Há que prestar mais pelo país e não apenas pelo seu partido!


Enquanto exercitava encarar os desafios propostos por pensadores e amadores políticos, sindicatos, empresários e a comunidade em geral, se não até a dedução algorítmica da Inteligência Artificial, respondendo às questões como à de pôr a culpa na juventude pelos estragos da nação e a possibilidade de se ser um cidadão exemplar, na presente realidade do país, me passava pela cabeça a velha ideia de ainda subsidiar na onda da revolução juvenil, no sentimento pela terra natal e sem necessariamente ostentar alguma filiação política como tal.

Isso porque, pese embora dividirem-se as opiniões com base nas narrativas que convém à cada moçambicano, segundo suas acepções, aspirações e capacidade de análise dos factos, há algo que podemos ter de comum: a pátria. E ver o que os manos estão passando na África do Sul, é outra dor de cabeça. Mas nós temos um território pelo qual devemos lutar, embora não pareça valer a penas. 

Uma vez que os movimentos mudam e podem mudar mesmo, assim como alguns surgem e tem seu tempo de vida, mas o território e o seus limites onde acontecem as disputas e antagonismos políticos, permanecem. Com os mesmos problemas se calhar, ainda que em gerações diferentes. 

Salvo em casos que se chega a conflitos acesos e obrigam até à reformulação geográfica do espaço físico e divedem famílias. Mas o sentimento pela terra ainda prevalece com fortes ligações e valores emocionais. Onde independentemente dos resultados das disputas, se pode ficar com ódio, orgulho, saudades ou amor, etc. É nessa vertente que gostaria de apelar, não para uma nova abordagem, mas sim para uma visão de como devemos participar no desenvolvimento do país, pacificamente e fazer a diferença com tendência para o bem-estar colectivo.

Quer dizer, ao invés de lutarmos por tirar este e manter aquele partido, eu prefiro que a questão esteja virada para projectos que mostrem desenvolvimento e sustentabilidade, olharmos para a competência com referências reais. Remetendo aos líderes dos movimentos e partidos um frente à frente aberto, junto do povo e com auxílio dos meios de comunicação social disponíveis, confrontar-se os seus argumentos e manifestos. 

Isso para permitir vermos quem tem, gabarito e agendas que vão de acordo com os anseios da comunidade onde está integrado; e, não é apenas um mero pau mandando de uma elite ou outra organização criminosa, que pretende ter o poder para fazer das suas e esquecer os seus deveres, conforme o seu manifesto eleitoral. Assim como os indivíduos da CNE – STAE, que se fazem de atrapalhados, junto a sociedade, no processo eleitoral e deixam acontecer atrocidades em que os prejuízos trarão consequências graves para nós mesmos.

Por outro lado, seria para pura avaliação pública de quem estamos a dar o poder, sim, mas também garantir que se algo não for cumprido estaremos por perto e atentos para cobrar. Estes debates, Moçambique não seria um pioneiro, pois já acontecem em vários cantos do mundo, onde se diz ser-se democratico. Isso porque alguns dirigentes, pelos acordos que estão assinar, não parecem cumprir com agenda patriótica deste país. 

Ainda despertaria a possibilidade de ser conhecido o indivíduo e a sua equipe, pese embora tenha sempre sido complicado descobrir e disciplinar os apoios obscuros e clandestinos, feitos por pactos sujos à troco dos privilégios reservados à serventia, depois de ter sido consumada a vitória.

Isso é difícil gerir, mas dando abertura para esta modalidade e ainda reforçando a ideia de o voto ser secreto, podemos ter bons frutos. E, indo ao “X” do objetivo desta publicação é meramente à implicações negativas que se tem ao apoiar determinados partidos e movimentos políticos concorrentes aos poder, desprezando as histórias, factos passados e até recentes, etc.

A ignorância do que sabemos sobre algumas figuras, movimentos e partidos ou organizações que representam, aliado ao medo de mudanças, juntamente com distanciamento de participação activa nas preocupações políticas em cursos – se pôr de lado, é uma atitude errada e de covardia, não é verdade é digno de um ser humano. Pois as consequências são consentidas por todos e por gerações à fim.

É necessário que todos se sintam obrigados a participar nas decisões políticas das suas comunidades. O patriotismo não deve apenas servir para os conseguem construir com viagens e ajudas de custos. Não precisa se sentir habilidoso para o oferecer seus esforços seja lá onde estiver em detrimento de serviço o país sem esperar benefícios estrondosos, ainda que venda parte do país, não. Todo ser humano é um ser político, por natureza, então, vamos nos envolver em tudo em prol de defesa da nossa pátria. 

