A desdolarização da economia
Por: Paulino
Intepo
Para quem
acompanha as noticias ultimamente, na arena internacional, tem ouvido e visto
abordagens sobre a desdolarização. Numa busca breve e rápida por informação e
esclarecimento sobre qualquer assunto o assunto, tivemos os seguintes dados
presentes neste artigo. Claro que foi através de consultas interpessoais e por
ferramentas de buscas avulsas por mundo fora.
Este tema
esta tomando proporções irreversíveis e pela relevância, os líderes liberais e
corajosos passaram a levar a sério, assim como suscitou-nos algum interesse em
buscar, reflectir e partilhar a visão, profundamente defendida actualmente pelo
Prof. Patrick Loch Otieno Lumumba, como uma das premissas para o
desenvolvimento africano. No entanto,
não é um tema novo nos debates, mas uma vontade bem antiga e assustadora, que
até levou a queda de alguns lideres africanos, caso do Muammar al-Gaddafi da Líbia, etc.
O que é desdolarização?
Mesmo
vagamente sabendo a respeito, numa pesquisa profunda, pode-se concluir que, a desdolarização é basicamente um
processo económico, em que um país ou uma região reduz gradualmente o uso do
dólar americano, nesse caso, como moeda de reserva e de transacção. Alguns fóruns de debates arrastam o tema considerando como uma revolução q qual liga-se estritamente com a queda da hegemonia dos EUA, associando ao fenómeno despolarização.
Em todo caso, isso pode
ocorrer de várias maneiras, como através da adopção de moedas alternativas,
como o euro, o iene ou através do aumento do uso de moedas locais em transacções
comerciais e financeiras. Alguns países até fazem a questão de educar o seu
povo e ter um sentimento repugnante ao dólar.
Por isso é que podemos notar que a desdolarização pode ser impulsionada por uma série de factores, como:
- O desejo de reduzir a dependência do dólar americano, num contexto de pretexto face algum passado relacionado às acções bélicas;
- A busca por maior autonomia económica; ou,
- A preocupação com a volatilidade e instabilidade do dólar, como ultimamente se tem temido, devido as sucessivas fracassadas agendas do actual PR norte-americano.
Por
conseguinte, a desdolarização pode ser um processo complexo e desafiador,
especialmente para países que têm uma economia altamente integrada com os
mercados financeiros globais e que dependem do comércio internacional para o
seu crescimento económico.
Vantagens
e desvantagens do processo
Os
especialistas até então antevêem a desdolarização como um processo que alem de
utopia dos precursores, poderá considerar-se como uma revolução no sistema
monetário global e pode nesse jugo ter vantagens e desvantagens, dependendo do
contexto específico em que ocorrerá. A seguir apresentamos algumas possíveis vantagens
e desvantagens.
Vantagens:
Maior autonomia económica
Este
processo pode permitir que um país tenha mais controle sobre sua política
monetária e financeira, em vez de depender do dólar americano e das políticas económicas
dos Estados Unidos.
Redução da dependência do dólar
Que um
desafio actual dos países do bloco económico BRICS (Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul), visto que pode reduzir a exposição de um país à
volatilidade do dólar americano, especialmente em tempos de crise financeira
global, como já se especula enquanto vários prognósticos estão indo à baixo.
Diversificação de riscos
De certa
forma pode ajudar aos líderes ou países que pretendam levar a cabo a política
de diversificação da economia. Uma vez que pode permitir que um país
diversifique seus riscos cambiais e reduza a concentração de suas reservas em
uma única moeda.
Desvantagens:
Custos de transição
Neste
processo, primeiramente afecta de forma directa a actividade cambial. Uma vez
que pode se notar que a transição para uma moeda alternativa pode ser
dispendiosa e demorada, envolvendo mudanças nos sistemas financeiros e na infra-estruturas.
Além de que
mexe com outros sectores de actividade como a educação e comunicação social, no
sentido de incrementar programas que se adeqúem em desafio de
consciencialização da ocorrência do processo sem alarmismos, no seio da
população.
