O estado deplorável da TV e seus danos à sociedade moçambicana 🇲🇿

Por:Paulino INTEPO
Intepo1607@outlook.com

Circularam informações sobre a morte do Jornalista da TVM, como dizia uma das notas posta à correr pelas redes sociais, "... Morreu Simião Panguane, um dos mais destacados jornalistas..." Certamente, é um choque para nós recebermos informações fúnebres de moçambicanos, pior das baixas "deliberadas" em CD. 

Mas a morte deste jornalista, trás consigo não só tristeza e revolta contra o processo da nossa existência, de nota realmente a queda de qualidade do sector em que esteve a desenvolver suas actividades. Famoso por entrevistar o então, líder da Renamo - Afonso Dlhakama e antigo PR da República - Joaquim Chissano. E, uma reportagem sobre um empresário moçambicano na África do Sul, foi um dos trabalhos mais brilhantes. 

Prontos. Foi e a vida segue enquanto reflectirmos do que é feito da televisão moçambicana no geral. É daqui onde parte a profunda apreensão que observamos o atual panorama da televisão em Moçambique. 

A vasta maioria dos canais abdica de sua responsabilidade social em prol de uma programação rasa, vulgar e completamente destituída de valor educativo ou construtivo. É um verdadeiro "embrutecimento" em massa ao qual estamos sujeitando nosso povo.

As novelas mexicanas sem qualquer aderência à nossa cultura, os realities shows que promovem os piores valores humanos, as bizarras competições de auditório... tudo isso não passa de entretenimento vazio que apenas fomenta a ignorância e a banalização da vida. 

É deprimente ver como tanta gente se contenta em consumir esse lixo televisivo. Ainda que se lamente em sonâmbula a morte de quadros como Simião. A quem a empresa a qual representava tem um descrédito famosamente atribuído pelos conteúdos propagandisticos do governo do dia e longe da realidade moçambicana. 

Não podemos deixar de lamentar o impacto negativo que essa má influência certamente tem sobre os milhões de moçambicanos, sem muito acesso à educação formal. A TV no geral, deveria ser um veículo de conhecimento e valorização da nossa identidade, não um agente de degradação moral e intelectual da sociedade.  

Felizmente, ainda existem alguns canais públicos e privados que se esforçam por levar conteúdos verdadeiramente enriquecedores aos lares moçambicanos. Programas educativos, documentários, debates sérios... essa é a nobre missão que a televisão deveria perseguir de forma uníssona.  

Apelamos às emissoras para que repensem suas responsabilidades e ajam em prol do engrandecimento da nossa nação, não de sua decadência mental e ética, sob argumento comercial ou de sustentabilidade segundo as tendências.

Reiteramos que o caminho não é fácil, mas é urgente resgatar os valores que verdadeiramente importam. Chega de lixo televisivo, Moçambique merece muito mais que isso!

Lino Isabel Mucuebo TEBULO
Imagem: Gerada por Aí - Dall.E.03

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