É possível ser um cidadão exemplar em Moçambique?

Recorte de um vídeo em que "um cidadão carregado em condições desumanas para ser apresentado numa Esquadra da polícia. Algures em Mocambique."

Paulino Intepo
intepo1607@outlook.com

A luz dos meus devaneios e pesadelos, conjugados com má gestão da ansiedade e incertezas sobre o futuro deste país nos próximos momentos, me pus a pensar acerca da possibilidade de se ser um cidadão exemplar na presente realidade do país. 

Depois de ver tantos outros moçambicanos que eram honestos enquanto pobres e depois de alguma promoção ou ascensão na vida, tornaram-se arrogantes e perderam a humildade. Passar do ser boa pessoa para um indivíduo com limitações e receio de fazer o bem, por se sujeitar ao complexo de superioridade exagerado.

Sem rodeios, digamos que ser um cidadão exemplar em primeira instância e impressão, significa ter um comportamento ético, respeitoso, solidário e responsável em relação às leis, às normas sociais e às outras pessoas ao nosso redor. 

Aparentemente um conceito utópico, mas seria este o conceito do tipo de pessoa que me refiro e me questiono se é possível ser-se assim, ostentar este perfil num país como este e nestas situações em que vivemos. Não que seja um país caótico tanto quanto os outros e que toda sua população seja desviada de qualquer bom senso, valores e princípios.

Apenas queremos aferir até que ponto é possível se fazer passar por este tipo de perfil, caso não seja por natureza alguma, intencional para um fim lucrativamente material que espiritual. Para mim é uma intuição recreativa reflectir sobre isso, não sendo necessariamente uma visão pessimista da postura intelectual e cultural dos moçambicanos.

Muito menos apresentar alguma opinião que seja pejorativa ao ponto de ferir alguma sensibilidade. Mas dar-se luxo de pensar acerca disso é uma questão necessária sim, pois ajudará de certa forma alinhar parte da mentalidade da sociedade que menos se importa com a educação geral e outros aspectos que seriam pilares para uma convivência espetacular e construção da consciência colectiva zeladora do bem para todos.

O qual envolve se preocupar não só com a educação como processo de ensino e aprendizagem, também se preocupa com o meio ambiente, com a cultura, e que busca se manter informado e consciente sobre os assuntos relevantes da sociedade em que vive.

Diríamos mais, que um cidadão exemplar é ser alguém que se preocupa com o bem-estar da sociedade em que vive e que procura contribuir positivamente para melhorá-la, seja por meio de acções voluntárias, seja pelo respeito às regras e normas estabelecidas.

Além disso, o cidadão exemplar é um modelo para os outros, mostrando que é possível viver de forma justa e responsável, respeitando as diferenças e promovendo a harmonia social, sendo honesto acima de tudo, digno de partencer a pátria moçambicana.

Sem que necessariamente evoque alguma deidade nem amedronte reencaminhar maldição ou ostente intimidação em casos de desrespeito pelo que acredita. Mas sim, expressa de forma cordial a compaixão e tolerância plena, sem se gabar por isso.

Com este zelo de condições acima patente, caro leitor, acha que com base na nossa realidade moçambicana, é possível ser um cidadão exemplar ou não, sem precisar ser coagido ou ameaçado, longe dos holofotes e sensacionalismos vazio?

Se sim, gostaria de colher mais sensibilidades do assunto nos comentários e se preferir ainda apenas seguir como um conselho, estas condições que apostamos que descrevem um cidadão exemplar, convencemo-nos que concorda e agradecemos que partilhe o raciocínio.

Pois a intenção é meramente trazer uma abordagem critica no sentido construtivo, para exercermos uma cidadania conveniente à nós mesmos e atractiva às demais civilizações. Promovendo ainda a tolerância e não a questão de ser justiceiro por alguma razão violenta. 

Mais não disse, se não concluir que até então, acho ser uma utopia o conceito que rege um cidadão exemplar, pese embora tentando galgar no que tem sido possível pelo bem do espírito, da mente e do país que amo.

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