Perda de confiança dos investidores
Pode criar
algumas roturas nos laços de cooperação entre entidades e negociações
diplomáticas internacionais. Já que a desdolarização pode reduzir a confiança
dos investidores internacionais no país e aumentar o risco percebido.
Aumento da volatilidade
A
desdolarização pode levar a um aumento da volatilidade nas taxas de câmbio e
nos mercados financeiros, especialmente se o processo não for cuidadosamente
gerenciado.
É
importante notar que as vantagens e desvantagens da desdolarização variam de
acordo com as circunstâncias específicas de cada país e que a transição para
uma moeda alternativa pode ser um processo complexo e desafiador.
Impactos
nos países subdesenvolvidos
A
desdolarização pode ter impactos significativos para países em
subdesenvolvimento. Algumas das possíveis implicações incluem:
Acesso limitado a financiamento externo
Os países
em desenvolvimento geralmente dependem do financiamento externo em dólares
americanos para apoiar o crescimento económico e o desenvolvimento. A
desdolarização pode dificultar o acesso a esse financiamento e aumentar os
custos de empréstimos.
Instabilidade financeira
Os países
em subdesenvolvimento são muitas vezes mais vulneráveis à volatilidade
financeira global. A desdolarização pode aumentar a volatilidade nas taxas de
câmbio e nos mercados financeiros, levando a uma maior instabilidade económica
e financeira.
Redução da confiança dos investidores
A
desdolarização pode reduzir a confiança dos investidores estrangeiros nos
países em desenvolvimento e aumentar o risco percebido, o que pode levar a uma
fuga de capitais e redução do investimento externo.
Possíveis benefícios
No entanto,
a desdolarização também pode apresentar oportunidades para os países em
desenvolvimento. Por exemplo, a adopção de uma moeda alternativa pode permitir
que esses países reduzam sua dependência do dólar americano e tenham maior
autonomia económica.
Além disso,
a diversificação de moedas pode ajudar a reduzir os riscos cambiais e aumentar
a estabilidade financeira a longo prazo.
Existem
várias recomendações que podem ser úteis para os países africanos que estão
considerando levar a vante o processo de desdolarização. Algumas das possíveis
recomendações incluem:
Avaliar cuidadosamente os custos e benefícios da desdolarização
Os países africanos devem realizar uma
avaliação cuidadosa dos custos e benefícios potenciais da desdolarização antes
de tomar qualquer decisão. Isso inclui considerar as implicações para o acesso
a financiamento externo, a estabilidade financeira e a confiança dos
investidores.
Desenvolver mercados de moeda local
A
desdolarização pode ser facilitada pela promoção de mercados de moeda local e
pelo aumento do uso de moedas africanas nas transacções comerciais e
financeiras. Isso pode ajudar a reduzir a dependência do dólar americano e
aumentar a estabilidade financeira regional.
Fortalecer a integração regional
A
integração económica regional pode ajudar a criar um mercado maior e mais
diversificado, o que pode reduzir a dependência de uma única moeda e aumentar a
estabilidade financeira.
Fornecer incentivos para investimentos em moedas locais
Os governos
africanos podem fornecer incentivos para empresas e investidores que escolhem
usar moedas africanas em transacções comerciais e financeiras, incluindo descontos
em impostos ou tarifas.
Colaborar com outros países em desenvolvimento
Os países
africanos podem colaborar com outros países em desenvolvimento que também estão
considerando a desdolarização para compartilhar experiências e melhores
práticas. Isso pode aumentar eficácia da desdolarização e reduzir os
riscos associados.
Por fim, é difícil imaginar alguma liderança actual de um país como Mozambique a encarrar este processo como um desafio a ser levado a cabo nos próximos tempos. Pois a falta de definição de uma narrativa que sustente uma politica de desenvolvimento nacional é um facto. Este processo só pode ser levado a cabo por politicos ou lideres profundamente comprometidos com a causa, a soberania e integridade nacional.
Tete, 16 de
Abril de 2023.
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