A Disparidade Salarial no Coração de Moçambique

A Disparidade Salarial no Coração de Moçambique: Um Grito por Justiça Econômica.

Em plena época da campanha para às eleições legislativas e presidenciais, algo chama atenção nas redes sociais: Uma senhora aparece com um cartaz com os seguinte dizeres:

"#SALÁRIO MÍNIMO 3800 MTs
#COVA NO CEMITÉRIO 4500 MT s"

A imagem apresenta uma situação profundamente preocupante que reflecte desafios econômicos e sociais enfrentados em Moçambique. 

A senhora segurando um cartaz que destaca uma disparidade salarial significativa, em relação à realidade imposta pelas autoridades nas cotas sobre assuntos fúnebres, expõe efectivamente uma mensagem que levanta várias questões críticas, que não se pode ignorar.

Começando por:

1. Custo de vida vs. Salário mínimo

O salário mínimo de 3800 meticais (MTs) aparentemente não é suficiente para cobrir nem mesmo os custos básicos de sepultamento. Isso sugere que muitos moçambicanos estão vivendo em condições de extrema precariedade econômica. E isso parece injusto na visão dessa classe social diante da realidade. 

2. Dignidade na vida e na morte

O facto de uma cova no cemitério custar mais que um mês de salário mínimo levanta questões sobre a dignidade humana. Famílias podem enfrentar dificuldades até para proporcionar um enterro digno a seus entes queridos.

Correndo-se o risco de forçar adopção de outros hábitos e costumes de outras culturas. Aliás, dentro deste país, a localidades onde é comum se deparar com cemitérios, campas e túmulos dentro de casa, nos quintais e arredores das famílias dos ante-queridos. Pesa embora não ser conveniente moralmente para alguns, mas poderá ser a saída aos que poderem possuir espaços para o efeito. 

Já aos que vivem em situações que não permitem essas manobras, ficam condenados a deixar os corpos nas morgues e esperar a boleia da vala comum. Onde actualmente, cidades como Maputo, depara-se com essa situação e fingimos ignorar esses aspectos retratados no cartaz. 

3. Desigualdade social

A disparidade entre o salário mínimo e o custo de serviços básicos como um sepultamento indica uma profunda desigualdade social no país. Onde, se formos a notar, os que negligenciam essas discussões para averiguação, são os que têm acima de cinco salários mínimos e acrescidos de regalias legais ou ilegais que engordam as receitas mensais.

4. Políticas públicas

Por outra, esta situação aponta para a necessidade urgente de revisão das políticas salariais e de protecção social em Moçambique. O governo precisa reavaliar o salário mínimo em relação ao custo de vida real. Uma vez que, difícil é avistar-se com algum funcionário público sem letra nos bancos, instituições de crédito e micro-creditos legais e informais, agiotas, etc. 

5. Impacto na saúde pública

Já olhando num contexto onde o protesto ocorre durante uma pandemia (como indicado pela máscara facial), calamidades e outras crises sanitárias que de algum modo interferem na economia individual dos moçambicanos, a incapacidade de pagar por serviços funerários pode ter sérias implicações para a saúde pública.

6. Mobilização social

Finalmente, não menos importante, o uso de hashtags no cartaz sugere uma tentativa de amplificar esta mensagem através das redes sociais, indicando uma crescente conscientização e mobilização em torno destas questões.

Em todos os casos, a imagem é um poderoso comentário sobre as condições econômicas em Moçambique, destacando a urgência de abordar a desigualdade salarial e garantir que todos os cidadãos possam viver - e morrer - com dignidade. É um chamado à acção para políticos, líderes comunitários e a sociedade como um todo para enfrentar estes desafios econômicos e sociais prementes.



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