A Próxima Fronteira: Libertando Moçambique da Ignorância sobre sua Riqueza de Gás
Libertando Moçambique da Ignorância sobre sua Riqueza de Gás
Há que concordarmos que as imensas reservas de gás natural recentemente descobertas ao longo da costa norte de Moçambique, representam uma riqueza transformadora para o país. Pois, sobre isso se fala em discursos e nas mídias sociais.
Porém, o que é difícil de se imaginar é como isso irá afectar na vida dos cidadãos moçambicanos, enquanto se vive a situação de terrorismo, conflitos e usurpação de terra, entre outros problemas.
Projetos bilionários de extração e liquefação de gás por gigantes de petróleo globais como a ExxonMobil, a Eni e a famosa Total, têm o potencial de impulsionar drasticamente as receitas do Estado e o desenvolvimento econômico de Moçambique.
No entanto, essa promissora fronteira de abundância também traz riscos significativos que precisam ser enfrentados, se não, tão cedo, conscientizar o resto dos moçambicanos das reais necessidades fundamentais de saber sobre o que se passa na verdade.
Uma vez que a realidade por trás desses mega-projetos de gás, tem sido mantida, em grande parte, oculta das massas moçambicanas. Detalhes críticos sobre contratos, projecções de receita, impactos ambientais e sociais raramente são submetidos a um escrutínio público significativo.
Essa falta de transparência permite que narrativas distorcidas ou parciais sejam propagadas, enquanto a complexa realidade subjacente permanece nebulosa. Longe dos pacatos cidadão, considerados antes e esquecidos actualmente, como os patrões do país.
Essa assimetria de informação é exacerbada por desafios como restrições à liberdade de imprensa, baixos níveis de alfabetização e interesses enraizados das elites políticas em controlar o fluxo de informações.
As vastas rendas potenciais dos recursos criam um incentivo perverso para manter as massas na ignorância, pois a conscientização pública pode levar a maiores demandas por prestação de contas e distribuição equitativa dos benefícios.
No entanto, essa situação é insustentável e contrária aos interesses de longo prazo de Moçambique. Deixar a população geral às cegas sobre um desenvolvimento tão potencialmente transformador cria riscos significativos de má gestão de recursos, captura de rendas por elites políticas e empresariais, marginalização de comunidades vulneráveis e perpetuação de ciclos de pobreza e desigualdade.
Já vimos com situações anteriores ligadas à exploração desse tipo de recursos, onde especula-se que haja desvio das receitas que se calhar deviam ser visualizadas no fundo soberano e servir para suprir várias despesas públicas reservadas a integridade, segurança e soberania.
Então, a próxima e mais urgente fronteira para Moçambique é libertar seu povo da ignorância imposta sobre essa vasta riqueza de gás. Somente com uma população amplamente informada e mobilizada é que o país pode garantir que os bilhões em jogo sejam verdadeiramente canalizados para o desenvolvimento sustentável e o bem-estar partilhado de todos os moçambicanos.
Esta é uma luta existencial - quebrar as correntes da desinformação e participar activamente na modelagem do destino de Moçambique, nesta encruzilhada crítica de abundância de recursos. Qualquer coisa menos do que isso, condenaria a nação a replicar os ciclos viciosos da "maldição dos recursos" testemunhados alhures.
A fronteira por vencer é a escuridão autoimposta; mas, uma vez vencida, um novo alvorecer de prosperidade
sustentável pode raiar para Moçambique.
Por: Lino Isabel Mucuebo TEBULO.
Realmente ha necessidade de libertar consciencializando o povo a conhecer a causa
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