Um Pedido Derradeiro Aos Operadores De Táximotos Ou Mototáxis.

Diante das aflições, há soluções que das quais trazem outras preocupações

Se visses seu querido filho/a, irmãozinho/a, sobrinho/a, etc. sendo transportada de forma imprudente, como reagirias?

Infelizmente, temos mais problemas que soluções em Moçambique. Com tanto por discutir e reflectir, apraz-nos falar dos mototáxis ao invés das incertezas devido às turbulências da política e outros aspectos transversais. Porque se trata de preservar vidas dos nossos menores, o futuro. 

Cientes das dificuldades de mobilidade e outros problemas de transporte nas nossas comunidades, aliados a vários factores desde políticos, sociais, econômicos e mais, usar os serviços oferecidos pelos motoqueiros na praça e nos bairros ou comunidades é a alternativa viável e que está se tornando popular.

Além disso, a mesma actividade está contribuindo significativamente para o desenvolvimento nacional e social, se não empresarial, dos nossos cidadãos. Arriscaríamos dizer que reduz os riscos de aumento da mendicidade nas vilas e cidades ou sedes dos nossos distritos. Apesar de trazer péssimas memórias pelo facto de haver outros desonestos que usam as motocicletas para furtos, saques e outros actos criminosos. Caso dos "Águias" em Nampula, que até modificam a configuração original das motos e quase por todo o país, é o tipo de transporte que perturba o sossego e faz parte da poluição sonora devido as alterações físicas de algumas componentes. 

Ainda que também, em certos locais, estejam associados aos assassinatos deliberados por questões supersticiosas; exposição a acidentes de trânsito entre eles, com outros veículos, com obstáculos e más condições das vias de acesso, etc. Tornando os operadores alvos fáceis e vulneráveis às acções de amigos do alheio por operar em altas horas e horas mortas em locais recondidos. As motocicletas são o transporte ideal para as nossas comunidades. 

Infelizmente, com tantos e todos os desafios, ainda a receita dessa actividade, se não fica comprometida pelo simples facto de escassez de clientes e avarias ou mau tempo, então o risco de dividir com a Polícia Municipal é evidente, basta um encontro ocasional com esse tipo de autoridades, as negociações terminam em partilhar a pobre receita.

E é nessa caça de receitas que nos leva a reflectir sobre o modo como são transportados os nossos filhos de casa à escola e da escola à casa. Por questões ligadas ao fraco ou inexistente planeamento de urbanização das nossas comunidades, não é fácil termos acesso a veículos (minibus) escolares em alguns bairros, para levar as crianças à escola como acontece com aqueles que se encontram próximos das poucas vias de acesso existentes.

As motocicletas penetram até nos locais onde andar a pé é difícil. Têm sido uma salvação e alternativa única de transporte dos bairros com casas e cabanas tribais apertadas que dificultam a passagem aos outros destinos. Um destes destinos é a escola. Pois, é preocupante ver a velocidade que um motoqueiro leva e a quantidade de crianças, às vezes mesmo sendo uma, mas com poucas ou sem nenhuma medida de segurança.

Quando transportados os adultos, claro, muitos tornam-se instrutores. Dando orientações ao motoqueiro sobre moderação da velocidade, respeito às regras de trânsito e outros aspectos importantes para evitar acidentes. Já para as crianças não. Algumas são tímidas, outras até que gostam da velocidade e a maior parte, além do medo de cair, pura e simplesmente são incompetentes em notar o que realmente se passa quando há má condução e má conduta do motoqueiro.

As crianças que os motoqueiros levam para a escola passam por situações de risco e difíceis enquanto passageiras. Se elas não denunciam, talvez seja por falta de diálogo entre os pais e encarregados, sobre o interesse da preocupação com a segurança como as crianças são transportadas em relação ao comportamento do motoqueiro que as leva.

Entendemos que alguns precisam alcançar certas metas de atender e satisfazer tantos clientes que têm destinos e necessidades diferentes. Bem como a escassez de transportes escolares adequados para o efeito de conforto e segurança. Ainda que a quantidade passe de três passageiros numa motocicleta, pois há casos em que um motoqueiro leva mesmo cinco crianças de uma só vez. A preocupação reside na velocidade e controle efectivo da motocicleta.

Andar de moto é uma adrenalina, um momento muito bom e muitos gostam. Com velocidades parece bom demais. Mas é muito perigoso dada a impressão que se tem de pouca protecção dos membros que ficam expostos. Pequeno contacto com algum obstáculo é crucial. Ainda mais com crianças sem capacete, nem nenhum outro tipo de protecção corporal, a velocidade deve ser reduzida ou moderada. 

Portanto, é importante que, independentemente de a criança transportada ser nossa conhecida ou não, colectivamente, chamemos atenção e repreendamos os motoqueiros na rua, denunciemos actos e comportamentos que expõem as crianças a perigos de queda e outros acidentes ligados ao excesso de velocidade e apelemos aos mototáxis incansavelmente sobre a observação máxima e respeito pelas medidas de condução segura.

Este é o nosso derradeiro pedido.

Saudações! 

Paulino Intepo
paulino.arcanjo@yahoo.com

Um pedido derradeiro aos operadores de táximotos ou Mototáxis. 


Comentários

  1. Este é um ponto de vista muito importante para a sociedade, visto que ficamos expostos a muitos riscos e muitas vezes perdemos vidas assim como membros, quando se envolvemos nos transportes de motorizadas, mas com a realidade que o país enfrenta naok temos a outras opções além de sensibilizar os motoqueiros a andarem com uma velocidade moderada e observarem as medidas de seguranças na via pública para reduzir os riscos que nos enfrentamos, juntos pela segurança pública, o que os dirigentes não conseguem fazer além de esturquir alguns trocados desse trabalhadores onedtos e que não optam por roubo ou bandidagem na sociedade. A saúde, educação, igualdade de direitos, democracia, a distribuição equitativa dos recursos assim como a económia e segurança em primeiro lugar.

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    1. Porém, convém que todos nós chamemos atenção e se possível até denunciar aos casos recorrentes.

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