Uma reflexão suave sobre o Incidente com a renomada escritora Paulino Chiziane
Análise moral do incidente com Paulina Chiziane
Numa altura em que o país está vivendo momentos mistos entre as victorias em Londres sobre as "Dívidas Ocultas" e em Paris e Seychelles no âmbito do desporto, até o Baía de Pemba surpreende a todos batendo o Ferroviário da Beira no Caldeirão de Chiveve, aumenta a confusão quando dos EUA Chang dizem que está revelando e o que sabe, ajudando o tribunal de Londres, onde os efeitos nos dá a vitória que parece mais política que algum sentido positivo no prato da maioria de nós pobres em Moçambique.
Se não uma mera parte da propaganda do desfecho mal parado do país em termos gerais. Porque nem com as negociações com os juízes e médicos nos alegram com tantos desafios em que as acções parecem que não correspondem aos anseios do povo e aí vem a divina esperança estragar a festa.
Contextualização
Paulina Chiziane, escritora moçambicana de renome internacional e primeira mulher a publicar um romance em Moçambique, foi vítima de um grave incidente de violência e censura em 29 de julho de 2024. O episódio ocorreu quando ela e sua equipe tentavam captar imagens nas proximidades da Igreja Divina Esperança, em Marracuene, província de Maputo.
Alguns órgãos da mídia moderadamente tentaram mostrar algum apoio e conforto a escritora, mas por onde andam os universitários outras entidades, entre os actores sociais e figuras proeminentes face aos aspectos legais e relevantes deste género, que já estariam mostrando os pontos críticos desse situação, argumentos em defesa dessa situação e etc?
Pontos críticos do incidente com a P. Chiziane
1. Violação da liberdade de expressão
A tentativa de impedir a captação de imagens em um espaço público é uma clara violação do direito à liberdade de expressão, garantido pela Constituição moçambicana e por tratados internacionais de direitos humanos.
2. Abuso de poder
A acção dos seguranças da igreja, ao confiscar o telefone de Chiziane e agredir fisicamente membros de sua equipe, demonstra um abuso flagrante de poder e uma violação dos direitos humanos básicos. A igreja Divina Esperança mostrou um comportamento medíocre e repudiavel. Se tivesse crentes com algum cérebro saudável começariam questionar as liderança e pensar em outras opções.
3. Violência contra intelectuais
Este incidente não é apenas um ataque a Paulina Chiziane como indivíduo, mas também um ataque simbólico contra intelectuais e artistas que buscam documentar e reflectir sobre a realidade social de Moçambique.
4. Interferência religiosa no espaço público
A atitude da Igreja Divina Esperança levanta questões preocupantes sobre a influência e o poder das instituições religiosas no espaço público moçambicano. Os demais moçambicanos talvez pela pobreza intelectual perpetrada pelo baixo e degradável qualidade de educação, não consigam formular argumentos para repudiar a sua atitude e defender o que a escritora passou.
Argumentos em defesa de Paulina Chiziane
O que pouco sabemos fazer é lutar e defender direitos de outros moçambicanos. Desde que nossa vida particular ou pessoal esteja minimamente isenta dos problemas com as autoridades e outros indivíduos, não se importamos com os outros e até vizinhos. No entanto, reflectindo profundamente, vimos que:
1. Em defesa da liberdade artística
Como escritora e intelectual, Chiziane tem o direito e o dever de observar, documentar e comentar sobre a realidade social de seu país. Impedir esse trabalho é uma forma de censura inaceitável. Em determinados casos, onde há jovens vivos e activos, poderia gerar violência acesa contra a igreja.
2. Preservação da memória cultural
O trabalho de documentação realizado por Chiziane e sua equipe é fundamental para a preservação da memória cultural e histórica de Moçambique. Impedir esse trabalho é negar às gerações futuras o acesso a importantes registros de sua própria história.
3. Luta contra o obscurantismo
A atitude da igreja representa uma forma de obscurantismo que vai contra os princípios de uma sociedade democrática e aberta. Chiziane, ao denunciar o incidente, está lutando pela transparência e pelo direito à informação.
4. Defesa dos direitos das mulheres
Como mulher proeminente na sociedade moçambicana, o ataque a Chiziane também pode ser visto como um ataque simbólico às conquistas das mulheres no país. Sua coragem em denunciar o ocorrido é um ato de resistência contra o patriarcado e a misoginia.
Críticas à postura da igreja e à falta de reação da sociedade
Pensar de forma construtiva na sociedade moçambicana ainda continua sendo uma actividade perigosa e rotulada como ter olho contra governo, descontente, desmotivado, agitador, incitador da violência e entre outras narrativas contra a ascensão do pensamento crítico e participação activa nos processos decisórios e políticos. Pois, com mente aberta permitiria vermos que houve:
1. Abuso de poder religioso
A igreja, como instituição, deve promover valores de paz, respeito e diálogo. A violência e a censura praticadas vão directamente contra esses princípios, revelando uma postura autoritária e antidemocrática.
2. Falha no dever de proteger
As autoridades locais e nacionais falharam em seu dever de proteger os cidadãos e garantir o livre exercício de seus direitos. A falta de uma resposta imediata à denúncia de Chiziane é preocupante e sugere uma possível conivência com o abuso.
3. Silêncio cúmplice da sociedade civil
A ausência de uma reação imediata e contundente por parte de organizações da sociedade civil, outros intelectuais e figuras públicas é alarmante. Este silêncio pode ser interpretado como uma forma de cumplicidade com a violência e a censura.
4. Necessidade de reforma institucional
Este incidente expõe a necessidade urgente de uma reforma nas instituições moçambicanas, incluindo uma melhor regulação das actividades de segurança privada e uma clarificação dos limites entre o espaço público e o domínio das instituições religiosas.
Conclusão
O ataque a Paulina Chiziane não é apenas um ataque a uma indivídua, mas um ataque à própria ideia de uma sociedade moçambicana livre, democrática e progressista.
É imperativo que haja uma reação forte e unida da sociedade civil, dos intelectuais, dos artistas e de todos os cidadãos comprometidos com os valores democráticos.
Exigimos em apoio à P. Chiziane
- Uma investigação imediata e transparente do incidente;
- A responsabilização dos envolvidos na agressão;
- Um pedido público de desculpas à Paulina Chiziane e sua equipe;
- A implementação de medidas para garantir a liberdade de expressão e o direito de documentar em espaços públicos;
- Um debate nacional sobre o papel das instituições religiosas na sociedade moçambicana.
Como panafricanistas, devemos nos unir em solidariedade a Paulina Chiziane e a todos aqueles que lutam pela liberdade de expressão e pelos direitos humanos em Moçambique e em toda a África. Só através da união e da resistência contra todas as formas de opressão poderemos construir o futuro livre e próspero que nosso continente merece.
Recorte do vídeo onde a Escritora denúncia é repudia o incidente diante da Divina Esperança. |
Triste realidade
ResponderEliminarNa verdade a inércia de todos é preocupante. Somos todos cúmplices desse acto.
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