Factos possíveis no processo de recenseamento

Por: Briston Crontch

Impressão clandestina de cartões de eleitores fora da hora estabelecida.
Denúncia de impressão de cartões de eleitores fora da hora estabelecida, em Chiúre, CD. 


Inicialmente, esta publicação não tem objectivo de alarmar, mas sim alertar e apelar por uma postura cívica e civilizada, com melhor entendimento possível do actual processo de recenseamento eleitoral. É um simples comentário sem enfoque para alguma linha de acção, embora pareça. 

Este é o momento em que podemos acompanhar presencialmente e de forma indirecta situações que envolvem desde o cidadão pacato, membros dos partidos, movimentos políticos e técnicos ou a equipe técnica do processo de recenseamento eleitoral. Tal como no passado, actualmente, não será diferente com a existência de rumores e factos nos postos de recenseamento. 

Os quais nos apresentarão focos de discórdia entre entidades com interesses no processo de assumir o poder através dos próximos escrutínios para tomar o rumo dos destinos do país.

É este o momento também, que na medida em que os líderes e seus sequazes vão difundido mensagens de modo a mobilizar os cidadãos a cumprir com este dever cívico – recenseamento, vão discretamente ou abertamente, tudo fora da lei, persuadir seus eleitores e conquistar os outros para aderirem não só o processo de recenseamento, mas sim, pensar em que partido votar quando chegar a vez. Foco aos novos eleitores.

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É neste momento em que podemos ouvir falar ou presenciar actos de manipulação de jovens com idade para exercer o dever e o direito de voto, bem como o inicio da arquitectura dos esquemas traçados obscuramente para ludibriar o sistema quando chegar a vez da votação. 

Essas operações vão desde a viciação das máquinas, onde algumas por si só estão com defeitos como é o caso daquelas em que as câmaras não são capazes de captar certos rostos para fotografar, algumas falsificações com tendências de multiplicação dos cartões, se não mesmo mafias para superar as incertezas e desconfianças que podem mudar o curso dos próximos eventos.

Tudo é possível e qualquer arma, esquema, táctica e manobras são e serão necessários para execução das estratégias traçadas a fim de conseguir victórias retumbantes ou simplesmente históricas nas eleições. Todos detalhes e partes dos planos devem correr de modo a salvaguardar este objectivo, vencer as eleições ou melhor, recuperar as perdas anteriores, adquirir as novas e consolidar as já existentes. 

Não importa se será um jogo limpo ou não. O que importa frisar é que as dinâmicas desta vez redobraram bem como devem ou deviam redobrar a mesma dimensão as contramedidas para se evitar o pior, o que não está acontecer, possivelmente.

Por enquanto o sucesso e a justiça dos próximos momentos estão nas mãos dos técnicos do STAE/CNE. Alguns são factos verídicos que há desvio de mesas, outros são rumores que há invalidação previa dos cartões dos membros que se recenseiam sendo estes da oposição ou não favorável ao partido no poder. 

Como venho dizendo, o esquema está montado e cabe cada lado puxar, usar e manipular ao seu belo prazer. Infelizmente único lesado será a população moçambicana e as futuras gerações.

Certo é que a vigilância deve partir de agora. Esses pequenos detalhes de ocorrências são alicerces dos próximos estágios da situação. Estes pequenos “nadas” formarão “algo” dentro desta ronda eleitoral. Quando forem tolerados e negligenciados actos incorrectos agora, custarão sacrifícios se não até  vidas de pessoas, quando os resultados forem desfavoráveis para alguns. 

O ideal seria que as democracias fossem pacificas e compassivas com maior reverencia a vida humana e qualquer outra que ajudasse equilibrar as energias do universo.

Outra realidade aparentemente impercebível é a existência de focos de corrupção no processo. Pela demora de emissão dos cartões que alguns subintendem que seja propositada, enquanto apontamos por baixo domínio das maquinas por parte dos operadores e problemas técnicos dos tais mobiles, há quem entende que é algo programado. Gerando dessa forma aborrecimento, por parte de alguns interessados que não querem marcar e esperar longas horas, subornam, afim de contornar as longas filas. 

E é provável até que tenhamos mais crianças sem pais, consequência deste processo só para ter o cartão do eleitor: sexo em troca de facilidades para obter o cartão. Nada pior que isso, é até ter estrangeiros com cartões de eleitor a se fazerem passar por moçambicanos e participarem activamente nas eleições, apesar de haver abertura para o efeito.

À quem estes poderão favorecer? Sem pensarmos em quem os vão mobilizar e a que troca?  E já agora, a isenção de vistos para certos países europeus, asiáticos, americanos e "alguns africanos" logo nessa época, há que se deve? É só para refletirmos juntos.

Mais uma vez, essa actividade cívica prova a existência de classes e as elites sempre com mais privilégios. Há relatos até de haver nepotismo por parte das pessoas envolvidas, onde uns previlegiam o recenseamento dos seus familiares e conhecidos em detrimento de observar a sequência das filas marcadas. 

O que podemos elogiar é a beleza e a qualidade do cartão. Já se foram as criticas dos altos custos dos transportes que foram e serão usados, os imoveis, mas poucos duvidarão a existência de um elemento a mais nos cartões de eleitor dessa época, uma novidade que especula-se que seja exclusiva para Moçambique, aparição do Código QR, do inglês: Quick Response – Resposta Rápida.

É um código que inicialmente, já existe a 20 anos e vem do Japão. Finalidade, era para facilitar a identificação e gestão logística das peças e hoje aplica-se quase em tudo. Na prática este Código de Resposta Rápida consegue armazenar cerca de 100 vezes mais informação que as outras formas de barras a negro. Além de que são a maior aposta nessa geração de evolução tecnológica digital, que rapidamente liga o mundo offline ao online.

·       Saiba mais aqui: O que é e como utilizar o Código QR.

Se fossemos mais justos e preocupados com os detalhes, exigiríamos explicações da aparição do Código QR nos actuais cartões de eleitores ou exigir a sua retirada. Mas como fingimos ser mais emancipados, informados e não queremos nos envolver de certa forma em qualquer confusão, vamos deixar estar e fiquemos para ver no que vai dar no dia das eleições, sejam autárquicas e províncias e presidências, já que as distritais possivelmente não terão espaço brevemente. Mas chamamos atenção a jogada que aí vem!

Sem mais por enquanto, cordiais saudações e bom trabalho aos professores inseridos no processo de ensino e aprendizagem do sistema nacional de educação de Moçambique. Se não for a pedir de mais, enquanto bebem água, procurem buscar e trazer aos seus educando ou alunos, matérias sobre o Código QR. Todo moçambicano tem direito a informação e sobre isso, reflictam profundamente nas vossas acções face ao processo de recenseamento eleitoral deste ano 2023.

Votos de óptimo exercício cívico.

 

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