "os problemas encontrei e vou deixá-los, até que nem fui eu o culpado" 

Essas e tantas outras frases são mecanismos de defesa, porque ninguém gosta de admitir que está destruindo a si mesmo.

7. Desilusão nas Relações

Relações mal correspondidas ou frustrações amorosas podem ser um gatilho para o alcoolismo devido ao estresse emocional e à sensação de perda. 

Quando alguém enfrenta desapontamentos amorosos ou traumas relacionais, pode recorrer à bebida como uma forma de escape ou alívio temporário. O álcool pode parecer uma maneira de anestesiar a dor emocional, mas, a longo prazo, pode agravar os problemas e levar à dependência. 

A falta de apoio emocional e a solidão também podem contribuir para esse comportamento e achar que com o álcool poderá superar. É importante buscar apoio profissional para lidar com essas questões de forma saudável.

✅ Em resumo: As pessoas continuam a beber porque o álcool oferece prazer rápido, está enraizado na cultura, vicia quimicamente, é empurrado pela indústria e serve de fuga numa realidade dura.

É como uma rede: quanto mais alguém tenta escapar, mais preso fica — a não ser que tenha força, fé, apoio e consciência moral para sair. É difícil ou raramente bebesse com juízo. 

Como uma pessoa pode realmente parar ou reduzir sem cair na ilusão de “controlo”?

@Freepik