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CHINA BANE DRAMAS DE CEOs RICOS

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Lição para África ou Ilusão de Controlos Cultural?  A China apertou a regulação sobre micro-dramas que romantizam relações entre CEOs milionários e mulheres pobres. O objectivo oficial é conter o materialismo, a hipergamia e as expectativas irreais criadas entre jovens, sobretudo raparigas, que passam a ver o casamento com um homem rico como via principal de ascensão social. Estas narrativas — populares também nos K-dramas — difundem a figura do “homem poderoso que salva a mulher humilde”, um enredo sedutor, mas profundamente enganador. Para Pequim, trata-se de uma ameaça ideológica aos valores de esforço individual, ambição profissional e independência económica. África: o mesmo sonho, outras raízes Em África, o fenómeno não é novo. Novelas brasileiras, mexicanas e turcas moldaram durante décadas imaginários românticos em países como Moçambique , Angola e Nigéria. Hoje, os K-dramas ocupam esse espaço, amplificados por plataformas digitais . O problema é que estas histórias r...

Revelado o Desconcerto do País no Moçambique em Concerto?

O Desconcerto no Moçambique em Concerto - Quando o Hino Nacional, Outros Símbolos e Entidades são Desconhecida no Seio do Povo. 

Em 18 de agosto de 2024, o programa "Moçambique em Concerto" revelou muito mais do que entretenimento - expôs as profundas lacunas na consciência cívica e cultural do país. O que começou como uma celebração festiva, repleta de danças, actuações de artistas nacionais e momentos de apoio e reconciliação, rapidamente se transformou em um espelho desconfortável da realidade moçambicana.

O ponto de virada ocorreu quando o renomado apresentador da TV Sucesso, Gabriel Junior, decidiu distribuir dinheiro aos participantes. O que parecia ser um gesto generoso tornou-se uma revelação chocante: nenhum dos concorrentes conseguiu entoar o hino nacional.

Este incidente não é isolado. Recentemente, um recém-formado de uma instituição técnica também falhou em cantar o hino. Mais alarmante ainda é a especulação de que até mesmo deputados da Assembleia da República e representantes provinciais e distritais possam desconhecer esta fundamental expressão de identidade nacional.

O desconhecimento vai além do hino. Abrange figuras políticas, história do país e até mesmo a Constituição. É provável que milhões de moçambicanos que se consideram cidadãos não conheçam as cores da bandeira nacional, o número e nome das províncias ou suas capitais.

A questão que se impõe é: por que isso importa? Infelizmente, parece que pouco importa. O respeito pelos símbolos nacionais perdeu relevância, excepto quando se trata da imagem do Presidente da República e alguns altos dirigentes. Paradoxalmente, até mesmo essas figuras de autoridade já foram flagradas desrespeitando símbolos nacionais, como ignorar o hasteamento e arriamento da bandeira.

Houve um tempo em que as escolas paravam para entoar o hino nacional, e desde cedo as crianças o cantavam perfeitamente. Hoje, até instituições de grande porte tratam a bandeira com descaso, e os procedimentos respeitosos foram abandonados.

O comportamento de Gabriel Junior durante o programa espelha, ironicamente, a atitude do Estado: recompensa-se a incompetência e a ignorância. Funcionários públicos e cidadãos recebem salários, bônus e promoções independentemente de sua competência ou empenho. O Gabriel Junior também deu dinheiro à todos que viessem ainda que dessem respostas incompletas ou não satisfizessem a questão solicitada. 

Este cenário revela mais do que falhas na educação; é um reflexo da sociedade moçambicana como um todo. A escassez de lideranças exemplares e a marginalização de vozes dissidentes contribuem para perpetuar essa situação.

Moçambique se encontra em um impasse onde promessas inverossímeis são aceitas sem questionamento. Como em uma fábula distorcida, um leão pode prometer se tornar herbívoro ao assumir o trono, sem que ninguém ouse questionar as implicações de tal mudança.

Este é o retrato do Moçambique real: uma nação onde o descaso com a própria identidade e história reflecte problemas mais profundos de governança e consciência cívica. O desafio agora é transformar esse desconcerto em uma sinfonia de mudança e renovação nacional. Quem ousará como o tal hino nacional delinear essa transformação? 

Saudações!

Gabriel Junior - Apresentador do Moçambique em Concerto na TV Sucesso. 

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