Se não podemos ter vergonha ao menos respeitemos o povo
Por Lino I. M. Tebulo
Já era bastante tarde quando recebi o pedido de deixar ficar a minha opinião sobre essa declaração, do ministro. A minha primeira impressão a esse pronunciamento do mistério quando diz ser "de um partido que não tolera fraudes" foi a seguinte:
- Certamente não tolera, pois são quem a praticam e por outro turno não admitem que os concorrentes ousem usar os mesmo malabarismos que eles fazem;
- O outro pensamento foi de que ninguém se importa com a "verdade" em Moçambique, mas sim a satisfação da "vontade" dos que tudo podem por mais que ceife vidas da população. Por isso não há vergonha em dizer o contrário do que se vê ou aconteceu;
- Assim, dentre outros factos inadmissíveis noutros cantos do mundo, Moçambique prova que as vontades dos partidos políticos pesam mais do que as necessidades das soluções para problemas básicos, que humamente devem ser supridos no seio do povo ou dos moçambicanos.
Fora disso, estaria na situação de ter vergonha sobre tudo quanto o povo sabe que estão a falhar e nem mostram vontade alguma de reconhecer e ser humilde, assumir que não são inocentes, ao invés de multiplicar as falcatruas que aceleram o descrédito e queda da confiança e popularidade do partido. Pois, ao meu entender alguns dos meus pensamentos sobre o significado de "ser um partido político que não tolera fraudes" implicaria serem os observadores e praticantes zelosos dos seguintes pontos:
- Transparência - Um partido que não tolera fraudes precisa ter processos claros e transparentes, especialmente em relação a finanças e seleção de candidatos. Isso inclui divulgar informações sobre doadores, gastos de campanha, processos internos de votação etc. Que é o que não existe em Moçambique, mas seria a transparência uma das características de quem não tolera a fraude.
- Responsabilização - Quando ocorrem fraudes ou má conduta dentro do partido, existem mecanismos claros para investigar, punir os responsáveis e impedir que se repitam. Ninguém está acima da lei ou imune às consequências. Enquanto nós a nossa lei é tão fraca aos que têm poderes sobre os que não.
- Integridade - Que é algo que muitos quadros renomados neste país, carecem dela. Os membros e líderes do partido mantêm um alto padrão de integridade e ética. Não compactuam com esquemas ilícitos ou antiéticos mesmo que isso beneficie o partido.
- Vigilância - O partido está atento e monitora possíveis fraudes ou violações éticas, tanto internamente quanto em relação aos oponentes. Denuncia publicamente quaisquer irregularidades. Cá nós não, somos os protagonistas natos das falcatruas, se fazendo de despercebidos sobre todas violações e intimidando que denuncia as fraudes através da vigilância.
- Justiça - O partido defende punições justas e devido processo legal em casos de fraude. Não promove perseguições políticas ou punições exemplares sem provas. E, não devia nem interpor o sector da justiça para lograr os seus interesses e intentos. Aliás, a justiça devia ser independente do partido e a primeira a exigir legalidade ou todos outros valores que se deviam respeitar.
Em fim, um partido que não tolera fraudes se pauta pela ética, transparência e responsabilização em todas as suas acções. A integridade e o interesse público estão acima de interesses particulares. E é melhor estar-se ciente que o povo é que não quer conflitos, apesar de ser por isso que ainda permanecem no poder abusar e desfazer sonhos dos milhões de moçambicanos em situações precárias.
Aquelas narrativas de que a Frelimo é que queria o bem para o povo, desmoronam a cada sujeira que o partido se submete, revertendo as narrativas em mentiras descaradas provadas pela má governação que é inquestionável nos últimos anos.
Agora, olhando pelo que vimos nos últimos 10 anos de governação, quase nada nos orgulha em termos de carácter e outros atributos que só podem ter através de bajuladores e nunca dos homens do bem e de carácter. Discursos inflamatórios como este e outros, deviam ser moderados e virar-se seriamente para a resolução dos problemas básicos: qualidade de educação, transportes, saneamento e a fome, pois a pobreza é outra coisa que em 30 anos ainda não percebemos o que é...
Só uma Opinião Pessoal sobre as palavras do ministro da agricultura. Fico por aqui, por enquanto.
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Ou seja muçulmano ou seja político. Mentiras não são para muçulmanos.
ResponderEliminarAlguém pode explicar o que se passa com senhor ministro ?
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