O que dizer sobre o dia 25 de Setembro?

Reflexões sobre o Dia das FADM - Uma Análise Cidadã da Defesa e Segurança em Moçambique.

Desfile militar das FADM. 

Ora bem! Depois dos desfiles e discursos tendenciosos que chegam a distorcer as cerimónia e tiram gosto aos mais atentos, o que mais se pode pensar sobre o dia? 

O dia 25 de Setembro, celebrado como o Dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), oferece uma oportunidade única para os cidadãos reflectirem profundamente sobre o estado da defesa e segurança do país. 

Não se trata de pensamentos de observação sobre coisas de outro mundo. Apenas observamos que em um cenário de desafios crescentes e expectativas nem sempre correspondidas, é crucial examinar o papel das FADM na garantia da soberania e integridade territorial de Moçambique, sem rodeios supérfluos. 

O Peso da História e os Desafios do Presente

As FADM carregam um legado complexo, evoluindo desde os dias da luta pela independência até os desafios contemporâneos. Esta trajectória moldou uma força que hoje se vê diante de ameaças multifacetadas, desde o terrorismo em Cabo Delgado até as instabilidades regionais. 

Mesmo com os dribles feitos nos discursos em sua defesa (FADM), bem como a disputa de protagonismo discreto nos teatros com outros géneros de forças similares tanto a nível interno e estrangeiro, a questão que se impõe é: como as lições do passado podem ser aplicadas para enfrentar os desafios atuais e futuros?

Uma vez que eficácia das FADM em lidar com estas ameaças tem sido objecto de intenso escrutínio público. Ignorando-se ou não, os cidadãos observam com apreensão os desenvolvimentos em Cabo Delgado, questionando se as forças armadas estão adequadamente equipadas e preparadas para proteger a população e os recursos nacionais.

Por outro lado, os gestores das FADM e os respectivos pensadores, estrategas e políticos, devem se pôr no lugar do cidadão comum e procurar projectar as suas forças e meios segundo as aspirações do povo que devem servir. E, não apenas fazer de conta sobre a existência das FADM ou usá-la como algum lugar para lograr benefícios pessoas e acomodar preguiçosos. 

Recursos, Capacidades e Expectativas

Um ponto crítico de reflexão ainda, reside na disparidade entre as expectativas públicas e o desempenho percebido das FADM. Esta discrepância levanta questões sobre os recursos disponíveis, a alocação orçamentária e as prioridades nacionais.

Ainda que não houvesse desfiles e demonstrações, viriam questões como: Será que as FADM têm à sua disposição os meios necessários para cumprir eficazmente sua missão? Como o orçamento de defesa se equilibra com outras necessidades prementes do país?

E depois com as denuncias apresentadas por alguns órgãos estatais sobre os possíveis desvios de fundos e outras falcatruas, o público tem ficado incrédulo sobre a qualidade do tipo das FA que têm. Daí que até a presença dos acessores e o tipo de acessoria também trazem mau estar, principalmente quando os ganhos não são tão visíveis e o protagonismo nas zonas de grande exploração elas não aparecem. 

Além do Campo de Batalha

É importante reconhecer que o papel das FADM se estende para além das operações militares. Aliás, esse ponto devia imprescindívelmente, mesmo, ser percebido e desenvolvido pelos próprios militares. 

Quer dizer, os militares de todos as classes e postos deviam saber e conhecer que o seu envolvimento no desenvolvimento nacional e em missões de assistência humanitária é crucial, embora muitas vezes subestimado.

Trazendo sempre respostas sobre questões como estas forças contribuem para a construção da nação e a promoção da unidade nacional em tempos de paz?

A Relação Civil-Militar e a Transparência

Reiteramos que a percepção pública das FADM é um aspecto fundamental a ser considerado. A confiança entre os militares e a população civil é essencial para a coesão nacional e a eficácia das operações de segurança. 

Neste contexto, a transparência nas operações e nos gastos militares torna-se uma questão de interesse público. Então, como fortalecer esta relação e garantir que haja um equilíbrio entre a necessidade de sigilo operacional e o direito do público à informação?

Cooperação Internacional e Soberania

A cooperação internacional em matéria de defesa é uma realidade inescapável no mundo globalizado. No entanto, isto levanta questões sobre o equilíbrio entre a assistência externa e a autonomia nacional.

Como Moçambique pode se beneficiar de parcerias internacionais sem comprometer sua soberania? Qual é o impacto destas colaborações na capacidade operacional e na percepção pública das FADM?

Olhando para o Futuro

Ao reflectir sobre o Dia das FADM, é imperativo pensar no futuro. Que reformas ou mudanças são necessárias para que as forças armadas possam enfrentar os desafios emergentes? Como as FADM podem se adaptar às rápidas mudanças tecnológicas e geopolíticas que moldam o cenário de segurança global?

A Responsabilidade Colectivas

Por fim, é crucial reconhecer que a segurança nacional não é responsabilidade exclusiva das Forças Armadas, até que estas de Moçambique, vem da antiga FPLM. Então, cada cidadão tem um papel a desempenhar.

Assim como é preciso pensar também, em como a Sociedade Civil pode apoiar as FADM, mantendo ao mesmo tempo um olhar crítico e responsável sobre suas acções? Que fique claro nesta opinião, que este equilíbrio proposto entre apoio e responsabilização é fundamental para uma democracia saudável e uma defesa nacional robusta.

Conclusão

O Dia das FADM não é apenas uma data comemorativa, mas um momento de reflexão nacional. É uma oportunidade para os cidadãos pensarem criticamente sobre o estado da defesa e segurança do país, reconhecendo os desafios enfrentados pelas forças armadas e considerando como a nação, como um todo, pode trabalhar para fortalecer sua segurança e soberania. 

Ao fazermos estas reflexões, honramos não apenas o sacrifício dos homens e mulheres em uniforme, mas também nosso dever cívico de contribuir para um Moçambique mais seguro e próspero. Por isso, juntamente, enderecamos um feliz dia 25 de Setembro de 2024 - às FADM.

Comentários

  1. Realidade certa.mas enfim pais de muitas realidades

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  2. O que foi assistido ontem foi uma despedida do Nyusi não a celebração do dia das FADM. A verdade é que as Forças precisam ser armadas e equipadas, o que foi apresentado naquele desfile não corresponde à aquilo que devia ser. Em termos de meios nem se pode equiparar a um Batalhão de infantaria. O desfile de botes não corresponde a um desfile naval. O que se precisa mesmo é reajustar isto desde os conceitos de Defesa, Força Armada, Força Aérea, Marinha. O que é isto? Segundo, conhecer o que se vai defender, a dimensão da área a defender, isto vai ditar que meios e equipamentos adquirir. Não se pode enviar um cachorro para enfrentar um leão.

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