Indignação de um filho da Frelimo
Indignação de um filho da Frelimo
Suas ExcelênciasRenomado quadros deste paísCaros camaradas do partido Frelimo à todos níveis.
Despenso apresentação que sou filho desta nação. Venho por este meio manifestar a minha indignação, pelos simples facto de ver as últimas notícias sobre muitas realizações. Não sou político como muitos pensam. Mas concebo a política como meio de manifestação de interesse e recurso fulcral para a mudança das nossas vidas, como sociedade.
Antes porém, devo ser rotulado como um cidadão e exercendo o seu dever, pelo qual também um sujeito, filho desta pátria amada, que merece ter "alguns" direitos. Formei-me e sou licenciado. Por quatro vezes tentei fazer um mestrado, mas não pude, por questões financeiras.
Andei de porta em porta, seguindo e procurando por oportunidades de negócios, ter casa própria e começar a organizar a reforma. Nada disso consigo alcançar. Não é que seja cedo de mais para alcançar ou para desistir dos sonhos. Mas é desapontante as modalidades para conseguir triunfar no modo operando actual das instituições do Estado tuteladas pelo governo.
Correu nas mídias e o povo (desatentamente) esteve a par sobre a exploração da madeira, causando o desflorestação; areias pesadas; minerais como: carvão, grafite, tantalite, rubis, diamantes, ouro, granadas, etc; petróleo e gás. Só não vou mesmo mexer com tráfico de humanos ou órgãos humanos para não assustar os leitores.
Mas com a quantidade de clínicas e farmácias estranhas, em cada esquina nas praças de cada urbe, dá para suspeitar que pode estar a decorrer esse tipo de negócios neste país. Além dos raptos, focos de insurgentes, tráfico de drogas, de influências, burlas, superstição e a corrupção nas instituições do Estado.
Mencionados estes todos elementos e mais outros que podem ser associados à eles, dentre riquezas e fenómenos humanos, até calamidades naturais, temos uma vasta gama de fontes de rendimento que só beneficia para quem está no sistema, como dizem. Quem tem filiação partidária directa, nesse caso, legalmente.
Hoje eu não posso andar com camisetas, bonés e outros artigos do partido, bem como pagando cotas e participando das sessões regulares deste ou daquele partido, se não for do partido em que o meu pai esteve filiado. A Frelimo.
Mesmo assim, minha mãe sendo militante ao nível do distrito e dando seu apoio incondicional as actividades do partido, viu os seus filhos no intervalo de 2013 a 2020 à chumbarem com melhores notas nos institutos de formação profissional sedeados no Niassa, sendo que deviam favorecer mais os nativos em detrimento do pessoal de outras províncias, com dezenas de instituições semelhantes e melhores.
Tudo bem, formei-me primeiro e tive o dever de jogar outras alternativas fora dos concursos que nem sempre foram justos para os moçambicanos comuns, tenho ajudado o resto da família, assim à rasca. No meio de tantas realizações anunciadas pelas iniciativas presidenciais, criaram expectativas em mim, e acredito no resto do povo moçambicano, também.
Foi publicada a informação das reformas saláriais, com vista a melhorar a vida dos funcionários públicos e simplificar o sistema nacional de gestão dos recursos humanos do Estado. No meio do processo que vai perdurar por meses, havia especulações que não havia dinheiro suficiente para essa reforma ser realidade.
Enganamo-nos. Mas era acalmante dos ânimos, aconteceu o congresso pomposo do partido Frelimo. Afinal havia dinheiro sim. Mas disseram que o então dinheiro da reforma salarial, foi gasto lá, mas despesas do congresso. Mentira, fomos infelizes com essa observação.
Havia esperanças de se tornar realidade o aumento salarial anunciado nos finais de 2021 e tornou-se harmonização salarial em 2022, para que o honesto cidadão, funcionário público tivesse uma chance de sentir o desenvolvimento do país no seu bolso e no seu lar, quiçá, no seu futuro sem agiotas nem devidas com juros assassinos dos bancos comerciais.
Camaradas, o problema está no tal enquadramento e suas incongruências ou não há dinheiro? De repente, há uma bomba nas notícias. As viaturas de luxo para os secretários províncias, depois das viaturas para os membros seniores da ONP. Então, dinheiro neste país não é problema. Talvez a distribuição desse valor para o resto dos moçambicanos, honestos como eu.
Fonte: Whatsapp |
A minha indignação é, eu pelo menos estou a 07 anos no aparelho do Estado, como licenciado e numa instituição em que não se dá subsídio de alojamento, transporte e nem tem carro para funcionários, subsídios de alimentação, nem dão assistência médica, nem tem viagens remuneradas em missão de serviço, os edifícios são ruínas sem ar condicionado, nem há viaturas para em casos de emergência, levar um colega ao posto mais próximo para assistência. Não há nada se não o mísero vencimento.
Para conseguir um terreno preciso de 75% a 90% de quatro ou três vencimentos. De igual modo para adquirir uma viatura da terceira ou segunda mão. Agora, num país assim com essas condições faz sentido destribuir 11 viaturas de 7.590.000.00 Mtn? Se esse pessoal andasse com Vitz, Ractis, Demios, etc, viaturas de abaixo consumo, uns de 2L de cilindrada não iriam trabalhar ou fazer as tais actividades? Dos 7.590.000.00 Mtn, eu só preciso de 590.000.00Mtn, ou só apenas 500.000.00.Mtn, para gerar milhões de meticais dentro dos 7 anos de serviço, empregar dezenas e ajudar famílias a terem alguma vida e esperança.
Fonte: Whatsapp |
Foram deitar Sete milhões de meticais numa coisa que vai precisar de grandes quantidades de combustível, onerosa manutenção, desgaste das vias que já são precárias e por cima, aumento de engarrafamentos nas vias, bem como levantar poeira ao cidadão comum.
Haja sensibilidade. Essas viaturas teriam vindo depois da efectivação da TSU, do fundo soberano, garantia com meios e condições de segurança e defesa das fronteiras terra, ar e mar e da melhoria das mínimas condições de vida dos moçambicanos residentes nas zonas de exploração de minérios e hidrocarbonetos.
Digo, que dos sete milhões quinhentos e noventa mil meticais, eu só preciso dos quinhentos mil meticais, sem ir a banca para pagar o dobro durante sete anos de serviço adiante, como filho desta nação e deste partido, Frelimo, sem manchar minha dignidade roubando, matando, desviando ou mentindo. Honestamente, como jovem, provem que sois compassivos e solidários encaminhando-me sem fotos nem propagandas, apenas os quinhentos mil meticais.
Sem mais do momento, cordiais saudações
O vosso filho!
Comentários
Enviar um comentário