O que se passa com a nossa juventude? Juventude em Risco!

O Grito Silencioso de Moçambique por Mudanças

Estavamos rolando a tela do smartphone para cima e para baixo no Whatsapp, quando deparamonos com uma lamentação de um internauta que assinou Carlitos Cadengue como sendo o autor do texto intitulado por "Epah! Já não estamos a funcionar! É realmente preocupante, pois é uma realidade não tão preocupante quanto a da "Trompeta dos Anjos". Porém, a indústria farmacêutica em partes agradece, embora em circunstância tristes para nós outros. 

Caros moçambicanos, é hora de acordarmos para uma realidade que está a consumir o futuro da nossa nação. Os nossos jovens, a força vital de Moçambique, estão a afundar-se num mar de desespero, mascarado por comprimidos azuis e garrafas de álcool. Este não é apenas um problema de saúde ou de moralidade - é um grito de socorro de uma geração inteira.


O Sintoma Visível

Nas farmácias do nosso país, jovens entre 18 e 35 anos, formam filas para comprar estimulantes sexuais. Eles chamam-nos de "azulinho", "auxiliador de motor" ou "energia para destruir uma montanha". Estes nomes criativos escondem uma verdade dolorosa: a nossa juventude está a procurar força artificial porque se sente impotente na vida real.

A Raiz Profunda

Mas por que os nossos jovens, que deveriam estar no auge da sua vitalidade, recorrem a estas muletas químicas? A resposta está além das paredes das farmácias e dos bares. Está nas ruas sem oportunidades, nos escritórios onde o mérito é substituído por conexões políticas, e nos sonhos despedaçados de uma vida melhor.

O consumo excessivo de álcool e drogas não é a causa, mas o sintoma de uma sociedade que falha em oferecer esperança. Quando os jovens olham ao redor e vêem corrupção, nepotismo e injustiça, alguns escolhem adormecer a sua consciência em vez de enfrentar uma realidade cruel.

Um Chamado à Acção

Moçambicanos, não podemos continuar a ignorar este problema. Cada comprimido engolido e cada garrafa esvaziada é um grito por mudança. É hora de respondermos a este chamado através de seguintes acções:

1. Educação e Conscientização

Precisamos de programas abrangentes de educação sexual e cívica. Os nossos jovens precisam entender não apenas os riscos para a saúde, mas também o seu poder como cidadãos.

2. Oportunidades Reais

Devemos exigir e criar oportunidades de emprego e empreendedorismo que não dependam de conexões políticas. Aberturas independentementes das filiações dos partidos. Aliás, o sector privado não pode ser atordoado por leis fiscais que dificultam alcançar mais jovens e expandir oportunidades destes evoluírem de forma independente. 

3. Reforma Política

É crucial pressionar por uma governança mais transparente e responsável. Parece utopia, mas é realmente fundamental lutar por isso. A corrupção e o nepotismo drenam não apenas os recursos do país, mas também a esperança da juventude.

4. Saúde Mental

Precisamos quebrar o estigma em torno da saúde mental e fornecer apoio psicológico acessível para ajudar os jovens a lidar com o estresse e a ansiedade que é provocado não só pelo seu despreparo, mas também pelo ambiente que os involve ser recheado de falsidade e ilusões de vida fácil. 

5. Diálogo Intergeracional

Os mais velhos precisam ouvir e entender as frustrações da juventude, em vez de simplesmente condená-la. Haja moderação na transmissão do que é importante para a vida dos jovens sem no entanto usar termos e expressões que sentenciam ou culpa ps de tudo e de nada.

6. Cultura e Desporto

Investir em programas culturais e desportivos pode oferecer alternativas saudáveis e construtivas para a energia dos jovens.

O Futuro Está em Nossas Mãos

Moçambicanos, o futuro do nosso país não está nas garrafas ou nos comprimidos, mas nas nossas acções colectivas. Cada um de nós - pais, educadores, líderes comunitários, políticos e, sim, os próprios jovens - tem um papel a desempenhar nesta luta.

Não podemos esperar que o governo resolva tudo. A mudança começa em nossas famílias, em nossas comunidades, em nossas escolas e locais de trabalho. Precisamos criar espaços onde os jovens possam expressar suas frustrações e sonhos, e trabalhar juntos para tornar esses sonhos realidade.

"O caminho à frente não será fácil, mas a alternativa - perder uma geração inteira para o desespero e a apatia - é impensável."

Paulino Intepo 

Moçambique já enfrentou desafios imensos no passado e sempre emergiu mais forte. Com compaixão, determinação e acção colectiva, podemos transformar este grito silencioso em um rugido poderoso por um futuro melhor.

Vamos nos unir, Moçambique. O tempo de agir é agora.

Afinal, o que se passa com a nossa juventude?


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