A NEUTRALIDADE

Nos últimos dias ouvimos muito sobre o termo e principalmente na questão da Rússia e Ucrânia, onde muitos ficaram de acordo com o posicionamento de neutralidade que Moçambique pautou face ao conflito. Mas também “neutralmente” podemos assumir que se trata dos EUA, EU, NATO e mais outros contra a Rússia. Eu disse, neutralmente sem dizer que lado tem ou não tem razão, pois ambos os lados estão cometendo as mesmas atrocidades e barbaridades – ceifar vidas e transformar parte da humanidade em ruínas.


Foi neste contexto que achei pertinente abordar o assunto com algumas acepções e apelar aos moçambicanos que não querem directo ou indirectamente participar na vida política do país. Ou obviamente fazer parte de algum debate sobre isso de alguma forma, alegando que gozam o título de neutralidade face aos aspectos político-sociais. Assim como o país mantém-se na ONU apelando pelo dialogo, o qual o contributo de fazer parte deste magno órgão, como membro não permanente questionamos quais são os ganhos concretos, onde as respostas são vagas, astronómicas e simplesmente abstractas. Aliás, “só os especialistas podem responder e os estudiosos e intelectuais podem perceber os impactos reais”.

Moçambicanos, se poderem ler até aqui, pelo que consta na generalidade sobre o termo NEUTRALIDADE, não é nada muito além de um conceito que se refere à imparcialidade ou ausência de envolvimento directo em um determinado assunto, conflito ou situação. É a condição de permanecer neutro ou imparcial, sem tomar partido ou a favorecer de qualquer uma das partes envolvidas em algo. Às vezes as nações que se sentem naturalmente menos  beligerantes, sem algum poder é que optam pela neutralidade.


Com isso quer dizer que é difícil pautar por uma postura neutra no verdadeiro sentido, antes de se revelar como fraco, impotente, insatisfeito e covarde, para fazer face a uma determinada situação. Uns pautam pela neutralidade para se esquivar das consequências que podem advir no confronto directo pelo seu envolvimento numa situação.

Já que a neutralidade pode ser aplicada em várias áreas, como política, diplomacia, jornalismo, ciência, entre outros. Em cada contexto, a neutralidade pode ter suas próprias nuances e requisitos específicos. No entanto, em geral, ser neutro significa não ter interesses pessoais ou preconceitos que possam influenciar a tomada de decisões ou a apresentação de informações e opiniões diferentes das que já existem. Então, até onde podemos encontrar o estado de neutralidade nas instituições estatais deste país?

Na imprensa.

Devia ser a uma das maiores características e peculiaridade neste sector. Mas não vejo essa condição na TVM e RM que é meio de propaganda da Frelimo; na STV que fomenta a agenda da União Europeia na representatividade portuguesa; na Tv e rádio Miramar que é uma ferramenta de extensão brasileira; na TV Sucesso que ainda procuram um alinhamento!?; etc. mas não há imparcialidade nos vários órgão e canais de informação. Me escuso avaliar os jornais que também tudo que publicam tem indicativo comum, nos faz pensar que são notas informativas tendenciosas.

No jornalismo, o ideal é que a neutralidade seria frequentemente associada ao princípio da objectividade. Os jornalistas são encorajados a relatar os fatos de forma imparcial, apresentando todos os pontos de vista relevantes e evitando inclinações pessoais. Fazendo uma análise prévia, veremos que muitos jornalistas e empresas a que representam, não podem honrar com esse princípio actualmente. Pelo que está difícil ter jornalistas que tragam informações e reportagens fidedignas e concretas tal como os factos são. Muita informação sofre transformação que resulta em manipulação para sustentar  a instrumentalização.

Nos outros sectores

Gostaria de arriscar para com o sector da justiça, mas já vimos a sua actuação e qual é o posicionamento deles perante a governação. Nem religiosos escapam, muito menos a polícia. Quem é imparcial em Moçambique, se não aquele grupo desfavorecido ou frustrado por qualquer situação que lhe tenha lesado em detrimento de o beneficiar! Até os tais que dizem que atingiram a liberdade financeira, por um triz, descobrimos que são capachos ou bajulam alguma autoridade colectiva ou individual do governo para se assegurar.

Na política e na diplomacia, a neutralidade refere-se à posição adoptada por um país que opta por não se envolver em conflitos entre outras nações, mantendo uma postura de imparcialidade e não tomando partido algum. Um exemplo histórico é a Suíça, que manteve sua neutralidade durante as duas guerras mundiais. Isso é fácil reflectir, eles tinham um plano, na altura ser imparcial poupava recursos e hoje vimos blocos sancionando os imparciais ou os neutros. A obrigação de escolher algum lado: ou é simou é nãoe nunca talvez, é infalível actualmente.

