De bajulação à crítica construtiva.

BAJÚ AWARDS 2023

E o prêmio do lambebota do ano vai para o__________________?

Lhe marquem nos comentários pra vir buscar prêmio dele .

O bajulador



Escultura Marconde: o Bajulador


Vi este post num dos grupos do WhatsApp e com a respectiva imagem. Fiquei comovido com a ideia, como muita massa pensante e honesta está nas redes sociais e tanta gente obediente também está nas mesmas redes sociais. A questão é do tipo de valores que cultivamos, como já vinha elucidando um brasileiro que contava a história de um turista da América Latina em sua visita a Suíça, numa estação de comboios.

É isso apenas, valores. Para nós moçambicanos importa mais fazer a vontade do chefe que a intenção do bem comum ou simplesmente, fazer dos seus subormados pessoas que se sentem valorizadas e não instrumentalizadas apenas. Aliás, crescemos exactamente sem sermos ensinado nem soubemos onde aprender e como aprender para depois ensinar o que é do bem para todos.

Exclusivamente, pouco se aconselha aos jovens a aderirem trabalhos voluntários e a fazer o bem para a humanidade, a não ser fazer qualquer coisa à troca de algo. Se for caridade, que seja documentada em vídeos e fotografias para depois postar, se calhar opter alguns ganhos com isso.

Quanto mais, somos ensinados a ser gananciosos e egoístas, excessivamente altruístas, como por exemplo a actual expressão popular “cuide da sua vida e pare de interferir na vida alheia”. Sim, assim vai o mundo. Mas os prejuízos de “cuidar da nossa vida, apenas” sem se importar à dos outros, nos leva ao abismo imensurável. Até que se vai mais além, quando as mulheres são educadas a estudarem para não depender do homem.

Antes, nos tempos dos avós que tinham machambas e hortas nos seus quintais, os tios e pais dos outros cuidavam da educação e dos bons modos dos filhos dos outros e de nós. Era recíproco, até que não havia necessidade de erguer muros, cercas eléctricas e vedações que podem comprometer em casos de intervenção de alguma emergência, visinhos apoiarem.

Era uma altura de “comuns”. Pessoas sociais e que se cuidavam ou se tratavam uma das outras. Dizem que a vida era bela. Mas não devíamos estar estáticos naquele estágio, é preciso evoluir pois é a realidade dos seres vivos: evolução. Só que ao invés de melhorarmos, pioramos os estados e hoje somos o que somos. Pior que os nossos pais, seremos incapazes de limpar nossa própria “merda”. A título de exemplo, até para puxar a água que está à metros do nosso quintal devemos pedir auxílio ao FMI, Banco Mundial, etc.

Muita honestidade está em videos na YouTube, Instagram, etc. Muita caridade filmada e documentada, que chego a questionar se não é ficção, porque a realidade é uma vergonha e tristeza. Diziam o rapper Duas Caras “mais do que parecer tens de aparecer”, então , a benevolência nas escuras já não tem sentido e que só as críticas também devem ser à luz do dia, pois nas escuras, como mandavam a moral dos nossos contos africanos, já não tem cabimento.

Hoje é normal faltar com respeito à Deus, aos nossos pais, aos nossos vizinhos e ignorar a figura do professor, que antes eram o sinónimo da ética e moral, fonte da preservação da nossa identidade cultural. Era lá onde estavam contidos os valores. Hoje propaga-se o liberalismo, a liberdade e a democracia, etc. Apagam-se todos valores, pois são coisas retardadas – para os intelectuais africanos de hoje.

Mas, não sei se é falta de informação ou é burrice extrema dos nossos académicos e intelectuais, preferem idolatrar uma imagem política, visualizar e avaliar positivamente, partilhar e recomendar forçosamente entidadesentidadesas e sem honra nem carácter, hipócritas acima de tudo, aderir propagandas e outras agendas com a intenção de ser considerado emancipado e o mais conveniente pelas tais elites, enquanto de valor humano nada tem.

Já se foi altura em que havia, por exemplo, generais que se preocupam e se simpatizam com o bem-estar dos seus saldados para melhor servir a defesa da soberania e da tal pátria. Tal como dificilmente há dirigentes que tomam a consciência das suas limitações e renunciam antes que as coisas tomem contornos graves, para dar lugar à quem possa inovar ou dar uma resposta adequada e à medida.

Meia e volta, viemos nas redes sociais e em publicações como estas, chamar atenção a moralidade dos reais honestos, como se fossemos bons, também. Somos nós que corrompemos a polícia, aplaudimos mafiosos e mentirosos, elegemos ladrões e burros, escolhemos violadores e abusadores, nomeamos incompetentes e inaptos, premiamos covardes e BAJULADORES ou simplesmente BAJÚS, com todas suas implicações e imperfeições, demos aval para fazerem mais “merdas” e lamentamos ou murmurarmos que as coisas ultimamente estão mal ou é o sistema.

Que tal começar a ser exemplo ao invés de sermos quem aponta o dedo aos que consideramos desviados da conduta ideal? É só uma questão de decência, compreensão e entendimento. A partir da posição em que estamos como pobres, humildes, indefesos e honestos, sabermos reverter os cenários ao nosso favor sem necessariamente rebater com violência e vandalizações às escoriações expostas.

Para tal, nem precisa ser religioso, ser de uma etnia de elite ou figura pública, ser influenciarldor, etc. é apenas se pôr no lugar do outro. Chega dos fomentos famigerados patriotismos vazios, palavras não são muito válidas quando precisa-se de acções em detrimento de declarações. Às vezes é válido crer que além da corrupção outra praga é a bajulação. A bajulação tira a dignidade das pessoas, mancha o carácter e é uma das razões da educação, a saúde, a defesa e o resto do aparelho do Estado estar mal.

Acabar com a bajulação é meio passo dado desta nação rica em recursos mas pobre em quadros. E o oposto da bajulação é a crítica construtiva. Bajulação refere-se a elogios excessivos e insinceros com a intenção de agradar alguém ou obter algum benefício pessoal. Por outro lado, a crítica construtiva envolve fornecer feedback honesto e objectivo com o objectivo de ajudar alguém a melhorar ou corrigir um problema específico. Enquanto a bajulação pode ser vista como uma forma de manipulação, a crítica construtiva é uma forma de comunicação honesta e produtiva.

Votos de muito civismo e vida plena com honestidade, e:

Reeditado do post…

BAJÚ AWARDS 2023

O prêmio do lambebota do ano vai para o/a? (preencha o nome nos comentários de quem acha ser o maior bajulador e voltaremos a renovar a lista)!

Comentários

  1. Egídio Vaz melhor bajulador, péssima pessoa humana já vista na face da terra.

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