A Nova Era Política em Moçambique: O Fenômeno VM7 e CAD

Haverá alguma coisa sagrada no termo 'aliança', ou as pessoas identificam-se com os propósitos anunciados?

Massa popular em Chiúre pela presença do Venâncio Mondlane em Cabo Delgado. Julho 2024.


Apesar de se ouvir frequentemente as tentativas de sabotagem da pré-campanha do VM7 pela rede dos seus adversários a nível nacional, particularmente os dirigentes de certas cidades e distritos, é inegável a influência que este senhor tem. Bem como é vergonhoso ouvir e vivenciar como ele e seus eufóricos simpatizantes adotam medidas flexíveis e rápidas para contornar os obstáculos impostos, sobretudo no impedimento de acesso aos locais por onde planeiam fazer seus trabalhos. 

Bem como, tem sido penoso ver como os revoltados das outras forças políticas, mas que têm algum vínculo profissional no Aparelho do Estado, se sentem limitados e com medo de manifestar livremente o seu apoio abnegado ao Venâncio Mondlane (VM7) e à CAD com medo de serem conotados negativamente. Há muita apreciação positiva do seu projeto e ideias feitas entre dentes e sigilosamente. 

Ora às vezes sem receio, mas com muita cautela, até os mais céticos, fervorosos e devotados apoiantes do partido no poder, começam a duvidar das suas convicções e obsessão que antes, com unhas e dentes, na chuva e no sol, se faziam em eventos de promoção, propaganda, publicidade e outros gêneros inerentes à pré-campanha dos seus partidos, assim como outras actividades. 

Hoje em dia, alguns destes jovens e adultos ou até mesmo alguns idosos, se encontram acantonados em locais de debates ou isolados entre si, murmurando sobre algo igual a uma admiração da tremenda força e energia da ala VM7 e da CAD. Principalmente com a exibição recente da apresentação do manifesto onde os 6 (seis) pilares conseguem, na medida do possível, arrastar a consciência de quem duvidava se havia algum projeto ou era apenas ambição de tomar a Ponta Vermelha. 

Aliás, a coligação recentemente criada está desafiando a consciência de alguns sabichões sobre o seu posicionamento no dia 09 de outubro de 2024. A mentalidade dos moçambicanos de todos os cantos mudou como o mundo também o fez. É incontornável duvidar se não chegou a altura de aceitar uma nova era na política moçambicana. Na qual, nem a Renamo muito menos a Frelimo, se quiseram dar ao privilégio de largar as narrativas e inovar na forma de fazer política. 

E se as leituras dos resultados europeus estiverem ao alcance do povo moçambicano, bem como os resultados frutíferos vindos da região do Sahel forem avaliados como positivos e concretamente benéficos ao povo em relação a um grupo restrito que detém o poder há 30 ou 50 anos, então, não deve haver dúvidas sobre o possível triunfo do VM7 e CAD. A maioria está francamente revoltada com o cenário anterior e quer mudanças significativas sem rodeios patéticos comparativos entre a era colonial e pós-independência. 

A África do Sul pelo ANC, nossa vizinha que também é mais próxima da Europa em certos aspectos, já aceitou essa nova realidade e parecendo que não, procura se ajustar dolorosamente à nova era. Passando por uma revolução social perpetrada por jovens, o Quênia será forçado a seguir o curso que nunca mais havia se imaginado. O pior dessa análise é rezar que não cheguemos até às convulsões políticas do gênero. 

Uma vez que já estamos sem infraestruturas, danificar as que pobremente temos não seria bom para ninguém, exceto aos que disso saberão tirar proveito aumentando a dívida do Estado para a reconstrução e recuperação das crises a que podemos nos submeter, se os detentores do poder atualmente tentarem alguma manobra de inviabilizar o favorito inédito (VM7 e CAD) nas listas dos candidatos. Porque muitos o seguem e apoiam por vontade própria e voluntariamente sem alguma pressão ou medo de coação. 

Portanto, até outubro, ainda existe um longo percurso. Porém há que deixar a nova era fluir se quisermos melhorias em nossas vidas. Claro que antiguidade é um posto, mas olhem no que deu na França: a nova frente popular formada em apenas 3 semanas ultrapassou a extrema direita e o Rassemblement National, embora sem maioria absoluta, mas levou a França para uma realidade desconhecida.

Esses são resultados vindos da fúria popular ou simplesmente da vontade da maioria. Isso mostra que os que estão no poder desligaram-se das reais necessidades básicas da maioria e devoraram os seus ideais que já não representam nem metade do seu próprio eleitorado. Em Moçambique, será evidente se permanecer a prepotência, ignorância e arrogância de quem julga que antiguidade conta nessas eleições que se avizinham.

Ainda ontem, se juntavam à onda de revoltas o povo de Cabo Delgado, concretamente em Mocímboa da Praia face ao nosso posicionamento para com o Ruanda. Parecendo que na realidade o terrorismo enfraqueceu com o desaparecimento físico do místico Malanga abatido no Congo, aquela população já furou as barreiras e está fazendo ouvir seu desapontamento e tudo indica que encontrará alguma esperança nos seis pilares do engenheiro VM7.

Melhor que acreditar que esta ou aquela formação é uma máquina, seria oportuno mudar as abordagens. Largar o luxo e regalias, parar com furtos e desvios que habituamos ver na véspera de mudança de governos. Onde, quando há incertezas de permanência, vazam-se os cofres, aumenta-se o volume da dívida pública, aceleram-se contratos e tratos longos que há anos pareciam longos. Porque o preço disso será vermos Moçambique fora de quem habituamos como partido no poder, quem sabemos que é a segunda e terceira força política.

Podemos ter um parlamento dividido e recheado de diferentes opiniões políticas, mas terá acontecido o desejo 'maléfico' de alguém, em detrimento de efectivar algum sonho de Moçambique economicamente independente. Pior se um dos candidatos mostrar que é possível resolver este e aquele problema refazendo e corrigindo algumas cláusulas nocivas ao desenvolvimento comunitário e local dos contratos fraudulentamente feitos e negociações que só agradaram a um cunhado que terá que ser deposto, acusado, julgado e responsabilizado pelos actos. 

Querendo-se ou não, a nova era triunfará ainda mais se os seis pilares forem traduzidos nas línguas locais de cada tribo. Esse é o esforço que com ou sem financiamento se deve temer a sua materialização. Nos asseguramos que forças sutis e clandestinas estão fazendo mais e de forma não convencional ao nosso ver, esforços estrondosos para que VM7 e a CAD sejam de consenso comum na maioria dos moçambicanos. Bem como as tentativas de barrar o seu movimento funcionam com efeitos contrários ao desejado, agindo como o elemento que faltava para o fogo pegar.

Mais não foi dito, assistam o que vai acontecer parecendo impossível. Os outros povos já celebram e não visualizam incerteza alguma fomentada e propagada pelas televisões e rádios sob controle de quem quer definir as regras do jogo. Se a vontade popular e a verdade contam, então estes pouco menos de 7000 caracteres são sagrados em todas as tribos deste país.

Evaristo Pereira dos Santos
eva301023@gmail.com

O Verbalizador 2024"

Comentários

Enviar um comentário