A África Não Deve Ser Estudada, Apenas. Este é o Momento de Colocá-la Em Movimento, Rumo Ao Outro Patamar
África: Além do Estudo, É Hora de Agir
Acto de bruxaria capturado no Posto Administrativo de Lunho, Localidade de Messamba, no Distrito do Lago, Niassa, Julho de 2024. |
A África precisa mais do que ser estudada; ela precisa despertar e agir. Embora o estudo do continente, como sugerido pelo jornalista Ortega Teixeira da Rádio Moçambique, nas crónicas onde diz que "A África deve ser estudada", tenha seu valor, é hora de ir além da teoria e partir para a acção concreta.
António Rui de Noronha (1909-1943) capturou essa necessidade em seu poema "Surge et Ambula" (Levanta-te e Anda). Esta obra sugere que a África já foi suficientemente analisada através de contos, mitos e anedotas. O que falta agora é a acção prática para o desenvolvimento do continente.
O estudo da África por estrangeiros, embora tenha produzido conhecimento, também resultou em formas de exploração que perpetuam ciclos de dependência. Aqueles que estudaram o continente muitas vezes se consideram donos de seus recursos e conhecimentos, frequentemente ditando as regras nas negociações e na formulação de currículos educacionais sobre a África.
Uma abordagem mais equilibrada deve reconhecer a complexidade e diversidade do continente, evitando generalizações simplistas. É crucial considerar as perspectivas africanas, reconhecer a influência do colonialismo e do pós-colonialismo, e examinar como o continente se relaciona com o resto do mundo.
A perspectiva de "acordar e agir" pode se manifestar em várias áreas do desenvolvimento africano, como mostradas a seguir.
Perspectivas dos pontos a actuar e as respectivas acções.
1. Educação - é preciso se levar à sério e desenvolver currículos que reflitam as realidades africanas e fomentar a inovação. Essa não é uma área onde se deve servir para fazer de contas nem palco aberto para cumprimento de agendas estrangeiras.
2. Economia - embrenhar a promoção do comércio intra-africano e agregar valor aos recursos naturais.
3. Governança - privilegiar o fortalecimento concreto das instituições democráticas e combater a corrupção.
4. Saúde - focar na prevenção de doenças e desenvolver sistemas de saúde acessíveis. Aliás, se possível até lutar para que haje propriedade intelectual para licenciamento de curas e medicamentos de descoberta local.
5. Agricultura - Adotar tecnologias modernas adaptadas às condições locais, respeitando a filosofia de preservar as práticas ambientais saudáveis ao alcance do povo e benéficas ao resto do ecossistema.
6. Tecnologia - investir em infraestrutura digital e fomentar a inovação.
7. Cultura e Identidade - valorizar as línguas e culturas africanas.
8. Meio Ambiente - implementar estratégias de adaptação às mudanças climáticas.
9. Juventude - criar programas de liderança e promover o empreendedorismo.
10. Cooperação Regional - o que implicará fortalecer organizações para abordar desafios comuns.
Esta abordagem não nega a importância do estudo, mas enfatiza que o conhecimento deve ser acompanhado de ação para gerar mudanças reais. A ideia é que a África seja um agente activo de sua própria transformação e progresso, não apenas um objecto de estudo.
As revoluções sociais atuais podem ser vistas como a manifestação prática desse despertar, indicando que a África está pronta para tomar as rédeas de seu próprio destino.
Gostei de abordagem sobre meu Continente, África é maravilhoso, Cuidemos do nosso Continente.
ResponderEliminarUma observação bem aguçada, precisamos dessas mudanças no continente...
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