Não há que se excluir no momento de se escolher quem deve dirigir o rumo da situação política que afecta tantas outras áreas das actividades para o bem comum e colectivo. Proporcionando uma boa qualidade de vida, para todos efeitos.

O apelo volta a se reiterar na expressão do cartaz que parafraseia o Ulysses Guimarães, brasileiro e cosntituciolista nos anos de 1980, que diz “lute pelo seus país e não pelo seu partido”. Pois no final das contas, quer-se quem tenha lucidez e aptidão para levar a cabo um bom projecto de desenvolvimento e sustentabilidade rumo ao bem-estar comum e social, sem descriminação ou exclusão de uns tanto quanto os outros.

Se a participação for desajeitada quem sai a perder são os cidadãos locais e não os políticos e partidos. Estes são apenas atores fazendo seu papel na cena. Mas o povo pode disciplinar qualquer entidade, desde que haja união e participação activa no exercício da cidadania. Que pelo qual não é necessário que se tenha alguma habilidade académica e política.

Visto que os problemas afectam todos os quadrantes da sociedade, desde aos status sociais, idades e géneros. Só para se ter uma ideia, mesmo tendo uma viatura e casa de luxo, o brilho fica manchado se as condições das vias de acesso não estiverem em condições; assim como é desconfortável uma mansão no meio de uma total deordem e desurbanização.

Então, é uma série de problemas que advém da não participação nos deveres e obrigações cívicas. Para que haja melhorias e mudanças significativas é necessário uma participação activa dos cidadão nativos e locais e não permitir cumprir agendas e satisfazer propagandas que não vão de acordo com as necessidades locais.

Repito, a cor de quem governe, administre qualquer organização não importa. O que interessa é o que tem a fazer caso vença o escrutínio. Essas promessas devem ser revistas com base em todos meios disponíveis e se possível debates em prol de avaliar o que realmente trazem as propagandas. Pese embora de ante mão se saiba que são mentiras. Mas há sempre uma oportunidade crítica para apurar até onde as artemamhas vão.

Nada de subterfúgios

Para a realidade em que estamos, somos todos convidados e obrigados a participar activamente directo ou indiretamente, singular ou colectivamente na organização da nossa comunidade. 

No entanto, essa ideia tem sido expressa por várias entidades ao longo da história e não será exclusivamente desta publicação. Até alguns filósofos, pensadores políticos e líderes como disse antes, têm enfatizado a participação ativa de todos os indivíduos na política. Só para elucidar como exemplo temos:

Aristóteles: O filósofo grego que  afirmava que o ser humano é um “animal político” por natureza, ou seja, que a participação na vida política é fundamental para o pleno desenvolvimento humano.

Jean-Jacques Rousseau: O filósofo francês destacou a importância da vontade geral e da participação direta dos cidadãos na tomada de decisões políticas, conceitos que influenciaram o pensamento democrático moderno.

Mahatma Gandhi: O líder indiano enfatizou a importância da ação política não violenta e encorajou os indivíduos a se envolverem ativamente nos assuntos públicos, acreditando que cada pessoa tem o potencial de ser um agente de mudança.

Independentemente da lista dos pensadores prós e contra no contexto deste raciocínio, maior parte vai fluir ainda no argumento semelhante ao que todo ser humano é afetado pela política, mesmo sem se envolver diretamente nela, enquanto outros podem entender que todo ser humano tem a capacidade de exercer influência e participar ativamente da política. 

Mas tudo resumesse em a política ser parte de nós humanos e moçambicanos são também humanos, então não se mostrar disponível para fazer a diferença é um erro crucial.

 

Nota:

Consta que autoria da expressão “Lute pelo seu país e não pelo seu partido” é atribuída ao político brasileiro Ulysses Guimarães. Ulysses Guimarães foi um dos principais líderes políticos do Brasil durante a transição democrática na década de 1980.

Ele desempenhou um papel fundamental na redemocratização do país e foi presidente da Assembleia Nacional Constituinte, responsável por elaborar a Constituição brasileira de 1988. A frase em questão enfatiza a importância de colocar os interesses do país acima das lealdades partidárias.

Tete, 20 de Maio de 2023

 

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