A Realidade Crua na Cidade de Tete - Um Domingo Comum no Campo Khembo
A Realidade Crua nas Tardes da Cidade de Tete - Um Domingo no Campo Khembo
Num domingo comum na Cidade Tete, quando o sol começa a se pôr, algo extraordinário acontece no Bairro Matundo. O Campo Khembo ganha vida, mas não da maneira que gostaríamos de ver. É um cenário que me faz questionar o futuro do nosso querido Moçambique.
Bairro Matundo. Campo Khembo, 04 de Agosto de 2024. Cidade de Tete. |
Imaginem comigo: o jogo de futebol termina, e de repente, o ar fica pesado. Não apenas com a poeira que se levanta do campo sem grama, mas com o peso das realidades que se desenrolam diante dos nossos olhos. Crianças e adolescentes, que deveriam estar protegidos em casa, misturam-se com adultos em um ambiente que está longe de ser ideal para seu desenvolvimento.
A poeira é apenas o começo dos problemas. Vê-se jovens consumindo álcool como se fosse água - que, aliás, é escassa por ali. Máscaras? Nem pensar. É como se a saúde fosse um luxo que não podemos nos dar ao prazer de considerar.
O que mais me preocupa são as crianças. Elas estão por toda parte, aparentemente felizes, mas expostas a vícios e comportamentos que nenhum pai gostaria de ver.
Onde estão os responsáveis?
É uma pergunta que ecoa sem resposta no ar empoeirado e no meio de barulho ensurdecedor que invade os tímpanos numa espécie de sacudir os pensamentos e afastar o juízo e responsabilidade ou preocupação da vida para qualquer exposto aos ambiente de lugares como aqueles.
Entre o Campo Khembo e o Whiskey, até o Labamba que abre no verão, vemos um desfile de problemas sociais que parecem passar despercebidos. Jovens expondo-se a riscos de saúde, possivelmente contraindo doenças sexualmente transmissíveis, tudo isso sob o olhar indiferente da sociedade.
Não queremos soar como críticos amargo.
Afinal, como diz o ditado, "quem critica os outros, revela o que falta dentro de si". Mas não podemos ficar calado diante dessa realidade. Algo precisa ser feito, seja pelos pais, pelas autoridades ou pela comunidade em geral ou pelos deuses.
A poluição - não apenas do ar, mas sonora e social - está corroendo as bases do nosso futuro. Enquanto nossos jovens se distraem nesses ambientes, perdemos oportunidades preciosas de construir um Moçambique melhor.
Onde estão os futuros Venâncios que irão liderar nossa nação?
Não estamos aqui para demonizar esses espaços de convivência. Eles têm seu papel na comunidade. Mas precisamos reflectir sobre como transformá-los em ambientes que nutram o potencial dos nossos jovens, em vez de expô-los a riscos desnecessários.
Este é um chamado à acção. Para pais, líderes comunitários, autoridades e para cada um de nós. Precisamos olhar para o Campo Khembo e ver não apenas o que ele é hoje, mas o que poderia ser amanhã. Um lugar de desenvolvimento, não de degradação. Um espaço de oportunidades, não de riscos.
Juntos, podemos transformar essa realidade. Não será fácil, mas é necessário. Por Tete, por Moçambique e, acima de tudo, pelo futuro das nossas crianças.
Bela crônica sr paulino
ResponderEliminarObrigado!
EliminarEm todo país em província em distrito em localidades e bairros isso acontece até parece normal. Espero que esse clamor seja ouvido
ResponderEliminarDe facto.
EliminarBoa crítica ,pena que há progenitores que olham isso como degradação moral ,se eles já estão piores que tais filhos.
ResponderEliminarVivo naquele Bairro
ResponderEliminarSinto muito pelas crianças não controladas e pela irresponsabilidade dos pais, vejo aquilo todos finais semana, a poeira então, a culpa é do Município veio fazer raspagem em colocar saibro e água.
Assim ter crianças expostas lá é culpa do Município? Outras mentes precisam ser estudadas, temos cientistas aqui em Moz
EliminarHá necessidade de alguma força (policial ou comunitária ) se posicionar no local nessas horas, para garantir a ordem, quiçá moderar esse infortúnio.
ResponderEliminarBastava o pais cuidarem dos seus filhos e a sociedade em geral tomar uma postura activa, o resto se encaixa
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