Na ciência, a neutralidade é fundamental para a pesquisa imparcial e objetiva. Os cientistas devem evitar qualquer tipo de viés ou interesse pessoal que possa distorcer os resultados de seus estudos. No entanto, é importante notar que a neutralidade absoluta pode ser difícil de alcançar em alguns casos, especialmente quando há questões éticas ou morais envolvidas. Além disso, em certas situações, a neutralidade pode ser questionada se isso implicar em apoiar uma injustiça ou violação de direitos humanos.

Opinião Pessoal

Já, cá entre nós, na esfera real do país, em que estrato de neutralidade se encontra o cidadão que se recusa de participar em actos que visam a transformação profunda do país, região ou local onde vive? Uns são impingidos por convicções religiosas, profissionais e familiares ou até tradicionais. Porém, cabe a capacidade intelectual de cada indivíduo descobrir como pode fazer parte de alguma acção revolucionaria o qual se beneficie directamente e não lese a sua personalidade.

É isso, através das redes sociais já vimos muitos dos que dizem estar de lado – neutro, sobre qualquer situação na vida real, são uma espécie de caçadores que esperam os contornos finais das acções e tomarem partido. Há medo de envolvimento nos actos para evitar qualquer consequência: isolamento, vergonha, rejeição, perca de oportunidade, etc. Mas se vê como fervorosamente apoiam entidades e figuras que ostentam algum gabarito visionário nas suas paginas e rejeitam aqueles que publicamente ao vivo participam nos seus comícios, reuniões e mobilizações políticas para certos fins de sondagem popular.

Por isso nos dias de hoje, com muita tecnologia disponível e todos níveis, seria de opinião que na Assembleia da República, os deputados fossem livres de escolher o que lhes convém como certo, pelo voto secreto e ao vivo, bastante para isso pressionar um mecanismo que ocultasse a identidade do emissor. Apenas aparecesse numa tela quais estão à favor, contra e neutros sobre certas proposições. Pois, uns mesmo sabendo que não estão a favor dentro, por fora são obrigados a levantar a mão por camaradagem. E nessa covardia o povo é lesado e a neutralidade é manifestada pela população nas abstenções dos actos como recenseamento, mobilizações políticas para uma revolução, etc. pois há medo de haver represálias a quem mostrar abertamente o seu posicionamento.

Prova concreta é a situação que aparece um Inocêncio Machice, como activista social, que em publico poucos o apoiam, se não as estrelas quando queriam tirar alguns aproveitamento e escapar a onda dos cancelamentos, mas nas redes sociais e plataformas electrónicas está com milhões de aceitação. Então podemos assim ver que não há neutralidade em assuntos que dizem respeito a vida social, politica, económica, etc. nos moçambicanos que não se manifestam publicamente sobre o posicionamento de algumas ideias e opiniões. Apenas as circunstâncias em que as questões são apresentadas é que complicam para os indivíduos revelarem o seu real posicionamento.

Isso aplica-se à todos estratos de moçambicanos, apoiando desse modo o comentário de um internauta virtual identificado como Iverson Muxanga, que apela ao dever de “lutar em defesa dos nossos direitos” quando estes são colocados em causa, e, tantos outros internautas que por questões de segurança e falta de condições preferem difundir os seus ensinamentos e descobertas nas plataformas digitais para elucidar mais moçambicanos em busca de exercício de uma cidadania plena e emancipada, neutra quando, necessário e activa, quando preciso. O qual são acusados de proliferar agitação social ou política.

Finalmente uns se encontram em estado de neutralidade por falta de domínio ou conhecimento das matérias e recursos que os defendam em casos de qualquer questionamento pelo seu posicionamento. Consideram uma retaguarda segura, ainda sabendo e sentindo a magnitude que pode causar a ignorância – o deixar andar e não me importo, de aspectos que merecem atenção e logo a priori repudia-los. E essa neutralidade ostentada inocentemente é amplamente falsa e prejudica o curso normal da humanidade. Pois, por detrás desta neutralidade ingênua reside o espírito traíra e não o de falta de coragem como parece.

Saudações

Está vai em homenagem à declaração ação da última base da Renamo, que hoje (15 de Junho de 2023) se encerra. Enquanto reflectimos sobre a luta contra a violência da pessoa idosa, celebrado a 15 de Junho, instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2011, o qual não nos devemos se manter neutros e abster-se das mobilizações de esforços para a efectivação dessas duas realizações.

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